Há oásis felizes, famílias não endividadas e um pequeno "socraquistão" no Hotel Tivoli: «uma refeição com entrada a dividir por dois, prato, sobremesa, vinho (pode ser francês) e café, fica por 120 euros para duas bocas.» De certeza que estas "duas bocas" não se levantam às seis da manhã em Mem-Martins para às oito estarem a depositar a cria na creche, paga por um dos ordenados da casa e, para às oito e meia, entrarem no banco, em Sintra. Estas "duas bocas" apenas lêem, quando lêem, os jornais de borla que apanham no café da esquina. Estas "duas bocas" precisam dos cento e vinte euros para a prestação da casa ou para o aviamento mensal no Lidl. Estas "duas bocas" vivem no país chamado "real" que não consta do "powerpoint" que impressiona o dr. Dias Loureiro e os que podem pagar vinte e quatro contos por uma refeição. O Eduardo não é definitivamente deste mundo.
22 comentários:
http://barbeariadomirra.blogspot.com/
VALE BEM A PENA UMA VISITA
É um esperto.
Ah, esta nossa esquerda literata, "culta", chique e lisboeta, que vive tão perto da realidade mas não a conhece nem de raspão...
Realmente, falar de refeições de 120 euros, com o ar mais despretensioso (?) do mundo... só para ricalhaços...
É por haver tantos "Eduardos" e outros que tais, que não conhecem o País em que vivemos, que estamos a sofrer tantas agruras.
Tentassem viver os ministros, autarcas e outros detentores do poder, com o mísero capital mensal da esmagadora maioria do Povo Português, e talvez governassem de outro modo - administrando com mais prudência e equilíbrio a coisa pública...
Mas isso é ilusão... Estes senhores que tomaram posse do País querem lá saber da infelicidade alheia...!
"Quousque tandem abutere...?!"
Esse Dias Loureiro é o Conde Abranhos da actualidade.
Boçal e oportunista.
Um dos piores espécimes do cavaquismo acéfalo.
Para ele o meu infinito desprezo....
Sois um triste!
Por mais voltas que dê só consigo chegar a uma conclusão: Por mais ricaço que se seja, é preciso ser infinita e irremediávelmente bronco para largar tanta pasta por um petisco. Bem vistas as coisas uma boa salada de polvo faz-se em casa com um tintol a calhar e fica por muito menos. Donde se pode concluir, que não é a massaroca que faz o monge. E como dizia o meu avôzinho: Por mais verniz que ponham a quem não sabe, até os coisinhos atrapalham. É o que é
no prós e prós o ministro pinho limitou-se a fazer o elogio do dono.
o prof. Moreira e o dr. Villax falaram acertadamente durante os 20 minutos em que pedalei na bicicleta.
propaganda e blá blá
"tâmus fudidos"
radical livre
Apesar dos 120 euros, ou por causa deles, vá-se lá saber, o próprio autor do post diz:
"Infelizmente, a carta é pobre: as inevitáveis ostras (frescas), sauerkraut (medíocre), um bife para esquecer, um pavé de vitela que o próprio staff desaconselhou, pouco mais. Sim, há marisco. Os vinhos portugueses estão muito mal representados..."
Há tempos um cineasta pagou 2,800 euros por uma garrafa de vinho no Eleven.
Estava a comemorar o décimo espectador pagante do seu filme.
Eu quando for grande,
ou quando sair da caverna de Platão,
tambem quero ir ao Tivoli.
Respirar fundo e debitar a despesa na conta da empresa ou do ministério.
JB
Sou de esquerda, mas tenho que aplaudir este texto do João. Haja alguém que refira esta treta do Eduardo Pitta. Gosto de o ler, mas cada vez que publica estes textos sobre hotéis isto ou restaurantes aquilo, onde a refeição começa nos 100 euros por "boca", fico com vontade de lhe perguntar se por acaso já viu qual o país onde vive.
Credo, que horror que lindo.
Gosto mesmo muito do Eduardo, mas realmente o homem já não deve ver de que precaridades e limites e sofrimentos atrozes é feita a vida da gente em Portugal. Ao ponto de esse luxar e reluxar, essas cópulas alimentares excelsas, ser digno de defenestração moral.
PALAVROSSAVRVS REX
O que não custa a ganhar, não custa a gastar.
Gentalha sem gosto e sem vergonha. As nossas celulites no seu melhor.
A quem não custa ganhar, não custa gastar.
Ontem quando li o post no original senti a mesma perplexidade que o Dr. João Gonçalves. Tendo-me sido dado a perceber, no mesmo blog e não haverá muito tempo, que o sr Eduardo Pitta é um jovem reformado recente da Função Pública só posso concluir que ou anda por aí alguém a brincar connosco ou a minha Função Pública não é a mesma da dele, embora eu seja quadro superior em topo de carreira da «dita». Ou então aquele post é apenas mais um dos seus recorrentes assomos de deslumbramento provinciano e, nesse caso, o sr Eduardo Pitta estará, naturalmente, perdoado.
Maria R.
Até percebo o seu ponto mas, partindo do post original, era fácil adivinhar a descida inclinadíssima no nível da argumentação que se seguiria nos comentários. Em última análise, comer no Tivoli é tão alienígena para o Portugal real como comprar um bilhete para a temporada lírica no São Carlos, dar 40 ou 60 euros por um DVD do Karajan ou pagar os 30 euros que custam As Benevolentes. Imagino que o post não passe de uma picardia mas confesso que é a última pessoa de quem esperava críticas ferozes a que cada um gaste o seu dinheiro nos prazeres que melhor entende.
Já gostei mais de ler os textos do Eduardo Pitta, mas a sua crítica é ridícula. Cada pessoa gasta o dinheiro que tem, pode e quer naquilo que muito bem lhe apetece. Pela sua lógica, não podia haver consumo de luxo em Portugal. Eu gasto mensalmente uma boa quantia monetária em livros, DVD e, sobretudo, CD, e sei que muitos não o podem fazer. Mas sei também que muitas pessoas facilmente são capazes de gastar o dinheiro para a comida dos filhos num bilhete para ir ao futebol. Não entre por estes caminhos!
Indigno, este post. Ressabiamentos não, por favor.
Pelo teor deste post e de grande parte dos comentários, agora entendo melhor o verdadeiro sentido do nome deste blog.
P.S. obrigado pelo tráfego.
O populismo no seu esplendor.
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