16.9.06

PASSAR DE MODA


À falta de melhor, o Expresso foi ressuscitar dos mortos a sra. D. Maria Elisa. Enche a capa do primeiro dos seus cem "cadernos" com a fotografia da senhora. Lânguida e aparentemente "magoada", a sra. D. Elisa diz que "se sentiu traída pelo PSD". Eu pensava que a lata e o decoro tinham limites, nem que fossem os impostos pelo mais elementar bom-senso. Convém, por isso, deixar aqui uns lembretes. O PSD, num momento mais infeliz, colocou a referida senhora como "cabeça-de-lista", numas eleições legislativas, por Castelo Branco. Quer nos debates em que participou, quer nos votos que arrecadou, a sra. D. Elisa levou invariavelmente valentes sovas do seu directo opositor do PS, o actual primeiro-ministro. Conhecia tão bem Castelo Branco como eu. Depois, andou melancolicamente pelo Parlamento sem que ninguém desse por ela, até que uma mão caridosa - do PSD que a "traíu" - a remeteu para Londres como "conselheira" cultural ou de imprensa, não sei bem. Aí ficou até que Freitas do Amaral, num dos raros momentos de inspiração como MNE, a mandou regressar a penantes. Maria Elisa foi um ícone razoável do jornalismo português pós-Abril. Quando passou pela política - de Pintasilgo a "Freitas 86" e ao PSD - Elisa nunca acertou. Entretanto, passou de moda. Deve ter sido por isso mesmo que o Expresso a foi buscar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Não seja injusto, meu caro.
Maria Elisa é uma mulher inteligente, pois consegue pressentir, em cada momento, para que lado sopra a brisa. Então agora que o PS está no poder ela ia agradecer ao PSD a confiança que depositou nela, à qual não soube corresponder. Claro que não! O único erro que cometeu foi ter participado num tempo de antena de Cavaco Silva, diz ela... Ah, e o Prof. Freitas do Amaral é um mal agradecido pois não soube reconhecer os seus apoios passados. É tudo uma questão de trocas. Agora que o homem saiu do MNE, rei morto rei posto. Alguns políticos ao pé de Maria Elisa, e de alguns outros jornalistas do seu jaez, são uns aprendizes de feiticeiros. Aprendam que ela não dura para sempre. Para já regressa em ombros ao Serviço Público de televisão. Ela necessita de ganhar uns tostões, o vencimento de deputada revelou-se insuficiente para cobrir os sues caprichos do quotidiano. Parece que a rapariga gastava três vezes mais, por isso começou a ficar deprimida e endividada... Os jornalistas do Expresso foram apenas solidários com a coleguinha. A cena foi bem montada. Talvez nas próximas legislativas ela seja cabeça de lista pelo PS, num qualquer outro distrito do interior. Seria, talvez, um bom indicador de mudança. Mas o nosso "primeiro" não cairá nessa tentação, já sabe o que a rapariga não vale. Vivam os jornalistas sérios e isentos!

Anónimo disse...

Sorry,pelaextenção:
“Uma cunha em Londres – o caso Elisa”

Não sei que mais admirar. Se a revista GR* pela iniciativa de trazer a público um péssimo exemplo de prática sócio-política, se à senhora Maria Elisa pelo desplante de vir a público depois do que se passou.

Ou mesmo a conduta dos partidos políticos e a forma como cultivam princípios e virtudes entre eles e os cidadãos eleitores, particularmente entre os seus agentes. Mas Londres tem mais encanto.
Primeiro, havia que ganhar eleições legislativas no PSD de há três anos. De uma candidata (natural e vivendo em Lisboa e com uma forte imagem pública/TV) a deputada pára-quedista por Castelo Branco à cumplicidade do dirigente de um grande clube de futebol (Benfica), vale tudo. Demagogia, mentiras e engano dos eleitores, virtudes aliás extraordinariamente bem comprovadas pelo dirigente máximo e o seu exemplar comportamento no verão de 2004. Fugindo cobardemente ás suas responsabilidades e defraudando as expectativas criadas no eleitorado, levar o PR e o país à experiência de governo que teve agora o seu epílogo. Desfazendo o que poderia ter sido uma tentativa séria de levar o país a melhor porto.

Quanto à excelentíssima deputada por Castelo Branco, capaz de ser deputada, dar aulas em Abrantes e manter uma página semanal no DN, e trabalhar na RTP em acumulação se autorizada, acabou por deixar o cargo principal (?) uma vez não satisfeita nas suas intenções de acumular com a RTP! Oficialmente por doença, pois.
Sendo a senhora uma excelente jornalista na televisão, mas constatada a sua inabilidade ou falta de gosto pelo trabalho na AR, que fazer?
Tinha prestado um serviço ao Partido, contribuindo com a sua face para a vitória eleitoral do PSD. Tem o bom gosto de apreciar alguns meios culturais sofisticados, de que Londres é um expoente.
Nomeada por excepção, é mais uma personagem das muitas que pululam no remanso da vida das embaixadas portuguesas no estrangeiro. Adida cultural, portanto. Da sua pesada actividade reza a crónica da GR. Do interesse em manter este tipo de funcionários – adidos culturais e de defesa entre outros – rezam os orçamentos do Estado aplicados na diplomacia portuguesa. E o seu contributo para o propalado défice nacional. Par trás, vai ficando a ideia de reforçar as embaixadas com adidos comerciais, estes sim bem necessários para a sobrevivência da economia portuguesa.
Aqui está um bom tema para o novo Ministro dos Estrangeiros. Um contributo para a redução de défice, uma medida para ajudar as empresas cujas exportações são cada vez mais a única forma de subsistirem e com elas o país.
Sobre política e princípios (de que tanto se fala), termino com o título de um texto no Jornal do Fundão alusivo à situação criada pela então senhora deputada e pelo PSD, em Novembro de 2003, que a redacção entendeu por bem fazer acompanhar da fotografia de senhora Maria Elisa: «Deputada por Castelo Branco – um caso de trafulhice política»

* ou agora o Expresso (renovado?!), no ano da graça de 2006.

Anónimo disse...

Lembro-me das "razões de saúde" de Maria Elisa.
E conheço uma professora que estando de baixa, em tratamento oncológico, bastante debilitada, foi mandada regressar à escola para dar aulas de substituição. Provavelmente por razões de saúde e até não poder mais.
"What a wonderful world"...

Anónimo disse...

Acho que tem outras qualidades.
E uma lista que nunca mais acaba... Cala-te, boca!!!

Unknown disse...

As más notícias não acabam aqui! Vai voltar à RTP1...

nohexagono@gmail.com disse...

Jornalista inteligente e com uma solida carreira, Maria Elisa poderia ter evitado as ligações perigosas. Agora é "uma jornalista laranja" para a praça publica, enquanto que antes seria apenas uma jornalista a cair para o PSD. Pena.

Anónimo disse...

Essa "senorina muy salerosa",
mulher vulgar e de má rez que por aqui nos caiu em Londres tipo para-quedista e que insistia em ser tratada por Dra. ( imagine-se!) foi uma vergonhosa "Adida Cultural" que nem Inglês sabe falar correctamente -> mesmo quando insistindo em comentar (sobretudo) as telenovelas televisivas que passam em Portugal...

Que perfeita falta de niveau colturali a que aqui se assistia "protocularmente" (so' visto, contado ninguém acreditaria...).

Felizes de nós que (divertidos) assistiamos por aqui à sua inevitavel "queda de poleiro".

BEM HAJAS, ó Freitas!!