Por causa de Menezes, falou-se muito nos últimos dias de populismo. Marcelo, aliás, foi o campeão na matéria na RTP, colocando no mesmo saco de gatos do referido populismo uma data de gente. Salvo o devido respeito, não concordo com a análise. Toda a democracia para se garantir um módico de eficiência e de eficácia tem de ter os seus momentos populistas. Muitos dos que se levam a sério e se têm por "institucionais", acabam fatalmente por ter de se armar em populistas para sacar votos ou aplausos. Não se bajula o "povo" citando-lhe os clássicos ao som de uma fuga de Bach. Até Jaime Gama, uma eminência institucional "central", não resistiu por uma vez ao populismo parlamentar com um sonoro Bokassa para cima de Alberto João Jardim. No PSD, praticamente todos os líderes foram populistas antes de serem líderes. Cavaco, em 85, esquálido e rodador de carros na Figueira da Foz, tinha meio partido "chique" contra si. Na campanha de 91, o "must" era saltar de carro em carro a distribuir o retrato do "primeiro-ministro de Portugal". Mota Pinto também teve e defendia um "nacionalismo saudável", coisa parecida com o populismo naquela altura. E Mendes foi o grande especialista, sem proveito, do famoso circuito da carne assada. Menezes, por exemplo, chora e isso cai muito bem junto das senhoras. Em suma, o pacote da democracia não sobrevive sem populistas da mesma forma que Amesterdão não dispensa o seu "bairro vermelho". O que varia é a qualidade do populista. A de Menezes vai agora apurar-se.
8 comentários:
Não percebi bem. Afinal, de Jaime Gama, Alberto João Jardim e Bokassa, qual foi no fim de contas o populista?
Se "populismo" =
s. m.,
simpatia pelo povo;
política que se orienta pela obtenção do favor popular, através de medidas que agradem sobretudo às classes com menor poder económico.
Logo, melhor será dizer que o que nos tem sido servido é mero FALSO POPULISMO, ou seja:
política que se orienta pela obtenção do favor popular, através de medidas que agradem sobretudo às classes com menor poder económico, mas que na realidade beneficiem os próprios politicos e as "elites" económicas e sociais .
Será que Menezes, eleito pelas bases, vai alterar o "status quo", será essa a "desgraça" que alarma as "elites" e os "barões"?
Ou vamos assistir a mais uma reprocriação de novos "barões"?
Salvo o devido respeito ?
Mas que linguagem é esta?
Respeito aquele "busybody" do Marcelo?
O Sr./ Tu /Você está a brincar conosco!
Eu talvez possa explicar :
Quando o Jaime Gama resolveu (com inveja do humor, esse genuíno, de Medeiros Ferreira) experimentar a graçola e apelidar Alberto João Jardim de Bokassa (o Imperador/Ditador africano tido por antropófago), o Alberto João saíu-se com esta :
- «O Jaime Gama quer que eu o coma !».
Ehehehehe ...
É o que dá quando se corre com as cabeças pensantes, ainda que não gostem de nós.
Como estipula o tal princípio otomano, acaba-se por ficar sem capacidade de renovação.....
PS - E o PSD era para ser o sucessor do PPD, mas não o seu substituto.
PS2 - Não confundir com o PP face ao CDS, onde o processo, neste caso, foi uma tomada de assalto.
Do tanto que se fala em populismo ultimamente, de repente pensei que mais ninguém o tinha ou praticava e que era uma coisa só do Menezes e do Santana.
O Marcelo Rebelo de Sousa é (segundo Duarte Lima) uma "costureirinha de bairro".
"...da mesma forma que Amesterdão não dispensa o seu "bairro vermelho"."
Em resumo, é tudo uma questão de putas.
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