Uma amiga diz-me de forma constante que a blogosfera a desilude cada vez mais. Curiosamente essa foi a amiga que me trouxe para a blogosfera, foi quem me empurrou. Maldita, eu sei, mas depois logo acerto contas com ela.
A verdade é que eu não posso dizer que a blogosfera me desilude, ou que está pior em relação a não sei quando. Cheguei tarde e a más horas e, tirando uma ou outra excepção, não me esforcei propriamente por vasculhar arquivos de blogues falecidos. Simplesmente posso olhar para o que tenho agora. E o que vejo agora nesta blogosfera que vou conhecendo é um mero ninho de cobras em que todos parecem querer comer-se uns aos outros, como se com isso ganhassem algo – pessoal ou materialmente. Como se isto valesse alguma coisa. Não ganham e não vale.
Uma banal disputa ideológica é motivo para a ofensa gratuita (e não, não estou a falar do que aconteceu um dia destes, apenas estou a escrever algo sobre o que vou pensando há algum tempo). E a vacina vai-se tornando tão forte e a lucidez tão fraca que, por oposição, um mero gracejo, um piscar de olho que não se vê, uma boca que tem mais de simpatia que de ataque é considerada, também, ofensa e respondida à letra.
E depois são as conversas de bastidores. O «olha que giro, aquele que faz não sei o quê aos blogues». São os objectivos que se pretendem, ingenuamente, obscuros e que são, por não passar tal obscuridade de mera pretensão, ridículos. E são, também, aqueles que julgam que por o seu blogue ter meia dúzia de gatos-pingados que o lêem são alguma coisa mais que mera poeira adiada e risota presente.
Eu não quero dar para esse filme. Entrei nisto porque me queria divertir e mantenho-me nisto porque vai havendo gente que, no meio de tanto traste pseudo-engraçadista, faz com que valha a pena. Desde que aqui ando nunca ofendi ninguém, ou, pelo menos, nunca tive tais intenções. Não sei porquê, fenómeno recente, alguns sentiram necessidade de passar por cima desse pormenor e, sei lá, atirar a primeira pedrada, a ver no que dava. Repito: não quero dar para esse filme.
9 comentários:
Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa.
Gosto quando te distancias dos calhamaços em que te enfronhas e reflectes como um ser humano passível de fazer sofrer e igualmente sofredor, como eu e como a maior parte de nós. A bloga não é mais que tudo o que quiseres e fizeres dela. Não te excluas do seu processo vaporoso de contundir e perder as estribeiras por dá cá aquela palha.
Desde o princício que te concebo capaz de sentir como um humano e não como um Manual Aplicado à Realidade. Começámos por ser próximos, fraternos e amigos ao primeiro relance, recordas-te?!
a blogosfera é o espelho dos dirigentes desta republiqueta socialista de inveja e ódio, governada pelo principe.
pequemnos burgueses a cheirar irremediavelmente a provincianismo.
comem várias vezes ao dia e não conhecem a vida
2 milhões de pobres
1/2 milhão de eternos desempregados
endividamento externo incompatível com a economia
saúde, instrução, magistratura áreas degradadas
Ludovico Ariosto disse
o lixo humano veio ao mundo apenas para fazeer estrume
"Desde que aqui ando nunca ofendi ninguém, ou, pelo menos, nunca tive tais intenções."
Está a brincar? o motivo porque gostamos de o ler é a forma fina como insulta quem nos governa e todos os outros de quem não gosta.
JP,
forma fina de insultar? qu é lá isso?
Que lhe interessa a si? Não falei consigo.
ups, reparei que o autor do post não foi o autor do blogue. Por isso parece que estava mesmo a falar consigo, Tiago...
Peço desculpa pela rispidez. A "forma fina de insultar" não era sobre si, era sobre o João Gonçalves.
Um texto que deveria trazer nomes, só para quem ler ficar esclarecido.
Todos querem ser VPV
Ou como nos westerns, todos querem defrontar o pistoleiro mais rápido.
Depois, a coisa é tão vivida como "real", que se assanham como gatos escaldados...:)))))
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