Ao observar, na tv, a hipocrisia institucional natalícia no Palácio de Belém, lembrei-me das palavras do 1º ministro no parlamento em "momento democrata". «Ninguém está acima de críticas em democracia», disse ele sem se rir. É que ele, aparentemente, está. Tudo o que lhe diga respeito e que não seja bajulação à la Pitta (cito esta porque parece mais sofisticada do que a da ténia Delgado), é "campanha negra", "maledicências", "ataques pessoais" e de "carácter". Nunca é crítica.
14 comentários:
Boas.
Já agora caro Dr. João Gonçalves, não o querendo cansar, junte ao rol as "maledicências" que é entre todas a minha favorita.
Cumprimentos.
A perfeição não se critica. Quanto muito, nos intervalos da refulgência fulminante, admira-se.
ehehe...
Muito obrigado! :=)
O "boneco" que lhe decora a prosa, está também em perfeita sintonia.
Cumprimentos.
o poder pertence ao principe
«fortuna rota volvitur» carmina burana
A perfeição qundo deixar o frágil poleiro e as ratazanas a abandonarem vai ver ver o lindo julgamento que vai ter.
Aí como qualquer cidadão comum, vai prestar contas em tribunal e possivelmente aprender a admirável arte do xadrez.
JM
Exelentes 'fígados' que 'essa' gente tem ! : o 'resto' está podre.
Há pouco - via SIC, depois de ter assistido à fantochada dos cumprimentos "natalinos" institucionais, mais convencido fiquei de que de facto Cavaco Silva ou demite de uma vez por todas o "gang" ou então no mínimo deve resignar, deixando o país entregue à bicharada.
Foi notório o seu incómodo perante as vénias e loas de um PM sem qualquer integridade moral ou cívica, requisitos mínimos e muito mais importantes do que o "fait diver" da política.
Que venha então a seguir o "Poeta" mais os seu apêndices sucialistas para o "afundanço" há muito anunciado.
O povo no momento certo "resolverá" em momento oprtuno.
Cavaco Silva, pelo seu percurso pessoal e político não está ambientado a este permanente ambiente de "mesa com pé de galo".
Post Scriptum: A SIC - cada vez mais de "núticias" está pejada de alarves paineleiros.
Depois de ontem me ter obrigado a mudar para o "Panda" devido à presença do senhor do INATEL, esta noite voltei a reincidi com aquele atraso de vida anunciado por filho do "papá da democracia".
Não tenho paciência para tanta manigância (des)informativa.
Cumprimentos.
Temos um Kim-Ill-Chunga completamente desorientado e é nestas alturas que o género se torna mais perigoso. Vai deixar um rasto de miséria muito para além da incompetência e sacrificará o futuro de muita gente para poder estourar os últimos foguetes do seu curriculum.
Ora tomem lá. Já agora, sabemos que em Belém se fritam afanosamente, sonhos para a consoada. E em S. Bento, qual será a especialidade? Peru? Polvo? Rabanadas? Ou já estão a confeccionar o Bolo Rei sem fava? Como andam as coisas, nada me espanta.
Enquanto houver subsídios a distribuir que alimentem esta fraude, nada a fazer. O PS sobe nas sondagens e o Eng.º Sócrates é uma vítima.
Feliz Natal. Abraço
Olhe que, entre as duas ténias, venha o diabo e escolha...
Uma e outra precisam de mais chá de hortelã do que o disponível no mercado. Nada a fazer, portanto.
Sobre hipocrisia e falta de vergonha ele há memórias que perduram, não é?
Porque nesta época era costume cumprir-se o ritual das visitas...
"A minha intuição dizia-me que uma atitude defensiva face aos obstáculos criados pela Assembleia da República não compensava. Procurava então contra-atacar e tornear as dificuldades criadas. Alertava o País e acusava a oposição de obstrução sistemática e de querer impedir o Governo de governar. A oposição, por seu lado, acusava o Governo de arrogância, de seguir a táctica de guerrilha com a Assembleia e de manipular a opinião pública contra ela. [...]
Face à acção dos partidos visando descaracterizar o orçamento [...], o Governo procurou dramatizar a situação, convicto de que isso jogava a seu favor. A seguir ao “Telejornal” do dia 8 de Abril fiz uma comunicação ao País através da televisão. Denunciei as alterações introduzidas na proposta do orçamento apresentado pelo Governo, as quais se traduziam em despesas públicas desnecessárias, aumento do consumo e benefícios para grupos que não eram os mais desfavorecidos da sociedade portuguesa. Procurei mostrar aos Portugueses como era errado e socialmente injusto forçar o Governo a decretar do preço da gasolina, uma clara interferência da Assembleia na área da competência do Executivo, que ainda nunca antes tinha sido feita. Para tornear as dificuldades criadas e para os que objectivos de progresso propostos pelo Governo pudessem ser ainda alcançados, anunciei na televisão um conjunto de medidas compensatórias visando, principalmente, contrariar o excesso de despesa e de consumo induzido pelas alterações feitas pela oposição. O meu objectivo, ao falar ao País sobre o orçamento, era também o de passar a mensagem de que o Governo atribuía grande importância ao rigor na gestão dos dinheiros públicos.
A mensagem de que a Assembleia obstruía sistematicamente a acção do Governo passou para a opinião pública. O Governo, sendo minoritário, surgia como a vítima e acumulava capital de queixa: queria resolver os problemas do País e a oposição não deixava. A oposição não percebeu que, tendo o Governo conseguido evidenciar uma forte dinâmica e eficácia na sua acção, a obstrução ao seu trabalho não a beneficiava. O PS revelava dificuldade em ultrapassar os ressentimentos pelo desaire sofrido nas eleições de Outubro de 1985 e o seu comportamento surgia-me como algo irracional. O Governo e o PSD procuravam tirar partido da situação e alertavam a opinião pública para as estranhas convergências entre o PS e o PCP na Assembleia da República.’
Aníbal Cavaco Silva, "Autobiografia Política. Vol. I" (Temas e Debates, 2002, pp.144-145)
Respeitinho.
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