4.9.06

PRIMEIRO ENTRANHA-SE, DEPOIS ESTRANHA-SE


Raquel Henriques da Silva foi a presidente do Instituto Português de Museus durante uns bons anitos. Deixou obra - parece - e sabia - também parece - o que estava a fazer. Numa entrevista que apanhei ao acaso numa revista de "arte", Raquel coloca uma questão interessante. O Estado não tem dinheiro - por exemplo, vinte mil euros para um museu - e, de repente, arranja quinhentos mil para "comprar arte" que vai anafar a já anafada "colecção Berardo". A ex-directora também discute a inserção da dita "colecção" no CCB e manifesta-se muito crítica em relação ao governo em matéria que ela conhece. O curioso é que constava por aí que Raquel Henriques da Silva poderia substituir Isabel Pires de Lima na Cultura, um dia qualquer. Das duas uma. Ou Raquel enunciou um "programa", mesmo com a discrição de uma revista temática, ou Raquel percebeu que a "cultura" dificilmente irá a algum lado nos próximos tempos. O que não deixa de ter graça. Este governo suscita, mesmo aos próximos, um sentimento curioso: primeiro entranha-se, depois estranha-se.

3 comentários:

Anónimo disse...

http://buchaeestica.blogspot.com/

San disse...

Mais tarde ou mais cedo, alguém terá que fazer a história das relações perigosas entre o Estado e as "colecções" Berardo e Capelo.

Anónimo disse...

Por que será?