O Portugal dos Pequeninos passou a interessar-se - se é que alguma vez deixou de estar - pelos problemas da interpretação e do conhecimento que, em condições normais, buscariam o "estudo incessante do melhor". Todavia, nas nossas, só é possível prosseguir melancolicamente no "estudo incessante do pior" na utilíssima expressão de Samuel Filipe. Por exemplo, a bola. O efeito-bola em mentes brilhantes. O recurso à primeira pessoa do plural para acentuar o "quentinho" patrioteiro e unitário do evento futebolístico («marcámos») ou a sugestão de contornos verdadeiramente académicos («jogue em 4-4-2»). Isto temperado com a ideia de "federar" o sujeito A ou B com o sujeito C, enquanto entidades politicamente instrumentais, com "nomes" - sabendo-se que apenas uma mera deslocação circunstancial de votos timoratos permitiu alcançar determinado resultado - dá praticamente uma pequena obra de arte de mistificação blogosférica. Acabamos sempre pelo efeito-bola por onde começámos. Redondo ou quadratura do círculo. Nunca Salazar a manipulou tão bem.
6 comentários:
o ópio do nosso povo!
Depois da «foi bonita a festa,pá» e dos foguetes atirados, a palonçada vai começar a apanhar as canas e a carregar os pianos.
Nada melhor do que a «bola», os «gatinhos da piadola» e um bocadinho de «fado vadio» para entreter o tuga mergulhado em dívidas e penhoras...
A propósito ou não disto, ainda nenhuma força política alvitrou uma nova medição pelo Vitinho da Desregulação do «déficit» que este governo deixa e que transmite ao próximo, e que segundo alguns especialistas (ex.Prof.Bessa,etc.) poderá andar nos dois dígitos...
Mas isso não interessa aos telejornais homogeneizados.
Fátima, Fado e Futebol. Os três F da vulgata caricatural da II República (da ditadura, dirá o senil senador).
Deste tríptico edifício, já só sobra o futebol.
O "keynesianismo(?) à Sócrates" veio ocupar o lugar da nova "Fátima" (a fé nas virtudes da despesa pública, também apodada de investimento, num exercício típico de newspeak).
O Fado passadista e choroso foi substituído pelo voluntarismo tecnológico, que nos proporcionará os novos "amanhãs que cantam", de que o Magalhães é o ridículo expoente.
O povo tem o que merece. E como vive na merda e só merece merda vai aguentá-la mais uns anitos.
O povo disse, embora na minha opinião mal, o que queria. E como fez asneira continua a ser gozado e aldrabado.
O aldrabão-mor, essa bestiaga política a quem uma vez mais, incensatamente, deram o poder, sai duma reunião com o PR e vocifera sandices das quais é de destacar a afirmação do diálogo.
Com a sua lábia habitual repete, com expressão ternurenta,o seu desejo de diálogo.
Houve já quem, dotado de forte paciência para aturar este asno político, tenha contado as vezes em que empregou a palavra que quer mostrar agora lhe ser tão querida
Pena foi que ainda não lhe tivessem dito que essa treta do diálogo não constitui um desejo sincero dele mas sim uma imposição do povo através do resultado das eleições. O diálogo não vem dele como quer fazer crer, é simplesmente uma ordem do povo a que não pode fugir.
Presumo que seja um elogio tal é a comparação, mas mesmo assim não gosto!Guarde-se para coisas maiores.Conselho de amigo.
José Medeiros Ferreira
Salazar era um menino ao lado destes profissionais da alienação.
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