Há seis anos, se não me engano, não houve parolo nenhum que não agarrasse numa bicicleta, numas alpercatas ou, sem nunca ter andado neles, recorresse aos transportes públicos para celebrar o "dia sem carros". Era o tempo em que reinava, directamente dos céus, o bonzinho Guterres. Sampaio, se a memória me não falha, andou a pé e de eléctrico. O país estremeceu, por um dia, de beatitude. Em suma, foram todos bem mandados e politicamente correctos. Eu, felizmente, estava em Marrocos e o folclore foi-me narrado ao telefone. Hoje tudo foi diferente. Acordei ao som de buzinas histéricas, andei em filas de automóveis e assisti aos habituais atrofiamentos. E, obviamente, não larguei o meu carro. A novidade veio do secretário de Estado do Ambiente, o Humberto Rosa que, nos tempos do D. Pedro V, jamais faria supôr onde ia acabar. Andou num "híbrido" e pôs o motorista a explicar o funcionamento da máquina que mandou comprar. Ao menos não foi hipócrita, nem híbrido, apesar do carro.
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