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1.9.09

SERENIDADE


Enquanto o PS do admirável líder se descobra em gastos e propaganda reles, onde se confunde o governo da nação com o partido à boa maneira de certos regimes, prefiro a amenidade de Vale de Lobos e, depois, a calma do Martinho da Arcada*. Arregimentado, nunca. Apenas voluntário onde me apetece e com quem me apetece.

*o debate "blogosférico" com Santana Lopes pode ser seguido em directo aqui.

31.8.09

EVITAR MAIS "VALE DE LOBOS"


«E quando, ele que observara impenitente o velho Portugal, abandonado ao lodo utilitário os seus coevos, via também a mocidade mediocremente respeitosa por essa religião do Indivíduo que era a sua; quando via as tendências centralistas e socialistas - confessas ou inconscientes - dominarem nos governos e oposições, nos partidos conservadores e nos revolucionários, ele chorava, outro Isaías, sobre as ruínas do templo abatido, sem reconhecer que as pedras desse edifício derrubado já começavam a formar um novo monumento.» Isto é Oliveira Martins sobre Alexandre Herculano o tal que «antes de expirar disse apenas: «Isto dá vontade de morrer!» Para contrariar esta fatalidade nacional tão bem encarnada no retiro moral e físico de Herculano em Vale de Lobos, o José Pacheco Pereira apresenta amanhã, simbolicamente na Quinta de Vale de Lobos, a lista de candidatos a deputados que ele encabeça em Santarém. Vou até lá dar-lhe um abraço. Um dividido em dois. O político, que é óbvio. E o pessoal, que é apenas óbvio para mim.

6.7.09

À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS


É o nome do programa de José Pacheco Pereira, aos domingos à noite, na Sic-Notícias. Por ter "participado" indirectamente no primeiro, entendi nada dizer. Também, aqui ou ali, as tradicionais referências ao "pequenino" não foram naturalmente esquecidas por alguns pequeninos "de referência". O "desconstrutivismo" da "mensagem" e da "massagem" que essencialmente jornais e revistas veiculam (prolongando muitos o exercício em blogues e através das "redes sociais") é fundamental para se entender a gramática do regime. Ou a promiscuidade do regime, o que vai dar praticamente ao mesmo. Há excepções e os exemplos escolhidos no programa de ontem foram adequados. Não me parece que JPP pretenda ensinar o "padre-nosso" a quem quer que seja. "Desmontar" e explicar como se "monta", assinando em baixo, importa imenso numa democracia que vive e morre pela imagem e pela palavra associada à imagem, ou vice-versa. O caso Pinho, por exemplo, noutra encarnação não teria tido a menor repercussão. Quando muito, um cartãozinho a agradecer a colaboração teria sido suficiente e o país prosseguiria, tranquilo e manso, ignorando os "corninhos". Hoje é impossível porque, contra toda a propaganda e contra toda a "massagem", a evidência pode, num segundo, tornar-se evidente. Pinho já era praticamente nulo há quatro anos mas a "mensagem" (no caso, visual) liquidou-o. De tal forma que o cartãozinho acabou por ter de ser verbalizado pelo actual presidente do Conselho porque não havia "massagem" que salvasse o infeliz mensageiro. E, antes disso, convinha ao actual presidente do Conselho salvar-se a si mesmo. O facies hirsuto de Pinho, na posse do seu sucessor, quando foi abraçado pelo homem do cartãozinho verbal, não deixou margem para dúvidas. »Ponto Contraponto» é disto que é feito. Só vale a pena se, como diz o seu autor, "tocar num nervo muito sensível". E deixar uns quantos idiotas úteis (e outros tantos inúteis idiotas) à beira de um ataque de nervos.

Foto: tvi24

18.10.08

A NOMENCLATURA DO CÍRCULO -2

A habitual azia "santanista" de JPP (o lado bom da "força") passou para alguns comentadores do post anterior. No entanto bastou-me ver a RTP (a mesma RTP que merece, e bem, tanta atenção do JPP) para perceber o "sucesso" da diatribe de Pacheco na Quadratura. O telejornal de Rodrigues dos Santos passou parte das afirmações de JPP seguidas de imagens dos putativos candidatos à CML "indicados" por ele (Passos, Borges e Sarmento). A RTP até "esclareceu" que Passos, quando muito, aceitaria concorrer à presidência de uma remota assembleia municipal. JPP - este é o "ponto" que me interessa e tanto se me dá que o apreciem ou não - fez objectivamente um frete a António Costa enquanto irrelevante presidente e recandidato do PS a presidente da CML. E não ajudou um milímetro o seu partido com mais um monólogo "estratégico" sobre o diabo (o lado negro da "força"). Para além disso, não convém tentar o referido diabo. E se ele ganha, como Vasco Pulido Valente colocou, em hipótese, num canal ao lado?

Adenda: Apoie ou recuse Lopes, Ferreira Leite irá sempre a reboque, ora de uns, ora de outros, para as autárquicas em Lisboa. Se deixou que se soubesse que falara com o antigo 1º ministro sobre o tema, mais valia ter concluído publica e pessoalmente a "conversa" e não deixá-la a pairar na boca de terceiros. Desde JPP ao sr. Carreiras da distrital de Lisboa. O único que se tem portado bem nisto, paradoxalmente, é o pseudo-interessado.

Adenda 2: Ao introduzir o tema "Santana", Pacheco Pereira "desviou" as atenções da aparição de Manuela Ferreira Leite destinada a comentar o OE para 2009. Ninguém deu conta do que o PSD disse sobre a matéria porque havia no caminho a solene opinião de JPP sobre um seu companheiro de partido. Foi isso que sobrou para as televisões e para os jornais. Prioritário é mesmo o que JPP pensa, ao lado de António Costa, sobre Santana Lopes. O resto (e o resto é "apenas" a presidente do partido) é tido por maledicência da senhora em tempos de crise e de "união nacional" em torno de Sócrates.

17.10.08

A NOMENCLATURA DO CÍRCULO


Conforme previsto - e tomo por boa a informação do Pedro Correia - José Pacheco Pereira terá feito na Quadratura a "apologia anti-Santana". Todavia lançou, provavelmente sem se rir, três nomes para a mesa que partilhava com António Costa: a promessa Passos Coelho, o desconhecido Borges e o ginasta Morais Sarmento. Realmente, só por maldade, como sublinha o Pedro, ou por um vago sentido de humor negro é que qualquer uma destas aventesmas pôde ter emergido da boca do ex-presidente da distrital de Lisboa do PSD. Porque qualquer delas levaria a competente sova do colega de programa o qual, tudo o indica, chegará às eleições sem nada de especial que o recorde como edil. "Protocolos" para limpar as paredes do Bairro Alto, convenhamos que é pobrezinho para quem é "nº 2" do poder socialista. JPP esteve, pelos vistos, a coçar as costas de Costa. Daqui para diante, sempre que um papagaio qualquer fizer o mesmo a um qualquer outro membro da nomenclatura socialista, que dirá JPP?

16.10.08

A BOLEIA

Parece que José Pacheco Pereira vai aproveitar o seu "tempo de antena" na Quadratura do Círculo para desancar a hipótese Santana Lopes em Lisboa. Faz mal. O assunto ainda não deixou de ser "doméstico". Ninguém ouviu uma palavra a Ferreira Leite sobre Santana. Apenas linhas e "bocas" nos jornais. Por outro lado, na Quadratura senta-se António Costa, o mais do que provável opositor de qualquer candidato do PSD em Lisboa. Não é, por isso, o melhor lugar para fazer "doutrina". Seria, por exemplo, mais interessante JPP confrontar Costa com o "património disperso" de uma Câmara que ele "gere" à bolina e de forma medíocre. Todavia, Costa e Pacheco têm um "laço" que vem de Loures, de umas frustradas autárquicas para ambos. Foi o tempo do burro e do Ferrari, uma corrida idiota inventada por Costa para provar não sei o quê. O que importa, JPP, é V. não lhe dar, de novo, uma boleia à conta da sua azia "santanista".

7.9.08

MULHER-FURACÃO - 2

O meu amigo JPP, como eu, aliás, não gosta das "jotas". Todavia, ontem à noite, como nos bons velhos tempos (só que, agora, ao lado da "boa senhora"), arrastou-se militantemente a Castelo de Vide para "leccionar". Sabe - tão bem como eu - que, para aquelas jovens almas ambiciosas e nulas, é letra-morta. Os "ídolos" deles não vêm em velhos livros coçados pelo tempo. São-lhes fornecidos pelos "jornais de economia" e pela televisão. "Competitividade" e "mérito" significa, para eles, espetar a faca no dorso do concorrente mais próximo, um "lugar" e chegar, por exemplo, a Dias Loureiro. Numa coisa acompanho JPP. No meio de tanto papagaio e de uma colossal máquina de propaganda oficial que mais parece uma permanente abertura de jogos olímpicos chineses, "falar" dever ser a excepção e não a regra. Ferreira Leite fez mais um diagnóstico. Bem feito, naturalmente. Sobretudo porque recordou - os papagaios escondem isto permanentemente - que, em quase treze anos (catorze em 2009), mais de dez são poder PS, primeiro com o bonzinho do alto comissário (com Sócrates sempre ao lado) e depois, em maioria, com o "menino de ouro". E que, apesar de socialistas e laicos, estes rapazes possuem uma cultura de absolutismo democrático incompatível com "diferença" e crítica. Ferreira Leite também disse que a política portuguesa vive num "círculo vicioso". Sucede que o partido dela também vive disso. Do regime, no fundo. Daquilo para que os jovens amestrados de Carlos Coelho, afinal, se estão a preparar.

22.7.08

O INTELECTUAL NO SEU LABIRINTO


À excepção do PC que, suponho, mantém um "organismo" específico interno de "enquadramento" dos "intelectuais" - como tem para quase tudo -, os restantes "grandes" partidos tratam particularmente mal os seus "intelectuais". É evidente que o PC "enquadra" porque o "centralismo democrático" pressupõe tudo muito arrumadinho, nas gavetas adequadas, e sem veleidades "individualistas". O PC "cedeu" o sr. Saramago ao país e o sr. Saramago aceitou a "cedência" porque foi adoptado pelo nosso provincianismo paroquial. Bajular o sr. Saramago é o sonho de qualquer dirigente partidário fora do PC. Ora isso, por definição, agrada a Saramago mas não agrada ao PC. Vem isto a propósito do lançamento do livro* do José Pacheco Pereira (na foto à direita). Do PSD , "actual" ou menos "actual", estava o dr. Arnaut e a editora, Zita Seabra, evidentemente na condição de editora. Seria de elementar cortesia, para dizer o menos, que alguns membros da "família laranja" celebrassem a saída de um livro de um "dos seus" marcando presença. O ano passado, quando Zita Seabra lançou o seu "Foi Assim", não faltou ninguém da "nomenclatura" e Marques Mendes, o líder do momento, esteve lá. O "projecto" de JPP - "seguir" o trajecto da extrema-esquerda, "ideológica" e partidária, desde os anos 60 em diante, com o indispensável "quadro" internacional em que a doméstica se moveu - merece atenção até porque se trata de um trabalho pioneiro. Muitas das nossas "elites" actuais vieram dali. O PSD, que já teve à sua frente um ilustre maoísta, possui um negativo lastro "anti-intelectual". É o resultado, em parte, da própria história do partido, forjada num "registo" mais pragmático do que ideológico e de uma presença assídua no poder. No poder, por natureza, pensa-se pouco e tende-se a desprezar quem pensa. Veja-se, no caso do PS, o que aconteceu a Manuel Maria Carrilho. JPP é atípico da condição "militante", dentro ou fora do poder. Todavia, são militantes como JPP no PSD, Carrilho no PS ou como foi Lucas Pires no CDS que demonstram a subsistência, dentro dos partidos, de formas de vida inteligente apesar do cartão partilhado com outras formas de vida inqualificável.

*"O um dividiu-se em dois" - origens e enquadramento internacional dos movimentos pró-chineses e albaneses nos países ocidentais e em Portugal (1960-1965), Alêtheia Editores, 2008

21.7.08

A EXTREMA DO REGIME

Não sei o que é que deu ao JPP para convidar o insuportável prof. Rosas para apresentar o livro da foto sobre os "extremas" e no que, presumivelmente, deram. "Extremas" da esquerda, naturalmente, porque nessa matéria ainda estamos num "estado infantil" em que apenas o "correcto" é permitido e nos pastoreia agora em versão "esquerda moderna" ou "social-democrata". Lá estarei sem ouvir o embotado do BE.

9.5.08

A FALA DE UM MILITANTE DE BASE

Vale a pena ler esta inteligente entrevista de um "militante de base" que apoia Ferreira Leite. Ao lê-la, percebe-se por que é que a candidata se "exprime" politicamente através de "militantes de base" como este e não tanto por ela mesma. Ela é mais "contas" e o substantivo abstracto "credibilidade" do que qualquer outra coisa. Não sei se chega para os outros "militantes de base".

2.4.08

A QUADRATURA DO "MÉTIER"


Os drs. Pacheco Pereira e Lobo Xavier "escolheram" António Costa para substituir Jorge Coelho no programa da SIC-Notícias. Costa é um politicão sistémico e "número dois" do regime, embora - julgo - ainda dê algum uso à sua própria cabeça. Todavia, não deixa de ser uma figura da nomenclatura e da propaganda. Dentro do PS haveria certamente outra gente (o Pedro Correia sugere alguns exemplos) mais liberta dos presentes constrangimentos "socráticos" e da retórica partidária da "esquerda moderna". Eu preferiria Manuel Maria Carrilho mas imagino que os outros dois participantes - e o partido dele - não vissem com bons olhos ter de partilhar o plateau e as respectivas vaidades com o filósofo ironista que, goste-se ou não, possui uma personalidade demasiado vincada e uma "agenda" diversa do nosso quotidiano pequenino. Quem diz Carrilho, diz Medeiros Ferreira, num registo diverso. Pacheco e Xavier, apesar de "livres", já têm demasiado "vício" no corpo e nem sempre conseguem fugir a alguma trivialidade tagarela. Ora Costa vem apenas acrescentar mais "métier" ao programa do que qualquer outra coisa. A quadratura é mesmo do círculo.

29.3.08

OVOS FRITOS EM AZEITE

O argumentário utilizado pelo José Pacheco Pereira para defender a invasão do Iraque tem tanto de retorcido como o de Mário Soares, em sentido oposto, tem de ingénuo. São como ovos fritos em azeite, para recorrer à expressão de um panegirista do "iluminista" Soares. Entretenham-se com outras coisas.

29.1.08

O PLÁSTICO NA POLÍTICA

Mário Soares, Pacheco Pereira e Miguel Veiga estiveram a derramar, não sei onde, sobre Sá Carneiro. Com manifesta melancolia, mostraram a sua acrimónia para com o "marketing" e a obsessão pela imagem na política, e vi - juro que vi - Soares "indignado" contra os "políticos de plástico". Será o mesmo Soares que anda por aí ao colo com actual secretário-geral do partido que fundou, um monumento vivo ao plástico na política?

25.6.07

NÃO É FÁCIL DIZER BEM - 19


Por falar em Sampaio, um dos seus assessores de imprensa em Belém, João Gabriel, vai publicar o habitual livrito dos seus "anos com Sampaio". Já sabíamos que o "processo de decisão" do então presidente tinha tanto de redondo como de difícil. Gabriel - um espertalhão que até mantinha uma revista chique sobre bola enquanto esteve em Belém - vem agora fazer render o peixe com esta conversa de chacha. Os jornais destacaram o "incidente" Santana Lopes para apimentar o lançamento e ajudar a vender o livro. Gabriel, nesta matéria, vem revelar o quê? Que Sampaio espremeu-se o mais que pôde para evitar que Lopes sucedesse ao transfuga Barroso? Que tentou mobilizar toda a "elite" laranja no activo e a outra (Marcelo, por exemplo) a aceitar o lugar de São Bento para barrar a qualquer custo o caminho a Santana? Gabriel saberá alguma coisa da "missa" mas porventura só sabe metade. Outros que não ele, com outro traquejo político e com tarimba, talvez tivessem mais coisas a contar não fosse dar-se o caso de terem optado pela Arcádia. Gabriel preferiu optar pelo negócio e pelo espectáculo. Sampaio esteve mal das duas vezes em que abordou o "caso Santana". A primeira, porque em vez de ter andado a conspirar ao telefone contra a ascensão daquele, mais valia tê-lo chamado a Belém e explicado o óbvio: sem passar pelo crivo mínimo de um congresso ou, no limite, de uma eleição, não valia a pena. A segunda, porque nunca dormiu bem com o peso de Santana - e, indirectamente, da "traição" a Ferro Rodrigues - na consciência, fê-lo sair da pior maneira, dissolvendo o Parlamento (com uma maioria) em vez de demitir directamente o governo. E, uma vez "recomposto" o PS, os seus mais distintos representantes no Palácio - e Gabriel não era seguramente nenhum deles - fizeram o resto, mesmo com Sampaio todo torcido. Alguém se terá lembrado de lhe perguntar se queria passar à história como o elo mais forte de Santana Lopes, sem direito a retrato póstumo no Rato. Aí o homem encolheu-se e, naturalmente, recolheu Santana. Estranho - e talvez não - que José Pacheco Pereira tenha aceite prefaciar esta "obra". Pacheco deu corda ao "redondismo" de Sampaio por diversas vezes a partir da sua "quadratura do círculo". Ainda ele era presidente e já ele não era presidente. Por outro lado, foi o inimigo "intelectual" politicamente mais estruturado contra Santana Lopes, com a "vantagem" de pertencer ao mesmo partido. Nesse sentido, o "redondismo" de Sampaio acabou por ser seu aliado. Gabriel - que conheci pessoalmente - é um puro caso de oportunismo no sentido benigno do termo, se é que existe algum. É pena que Pacheco Pereira - sabendo perfeitamente que este livro não vem propriamente "fazer história" mas antes apresentar-se como uma memorabilia "à Carlos Castro" armado em sofisticado político e em conspirador de trazer por casa - se associe a este objecto. Se calhar o "ódio retroactivo" ao "menino guerreiro" vale bem umas linhas, nem que seja num livro de um autor esquecível.