7.9.06

CRIANCISMO TRAUMATIZADO


Já se percebeu que a menina Natascha Kampusch - a tal que andou desaparecida uns anos supostamente por conta de um doido - nada tem de perturbada (via-a na TVI com o ar de quem ia apresentar de seguida o "eurofestival da canção" ou ensinar uma receita típica austríaca). Sabe muitíssimo bem o que está a dizer e como dizê-lo, o que só abona a respectiva cabeça. Não lhe dou um ano para surgir o primeiro livro, um primeiro best-seller que, em Portugal, não escapará ao sempre inspirado dr. Pedro Strecht e a outros "especialistas" em criancismo traumatizado, uma modalidade que faz muito sucesso na segurança social e nos tribunais.

12 comentários:

desculpeqqc disse...

O merchandising apenas agora está a começar...

João Amaro Correia disse...

está a esquecer-se do dr. daniel sampaio.

Anónimo disse...

Talvez tenha sido, por isso, que ela se libertou.

Mas parece-me, no geral, que ela à excepção, e não a regra.

O mais comum, parece-me, é um ciclo infinito de violentados / violentadores / novos violentados, que se auto alimenta.

Anónimo disse...

só mesmo um ignorante ...

Anónimo disse...

Considera a hipótese de este seu texto ser, porventura, excessivo?

Anónimo disse...

“criancismo traumatizado” está giro, tem a sua pilhéria. Mas há duas modalidades que fazem muito mais sucesso no mundo real, que é muito mais vasto que o dos tribunais e da “segurança social” (hehehe, esta também está gira): Os maus tratos às crianças e a indiferença geral em Portugal sobre esse assunto. O “trauma” psicológico é uma paneleirice da psicanálise. Em havendo frascos de betadine na farmácia e gesso nos hospitais, a gente trata de todos os traumas que atingem os putos. Enfim, eu acho que a gente conversando, por exemplo, com o Pedro Strecht aprenderia uma coisas sobre isto tudo, mas longe de mim sugerir tal coisa.

cardoso

Anónimo disse...

Bom dia, JG

Gosto do seu blog e de quase tudo o que escreve. Aprecio imenso a frontalidade e a capacidade de chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes. Mas fiquei chocada com este post. Porque uma violência não deixa de o ser por não estar à vista, ou porque a forma de quem a sofreu a tentar ultrapassar não pareça politicamente correcta. Achei este post de uma insensibilidade e de uma insensatez enormes. De uma agressividade gratuita e despropositada. Mostra bem como se pode ser inteligente, arguto, engraçado até, e ter o dom da palavra, de uma forma exclusivamente mental - sem o mínimo de sensibilidade para com os outros, sem noção da fragilidade alheia, sem qualquer delicadeza.
Será que é uma reacção que vem no seguimento do seu post “vão-se foder”, com o qual concordo inteiramente? Esses miúdos foram tratados como vítimas, quando na verdade eram os carrascos, e bem maus. Foi no mínimo vergonhoso. Mas não confunda as coisas. Há outras crianças, infelizmente muitas, que são vítimas e não se sabem defender. E que sofrem o que você talvez não aguentasse. Sabe lá como reagiria...
Filipa

Anónimo disse...

Muito bem Filipa.Excelente observação.

M.A.

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com a Filipa. Na mouche! (Aqui entre nós, João Gonçalves, às vezes parece-me que você tem uma vaga tendência para a misoginia... Será? Espero que seja só impressão minha)

Anónimo disse...

mas gostei do "criancismo traumatizado" :-)

e-ko disse...

Post a banir, comentários a baixo de zero...

Anónimo disse...

Cara Filipa e demais apoiantes

Personagens como os Dr.s Strecht Monteiro, Daniel Sampaio e Eduardo Sá, para citar apenas os mais mediáticos, alimentam e alimentam-se de um Estado que promove a terapia como o melhor meio de infantilizar os cidadãos. Estes, passam a ser considerados como incapazes de se organizarem de forma autónoma e adulta para resolverem os seus problemas, recorrendo sempre ao estado a aos seus mediadores para "ultrapassarem os seus traumas e doenças".

As salas de chuto, os mediadores, os animadores, os psicólogos/psiquiatras, os "multiculturalistas" e outros apóstolos da anestesia geral dos cidadãos, estão aí para nos consolarem e garantirem que não haverá lugar a uma discussão política de fundo sobre os problemas que nos afectam, uma vez que "todos somos crianças por dentro".