19.10.07

NÃO SE QUEIXEM


Como duas crianças a quem ofereceram o tão desejado carrinho da "matchbox", Barroso e Sócrates apareceram de mãos dadas a celebrar o "tratado reformador". "Porreiro, pá". Sócrates, com aquele tique típico do mando provinciano, até instou os jornalistas a evidenciaram a mesma felicidade que exalava do sorriso da dupla. É evidente que nenhum cidadão português vai sentir nada de nada na sua vida que releve da eventual ratificação deste "tratado". Pelo contrário, vai sentir o orçamento de Estado, o desemprego e as velhas-falsas "oportunidades" da propaganda. O país não mudou entre a meia-noite a a uma da manhã. Sócrates, sim, mudou. Mudou quanto à forma como o país deve ratificar o "tratado". Todos os democratas de pacotilha, sejam de que partido for, estão a ser convocados para os "momentos Luís de Matos". Referendo? Não, isso era para a "constituição", como se isto não fosse a "constituição" sem o hino e bandeira. Prometeu-se um referendo e debate? Também não, ainda vamos "estudar" como é que vamos fazer como se não estivesse já decidido como é que se ratifica a coisa. Daqui até Dezembro não são favas contadas. O ar contentinho e imberbe da dupla portuguesa esconde um "tratado" que nos é objectivamente desfavorável e que é ignorado pela opinião pública porque é assim que Bruxelas gosta. Quando o calhamaço nos cair em cima da tola, depois não se queixem.

6 comentários:

rb disse...

""tratado" que nos é objectivamente desfavorável"

Em quê?

Anónimo disse...

os lugares comuns foram todos revisitados nos discursos de cada um. e o durão até utilizou aquela figura da retórica que diz que não diz aquilo que acaba por dizer (estavam todos empertigados de História, de 'momento histórico'- ridículo)

eu é que acabei por não perceber nada. ou melhor, percebi que os senhores estavam muito contentes por haver chegado a acordo, que é bom haver acordo, que há muito não havia assim uma sintonia. de quê? em quê? porquê?
acerca do tratado? qual tratado? há para aí algum tratado? cá para mim está é tudo doente ou doido ou parvo ou alienado ou alucinado.

cádê o tratado para eu ler e peceber porque é que foi difícil chegar a acordo, e porque é que 'quem mais ordena' nada pode dizer acerca de tão estratosférica prosa.
cádê ele? mostrem lá.

Anónimo disse...

Com esta felicidade toda talvez governem melhor!

Anónimo disse...

Não sei porquê tanta alegria e satisfação dos "escribas" que assinaram, pela parte portuguesa, o "tal" tratado !?

Afinal, já há muito tempo que estamos a ser (mal)tratados por essa gente que, se agora dizem que é "porreiro pá" ... o melhor é não acreditar em ... melhorias !

Resumindo : dadas as circunstâncias - já não estamos parados mas a recuar - o "tratado" que aí vem e que NOVE MILHÕES E NOVECENTOS MIL (tendo em conta que somos dez milhões), não sabe do que se trata, vamos importar novas formas de viver cada vez pior mas ... com uma esperança, cada vez mais ténue, de "isto" melhorar.

Seria "porreiro pá" que "outros" estivessem em lugar destes ... pior ninguém faria ... mesmo que quizesse !

Anónimo disse...

E viu sobre as mochilas que foram apresentadas como o último grito d da tecnologia e afinal já existe uma igual no mercado? A tecnologia da treta foi postado no país do burro.

César disse...

A troco da inscrição de um nome, Portugal assina - Portugal assina - a sua dívida eterna para com as suas congéneres europeias, e consolida a sua posição de país periférico e eternamente dependente dos fundos comunitários.

O desenvolvimento já não é meta: é mais a satisfação de se sentir europeu - mesmo perdendo eurodeputados, representação, soberania. E quem disser que não, que não perdemos soberania, não sabe o que é a PAC, não sabe o que é o TGV, não sabe o que é a OTA, não sabe o que são muitos desses projectos megalómanos que se fazem à custa de um país inteirinho, doravante feito cada vez mais de palhaço.

Mas vivam esses fundos comunitários! E viva o tratado de Lisboa!