O Pedro, como eu, está farto. Do ruído - no meu caso, sobretudo o humano -, de obras, de turistas que atafulham o metro com o seu ar idiota de mapa na mão, dos portugueses que não se sabem comportar nos restaurantes em que cada mesa fala mais alto do que a outra, do trânsito que não parece preocupado com o custo do petróleo. A primavera e o verão eram as mais belas estações da minha vida. A boçalidade que a democracia também comporta, as mudanças climáticas e um país varado, de alto a baixo, pela mediocridade e pela superficialidade deram cabo disso. Sobram os livros porque, ao menos esses, os podemos escolher. A pior conquista dos últimos tempos foi o "aumento da esperança média de vida", causa de todos os males presentes e futuros. Nietzsche e Heidegger não se enganaram.
10 comentários:
os politicos são coisas que não podem ser scolhidos só por nós.enganam os tolinhos e nós pagamos a factura.
hoje o major "apitou 3 vezes".
o socialismo ainda me permite escolher os livros e as pinturas. há 3 anos quando ainda tinha dinheiro para sair do país vi exposição de Munch em Roma no "monumento ao pianoforte ou máquina de escrever". disseram na altura que tinham roubado e queimado "o grito" que escolheu apropriadamente
radical livre
A propósito de ruído. Há uma semana, estava a jantar no Bairro Alto com um grupo de amigos, entre os quais estava o José, de Madrid. Observou-me pela centésima vez em quinze anos: ..."que bem educados são os portugueses... nos restaurantes falam muito baixo, se isto fosse em Madrid, uma mesa com quatro espanhóis fazia mais ruído que todos estes portugueses juntos! (...) vocês são como os franceses e nós, como os italianos"...
Que tal? Como vês, as coisas nem sempre são o que parecem.
Faz da Felicidade um Hobby! Tá.
Hoje, na minha praia deserta, encontrei uma colónia de féria de 23 putos espanhóis... tanta alegria junta há muito que não assistia ... Esta praia geralmente só tem vespas e abelhas e outros insectos ... hoje tinha putos espanhóis tb ... é assim ... foi melhor que um livro ...
Ontem assisti a uma cena que é a essência do país. Uns gajos da câmara tinha estado a pintar metade de uma passadeira, sinalizaram a parte pintada a plástico branco e vermelho, e foram almoçar. Aí vem uma cidadã, toda dinâmica, bundosa, com aquele ar abanado, meio Vila Franca meio cidade, alça a perna, salta a sinalização e caminha, com todos os sagrados direitos constitucionais, pelo branco estridente da passadeira pintada. Levou três ou quatro passos a perceber que as solas estavam pegajosas da tinta. Olhou para os sapatos, olhou a procurar solidariedade, e solta um: "Ólha-me os cabrões". Também já estive farto. Mas quando percebi que estas coisas são mesmo assim, desde o tôpo mais tôpo do Estado até á base mais básica, deixei-me disso
Conselho pratico: Pegue numa faca afiada ou em veneno de ratos e e faça-nos um favor: mate-se.
Obrigado.
Somos uns selvagens mas cívicos em muita coisa. Felizmente. Os turistas no metro não me incomodam nem um pouco. Já o teatro dos mendigos, alegadamente cegos, com acordeão e cão no ombro, a baterem um ritmo com a sua bengala, esses sim incomodam-me. Os estropiados infectados e imundos nas ruas da Baixa, também. Em muitos países, onde o turismo tem menos importância na economia do que cá, a polícia encarrega-se de levar os mendigos e os sem-abrigo para fora das zonas turísticas, acabando com o "espectáculo". E ninguém discorda de que isso seja o correcto a fazer. Por cá, na nossa república libertária, não é politicamente correcto fazer isso, e é a vergonha que se vê.
Os graffitis e cheiro a urina permanente no Bairro Alto, isso incomoda-me.
Ainda assim, dá gosto ver como os turistas reparam como o nosso metro é mais limpo que na terra deles e como admiram o charme dos nossos centros históricos apesar do vandalismo arquitectónico (caixotes de betão e vidro entre prédios centenários, estatuária pateta, cablagem da TV por cabo pendurada nas fachadas dos prédios).
Mudassem-se eles para cá, em vez de importarmos os imigrantes de países menos desenvolvidos, e este país estaria bem melhor.
Este ultimo comentário é de um fino recorte racista. Infelizmente os antepassados deste senhor vieram também para cá e deixaram-nos ficar. É pena, mas o cheiro a urina incomoda-me menos do que ele.
Praias mais limpas disse...
Para tolerante o senhor também não está nada mal.
Porque é que em vez de atirar pedras não é pedagogo?
João, O Nietzsche não era niilista...
Quem disse que eu sou tolerante. Ser tolerante é um sinal de paternalismo e não de igualdade. EU não "tolero" o racismo eu condeno-o. MAs vou tentar ser pedagogo. Então é assim: Os imigrantes de paises menos desenvolvidos vem para cá trabalhar porque são necessários, tal como os portugueses o foram os anos 60 e 70 e depois por todo o mundo. Se estas pessoas são necessárias e produtivas e honestas, não devem ser tratados como bandidos, mas como pessoas. pronto já expliquei, acha que compreendeu?
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