O dr. João Figueiredo mandou contar os funcionários públicos. Apresentou umas contas divertidas. Fica sempre a possiblidade de haver uns quantos que não se sabe o que fazem ou o que ganham, nunca em números inferiores a dez mil, a vinte mil ou mesmo trinta mil. Depois revelou o que já se sabia. A Saúde e a Educação levam a maior fatia - médicos, enfermeiros, restante pessoal do SNS e professores -, e que a Justiça paga bem aos seus magistrados, os do MP e aos judiciais propriamente ditos. Tudo somado, teríamos à volta de quinze por cento do emprego nacional envolvido com o Estado, do central ou local, passando pela Madeira e pelos Açores. Esta percentagem só interessa quando comparada com outros países "similares" O problema é arranjar qualquer coisa similar a isto. No entanto, o mais interessante do exercício foi a semântica. João Figueiredo apareceu solitário, com um ar perfeitamente enjoado, como se viesse a público revelar um crime. No caso concreto, "o crime" da existência de x funcionários públicos - como se fosse uma categoria indivisa -, pedindo quase desculpa por isso. Ainda não cconsegui perceber se a secretaria de Estado da Administração Pública existe para "reformar" a dita, para "reformar" à força os funcionários ou para os perpetuar até serem pré-cadáveres. Dr. Figueiredo, um conselho de um amigo: da próxima vez que aparecer, ponha um arzinho mais satisfeito senão ainda o mandam à junta médica e, mesmo assim, não o deixam ir embora.
4 comentários:
"O problema é arranjar qualquer coisa similar a isto" - sem má vontade, procure lá um bocadinho porque é mais ou menos o habitual na "europa".
Quanto ao ar do homem, nem sei a que vem o dito, mas parece-me que é o seu ar habitual quando resolve aparecer
Cada um vê o que quer ver e acredita no melhor serve os seus objectivos. Não tenho a estatistica do funcionalismo publico na europa,mas a grosso medo jugo que não é muito diferente da nossa. Quanto ao ar... já agora, e o fato estáva à altura do momento?
Já a sua observação em relação ao facto de o senhor se apresentar desamparado, me parece pertinente.
É este terrivel fatio de nos preocuparmos mais com as aparencias do que com os conteudos, que nos transforma num país de aparencias.
Agora parece-me que o trabalho é positivo, não me recordo que anteriormente tenha sido apresentado um trabalho tão pormenorizado, pelo menos com direito a apresentãção publica. É digno louvor.
Sauridio
Saurídio, a gente não tem o Barthes, a gente nem tem o Eco, mas tem o João, para nos dar a ver estas pequenas significâncias detrás dos pequenos sinais. O Dr. Figueiredo vai ser avisado e para a próxima já pôe outro arzinho.
Sector defesa nacional:
40 mil elementos incluindo 10 mil civis.
Produto operacional terrestre: mil, com boa vontade, mais uns navios e aviões.
Necessários, desejáveis e possiveis: 15 a 20 mil elementos.
Dados apresentados na AR, ãmbito revisão da CRP há mais de uma década.
Até hoje, até quando?
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