11.5.08

O "FUTEBOLÊS"

Alguns comentários ao post anterior pressupõem, erradamente, que eu possuo uma "posição" futebolística. Porventura por viver em Lisboa. Não possuo. Detesto - reparem no verbo - futebol. Não pela coisa em si, mas pelo que dela fizeram. Jogos de bola todos os dias, a qualquer pretexto, vindos de qualquer parte do mundo, cansa. Não tarda e teremos de gramar jogos de bairro entre garotada porque os outros se esgotaram. Para além disso, o "futebolês", tratado de igual para igual com golpes de estado ou eleições nos nossos media, é mais uma manifestação da nossa irremediável iliteracia, do nosso congénito primitivismo. Lá fora também é assim? É. E pior. Todavia, "lá fora" (penso sobretudo na Europa nossa "companheira") há muita coisa que funciona e, até, ressuma geralmente a democracia. Aqui não. Até prova em contrário, toda a gente é inocente enquanto não houver uma decisão terminal, ou seja, da qual já não é mais possível recorrer. Tudo o resto, esta discussão imbecil que distrai o país de si mesmo (o país, na sua alegre inconsciência, e Sócrates, na sua sisuda consciência, agradecem) apenas entretém como um carrocel mágico. Nem sequer faltam as alimárias. De carne e osso.

3 comentários:

Anónimo disse...

esta republica socialistas conseguiu finalmente a mexicanização do país através do partido socialista institucional.
a corrupção, onde quer que se verifique, faz parte da "filosofia do sistema". é benvindo tudo o que possa distrair os famintos. além do "bola" restam as barbies, ou seja portugal da cintura para baixo.
parabéns à Vanessa e ao Lau

Carlos Medina Ribeiro disse...

O «Retrato da Semana» de António Barreto, no «Público» de hoje, intitula-se, precisamente, «Futebol». Já está disponível no blogue dele, [aqui].

Anónimo disse...

a questão não é ter ou não 'posição' futebolística, mas sim saber de que é que se está a falar. e o futebol continua a ser jogadores atrás de uma bola com o fito de a meter dentro de uma baliza.
aquilo a que frequentemente se referem como sendo o futebol não é mais do que o negócio que se construiu em seu redor - dos 'dirigentes' aos comentadores e jornalistas (catalizadores indispenáveis).
aí sim, não faltam alimárias dispostas a comer carne e osso. e o que dessa primeira deglutição resultar.