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15.6.11

EM VÃO

D. José Policarpo descobriu agora - "agora", i.e., depois do dia 5 de Junho último - que a lei da interrupção voluntária da gravidez tem vindo a ser aplicada "ao Deus dará". Não só lhe fica mal invocar o nome de Deus em vão como podia perfeitamente continuar calado acerca de uma matéria da qual, aquando do último referendo, praticamente lavou as mãos.

10.2.11

O CRIME COMPENSA

Segundo o CM, desde que a lei da interrupção voluntária de gravidez entrou em vigor em Julho de 2007, foram realizados mais de 63 mil abortos que custaram cerca de 100 milhões de euros por causa dos "subsídios sociais" e das "despesas com deslocações" das abortadeiras. Isto porque estas queridas, contrariamente às restantes trabalhadoras, recebem 100% do subsídio social ao passo que uma mãe que se encontra de baixa para dar assistência à prol fica-se pelos 65% da remuneração. Sei que é politicamente incorrecto dizer isto mas em Portugal parece que o crime compensa.

27.6.10

A ABORRECIDA REALIDADE


Quem não se lembra do simpático e bem parecido dr. Miguel Oliveira e Silva, campeão mediático, ao lado da esquerda caviar abastada, na campanha do referendo acerca do aborto? Quem esquece as suas aplaudidas e inflamadas intervenções televisivas a favor da lei em vigor? Entretanto, o dr. Oliveira e Silva "evoluiu" para presidente do Conselho de Ética e deu pela realidade. De certeza que a maioria das mulheres a que alude na entrevista não pertence às classes média e média alta que estavam tão bem representadas nesses movimentos pelo "sim" e que, alarvemente, destratavam em público os seus oponentes quando estes falavam justamente de realidade.

«O número de abortos está a subir. De 12 mil passou para 18 mil em 2008 e para 19 mil em 2009.

Aumentaram os abortos ou a visibilidade sobre eles?
Está a subir o registo legal do número de abortos até às dez semanas.

Era expectável...

É expectável durante dois a três anos que isso aconteça porque são muitas mulheres que vêm do aborto clandestino e que o deixam de fazer às escondidas. Mas vamos ver até quando vão continuar a subir. Se os números continuarem a subir, a subir, é o total falhanço do planeamento familiar.»

É não é, dr. Oliveira e Silva? Temos pena mas não temos culpa. Pensasse nisso antes.

17.10.09

GENTE


Apesar da estupidez do texto do jornalista, quem terá coragem, um dia, de fazer por cá coisa semelhante com tanta gente, sem tabus ou temor reverencial perante a "frescura" dos "modernos" e dos complacentes? A Igreja portuguesa não deve ser pois em 2007 portou-se como se portou. E sociedade civil à margem do Estado, dos poderes e dos partidos não existe.

8.4.09

"QUAL É A DIFERENÇA?"

Este post é duplamente interessante. Não é vulgar um tipo com menos de vinte anos, hoje, cercado por todos os lados pela mais reles tagarelice correcta, escrever o que ele escreve. Chapeau.

14.2.08

A HONRA PERDIDA

O PS acha que o que mais o honra é ter aprovado a lei do aborto nesta legislatura. Num partido com maioria absoluta, a mãos com um país deprimido, periférico e mentido, a maior honra é isto? Pobre honra.

8.2.08

A BANALIZAÇÃO DO MAL

Leio "Eichmann em Jerusalém", de Hannah Arendt. Não foi um livro bem aceite na altura, quer pelos sionistas extremos, quer pela "nova" Alemanha. Eichmann era pouco mais que um bronco, um burocrata que, como afirmou no julgamento, não sabia viver num mundo sem regras, sem autoridade, sem "a boa ordem". Foi desprezado pela "aristocracia" nazi e servia perfeitamente para tratar da intendência da Endlösung: as deportações, primeiro, e a eliminação maciça, no fim. Mas não era de Eichmann que queria falar. Leio esta notícia e, salvo as devidas proporções, é da mesma forma bronca de cumprir as regras que se trata. A lei do aborto é, em si mesma, um imenso aborto. Falar de "previsões" acerca da interrupção de gravidez, ou seja, da possibilidade ou não possibilidade de uma vida, é a gramática "moderna" da banalização do mal. Discorre-se sobre a distância em relação às "previsões" quanto a abortos a realizar por comparação com os efectivamente perpetrados no SNS com a mesma ligeireza com que os funcionários do III Reich elaboravam sobre a concretização das "previsões" exterminadoras. Um sr. dr. Jorge Branco, director de uma maternidade (?), até se «congratula com estes valores, aquém do previsto, e acentua ainda o "grande predomínio" da interrupção da gravidez com recurso a medicamentos em vez da opção pela cirurgia», acrescentando ser «menos agressivo e menos traumático para a mulher», tal como o gás era menos "agressivo" do que um tiro na nuca. Em suma, seis meses depois da lei entrar em vigor, o aborto clandestino que os "progressistas" diziam vir combater com ela, prospera, bem como o negócio privado realizado à sua sombra. A "boa ordem" não funciona. A banalização do mal nunca resolveu um problema à humanidade.

16.11.07

A FALHA

Em qualquer parte do mundo, o aborto é uma falha grave. Despenalizado pelo sistema penal e pela sociedade política, mantém-se como uma falha grave. É assim que consta - e deve constar - do "código deontológico" dos médicos. Nada disso impede que ele se perpetre por qualquer motivo justificável, mas o princípio deve lá estar. Correia de Campos vai queixar-se dos médicos ao MP por alegadamente não estarem a cumprir lei do aborto. Correia de Campos é uma falha política da maior gravidade. A quem é que a gente se vai queixar deste soviete democrático?

21.10.07

A ÉTICA PLANIFICADA


Sou jurista. Sofrível, mas jurista. Todavia, não me vejo a escrever um parecer como o do conselho consultivo da PGR onde se entende que a Ordem dos Médicos deve alterar o seu Código Deontológico para o "adaptar" designadamente à lei do aborto. Correia de Campos que, por si, já tinha uma "visão" sui generis quanto ao controlo do desempenho médico, chamou-lhe um figo. Que eu saiba, um "código deontológico" pressupõe a salvaguarda de uma conduta ética no exercício de uma função. Os médicos não tiraram o curso para serem pistoleiros ou para prevenirem a emergência de uma vida. Pelo contrário, servem para a dar e preservar. O conselho consultivo da PGR e o infeliz dr. Campos, ao darem prevalência ao "pathos" legal sobre o seu "ethos", prestam um péssimo serviço ao direito e à sociedade metendo-se onde não devem. É, para ser delicado, um belo precedente tipicamente "soviético".

11.2.07

OS COLABORACIONISTAS (versão final)

Uma das coisas mais desagradáveis da campanha que hoje culminou no voto, foi ver que nem toda a gente que se envolveu nela directamente percebeu de que lado estava. Explico-me. Amanhã, ou o mais tardar depois de amanhã, o país tal como ele é volta às nossas vidas em todo o seu horrível esplendor. Começa, finalmente, o pior ano da legislatura - não me digam que ainda não tinham percebido a evidência- e aquele que poderá salvar ou crucificar o governo e a maioria do espartano Sócrates. Muita gente válida do lado da denúncia e da crítica impiedosas (não conheço outras) ao manto diáfano de fantasia em que o PS e o governo nos pretende envolver com o seu "reformismo" de opereta - devidamente apaparicado pelo prof. Cavaco - esteve com o governo e com o PS nesta campanha. Por exemplo, ao alinhar pelo "sim", essa gente está implicitamente a dizer que acredita no SNS, nas urgências, nos hospitais e no INEM do dr. Campos, que aceita o negócio privado e chorudo do aborto "privado", que acha sublime essa fada do PS que se chama Maria de Belém, que aceita o autoritarismo do chefe e do seu - para já - mais dilecto colaborador nesse autoritarismo "democrático", o dr. Costa (o tal do "não estão em causa considerações éticas"), etc., etc. Como o "sim" ganhou, convém a esses colaboracionistas perceberem que, acima de tudo, ajudaram a uma vitória deste PS e deste governo. Ou será que, na sua inquietante ingenuidade, imaginam que são as mulheres, humilhadas e ofendidas, que preocupam o senhor engenheiro e respectiva tropa de choque? Que foi por causa delas, coitadinhas, que Sócrates veio a correr da China, declamou piedosa retórica em jantares e conferências, e mandou avançar com o espantalho do "fica tudo na mesma se não me derem o votinho"? A "direita" sai duplamente humilhada desta cena. Primeiro, pelas parvoíces que alguns dos seus prosélitos disseram e escreveram a propósito do aborto. Em segundo lugar, pelos silêncios comprometidos e pelos alinhamentos com espertalhões da política "dura" com quem andaram a dançar o vira em nome de uma "causa" que não lhes pertencia. Ninguém, da "esquerda" ou da "direita", lhes agradecerá o disparate e, muito menos, o frete.

Adenda: Este texto é igual ao que escrevi de manhã, lá mais atrás. Limitei-me a actualizar os tempos verbais e a evidência da vitória do "sim", desaparecendo os "ses". Apenas uma palavra final sobre isto. Marcelo Rebelo de Sousa teve uma péssima prestação durante toda a campanha, ora aparecendo como "comentador", ora como "partidário", ora como nada. Mais valia ter ficado pela última.