2.7.08

THE LADY ' S NOT FOR TURNING

No tempo do Doutor Salazar, os funcionários públicos eram obrigados a subscrever uma declaração na qual juravam não desenvolver actividades antagónicas à "situação" e que não pertenciam a "associações" desafectas ao regime como o PC. Agora parece que é obrigatório, para desempenhar funções públicas de relevo, declarar a respectiva posição acerca da sexualidade enquanto "norma". Constança Cunha e Sá não resistiu ao "correcto" e quis que Ferreira Leite desse a sua "posição" sobre o casório entre gente do mesmo sexo como se se tratasse de um novo "desígnio nacional". Ferreira Leite disse o óbvio. O direito da família, que inclui esse contrato, foi pensado para a monogamia heterossexual e respectiva prole. O resto deve tratar-se juridicamente de forma distinta porque a "base do negócio" é diversa. É este o sentido do princípio da igualdade. Não vale, pois, a pena bolsar "discriminação" para cima da senhora. The lady's not for turning.

8 comentários:

Carlos disse...

Não compare a Manuela Ferreira Leite com a Margareth Tatcher, porque há um mundo a separar as duas (não aprecio ambas, mas à segunda não faltava coragem política).

Artur Corvelo disse...

pela primeira vez, viu-se uma ferreira leite com energia e de resposta (relativamente) pronta. Foi coerente, lógica e credível, apesar de ter repetido a mesma ladaínha 57 vezes, muito por culpa da CCS que não tinha preparado outra pergunta.

Anónimo disse...

Ferreira Leite disse o que pensava e, concordando-se ou não, é quase como uma novidade uma política que tem a coragem de dizer o que ela disse.
Neste caso a questão dos homesexuais continua a ser uma questão polémica; mas no entanto é uma pena que com tudo o que ela disse ao longo da entrevista se
pegue apenas naquele excerto de 5 minutos.
Bom post.

João Villalobos disse...

Bravo.

José Amador disse...

Lamentável estes comentários homofóbicos. Pelos vistos esta gente não percebeu o que a MFL quis dizer com a sua recusa em aceitar casamentos homossexuais,aceitando as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo, em relação às quais nada tem contra. É uma atitude democrática que ela assume e que não tem como objectivo perseguir pessoas pelas suas "opções sexuais". É lamentável que certas terminologias como "paneleiragem" e "paneleiros" seja utilizada num blog que se pretende ser objectivo e criativo. João, faça uma certa pedagogia pois, pelos vistos, ela parece ser absolutamente necessária.

Anónimo disse...

O povo do nosso país sofre de inúmeros males. Um deles, que não é o menor, é a vaidade.
Outrora dizia-se criado(a) a quem prestava certos serviços a outrém. Modernamente escolheram a designação de empregado(a) doméstico(a), que soa melhor e serve a vaidade. Mas parece que já tem substituto mais sonante. Quando iniciei a minha vida escolar o professor era designado por primário mas que me ensinou a tabuada que nunca mais esqueci. Hoje a vaidade humana substituiu tal designação pela de professor do ensino básico. O ensino não beneficiou, muito pelo contrário. Só serviu para alimentar a caca das gentes, pois os alunos terminam tal ensino sem saberem a tabuada.
Minha Mãe dizia que era dona de casa. Também se usava o termo doméstica que acabou por desaparecer por causa da reclamação de umas tantas que afirmavam que se havia algumas que eram domésticas as outras, que o não eram, seriam selvagens.
Nas escolas havia as serventes. Umas serviam bem, mas a maior parte sevia mal. Com o rodar dos tempos e o desaforo da vaidade passou-se para auxiliares ou assistentes de educação. Mas que rica educação para quem, como alguns professores, precisa de ser educado.
Em tempos idos, quando um homem vivia com uma mulher sem estar casado com ela, a mulher era designada por sua amante, concubina, amásia, barregã.
Agora a época é outra e a estupidez humana mais apurada. Os termos amante, concubina, amásia e barregã foram substituídos pelo termo namorada, mais ao gosto actual filho da pretensão de se esconder algo que não é possível esconder.
Quando as revistas "cor de rosa" noticiam que o(a) artista tal, o(a)jornalista A, o senhor(ra) B, o menino(a) C, foram com os seus "namorados" às Caraíbas, ficando no mesmo hotel, dormindo na mesma cama e fornicando o mais que podem, não me venham com histórias de namoros. É concubinato puro e simples.
As palavras são constituídas por sílabas que, por sua vez, são constituídas por letras. A carga positiva ou negativa somos nós que lhe damos.
Nas legendas que passam na TV quantas palavras com carga negativa aparecem. Quem tem medo delas?

Anónimo disse...

Ferreira Leite diz que o casamento é para procriar. O que andam para aí a fazer os tontos que se casam e não vão ter filhos? E já não podem ter e continuam casados?
Os políticos não têm mais nada que fazer a não ser dizer parvoíces?

Anónimo disse...

O casamento tem como objectivo a criação de família e por isso é socialmente relevante. Os casais que não procriam não devem usufruir qualquer direito que outros não tenham, e nisso os gays têm razão. A expectativa de formar família merece que o Estado discrimine positivamente essa instituição. MFL esteve bem em defender este conceito. O cinismo de alguns lobys que exigem igualdade de tratamento, merece a resposta cínica de que aos gays não é impedido que se casem com pessoas de sexo diferente!
Quanto às práticas homosexuais essas são consequência de uma sexualidade viva e criativa que só pode ser saudável. Alexandre, César, Ricardo coração de Leão, Pedro de Portugal, que o digam.... Tendo todos eles sido políticos e legisladores e danados pra brincadeira, a nenhum passou concerteza pela cabeça que a união entre pessoas do mesmo sexo pudesse ser protegida pelo Estado da mesma forma que o casamento entre homens e mulheres.
Xico