"nunca me tinha morrido um aspirador", escreve, com manifesta melancolia e não menor profundidade, a Fernanda Câncio. Felizes estas pessoas - "rousseaunianas" e despreendidas - que se contentam ora com um bom par de sapatos adquiridos em Nova Iorque, ora com um solitário que perdeu as graças do mundo, ora com uma fugaz aparição numa revista de costumes por causa dos costumes. Jorge de Sena, num dos seus livros de contos, viu morrer a primeira pessoa da sua vida na figura de um papagaio. A Câncio, pós-moderna, já vai no aspirador. Estranho mundo. O dela.
5 comentários:
Se o «Arrebenta» lê uma coisa destas, nem quero pensar nos "electrodomésticos" que vêm por aí abaixo ...
O Arrebenta não só leu, como já comentou (este post é disso a prova).
Há uns anos, no "The Jerry Springer Show", um homem foi confessar o seu amor por um urso de peluche, a que chamava Yogi. Até que entra a ex-mulher no estúdio, chamando-o de tarado e "mental". Arrancou-lhe o urso das mãos, desmembrou-o e atirou-o ao chão. "Oh my god, Yogi! What have you done? What have you done?"
Mas isso foi num talk-show rasca. Muito provavelmente estariam a representar (assim espero).
João Gonçalves, você ama secretamente a Câncio. Seu maroto.
O João Gonçalves só tem coisas que o arreliem. Agora foi um post da fernanda câncio. Arre, que isto só lá ia com um Dom Carlos para cada português!
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