Este ano - hoje - as "comemorações" do 5 de Outubro ocorrem em plena campanha autárquica. Para não ferir susceptibilidades, Cavaco não vai à varanda da CML hastear a bandeira e não fala. Ou melhor, fala mas de Belém, tipo "declaração". Costa vai mas não fala porque é concorrente, uma outra maneira de fazer propaganda. Sócrates vai ajudá-lo em silêncio. E a GNR é substituída por uma fanfarra de bombeiros. A 5 de Outubro implantou-se uma ditadura, urbana e violenta, de partido único de que Sócrates e Costa, em certo sentido, são "herdeiros". Acabou, a de 5 de Outubro*, derrubada por outra ditadura. A esta seguiu-se isto em que estamos. Se alguma coisa a I República nunca teve foi escrúpulos. Não se percebe, por isso, que o actual regime dispense comemorar a sua implantação em nome dos costumes obrigando os principais protagonistas a estas ridículas acrobacias.
*e escusam de vir aqui defender a monarquia que, nessa altura e muito por culpa dos monárquicos, estava no "estado" que se conhece. Da fama de alguns deles terem conspirado activamente para matar o Rei, dois anos antes, não se livram.
13 comentários:
Hoje comemora-se os 10 anos da morte da D.Amália. Estranha coincidência. Mas o regime republicano pouco tem de aliciante para animar a malta nestas comemorações do seu centenário. Nada como homenagear uma cantora universal que era amada pelo povo, mesmo que muitos republicanos (maçons e jacobinos) a tivessem querido ostracizar após o 25 de Abril. Há uma célebre entrevista da cantora, em que uns jornalistas da RTP (na altura, só havia essa) querem, à viva força, que ela diga que era uma grande simpatizante do "fascismo" e do Dr. Salazar.
Por muito que custe a muito boa gente o prestígio da República foi alcançado por Salazar durante o Estado Novo. A 1ª e a actual 3ª cada vez são mais parecidas, já só falta uns tirinhos ao fim de semana.
Pum pum não sobra nenhum. Muito bom.
Você chama-lhes herdeiros, eu sempre preferi chamar-lhes bisnetos.
Todos celebram a data de mais um golpe de estado em Portugal nos últimos 100 anos, assinalado com mais um feriado. Estes de agora, Costa e glorioso Premier, fazem companhia a Salazar, Cerejeira e outros intelectuais de Coimbra que também celebrariam hoje e até agradecem as condições, sangue e caos que esta turbamulta sanguinária criou para poderem chegar ao poder e reformar o país como bem entenderam anos mais tarde. E como diz até alguns monárquicos participaram na conspiração do regicídio um ano antes.
É muito bonito ver como todos estes extremos se tocam.
Verdadeiros acrobatas, estes senhores de hoje, tal como os seus "de cujus".
Estes não têm mais escrupulos do que os seu avózinhos da 1ª Rep. , são é ainda mais velhacos e corruptos.
Espero que estejam a chegar ao fim!
Dr. João Gonçalves,
Sem "parti pris", não resisto a parafrasear a sua frase do seguinte modo: "e escusam de vir aqui defender a República que, nesta altura e muito por culpa dos republicanos, está no "estado" que se conhece".
O «estado» da Monarquia, na sua fase final, era sem dúvida bem melhor - ou, vá lá, menos mau - do que o «estado» que a República implantou. E essa «fama de alguns deles (monárquicos) terem conspirado activamente para matar o Rei» não passa disso mesmo - rumor, boato, teoria da conspiração. E, a ser verdade, seriam, precisamente, «alguns». Convém nunca esquecer que, após assassinarem o Rei e o filho, os republicanos dedicaram-se também a assassinarem alegremente... outros republicanos!
As simplificações são cómodas,mas há quem prefira algum rigor. Se a 1ª República até ao Sidonismo se pode grosso modo descrever como "ditadura",já o período post-sidonista até ao 28 de Maio não me parece caber no cliché. É sim um cafarnaum político em que participam activamente conservadores e liberais,unionistas,evolucionistas,em agregações e desagregações infindas com o resultado conhecido. Mas "ditadura"? E "afonsista", ainda menos. Não confundamos a 1ª 1ªRepública e a 2ª 1ª República.Tudo isto generalizado,mas não tanto como o que se tem ouvido e lido quanto à suposta ditadura afonsista coincidente com a República. Pode dizer que com mais ou menos afonsistas os resultados foram lamentáveis,nisso concordamos,mas já agora sejamos um pouco mais precisos. E tambem não culpe os monárquicos em geral da responsabilidade do fim do regime. Os actuais nada têm a ver com isso,e naqueles tempos,criaturas como o sinistro Ribeira Brava ou o Alpoim tinham-se tornado em verdadeiros republicanos,e pior, cúmplices com o regicídio. Mas não tenha dúvidas que se o regime tivesse sido referendado a sério durante a 1ª República e boa parte do Estado Novo teria ganho a Monarquia. Mas nenhum governante teve coragem para o fazer. Eles sabiam porquê...
Optemos pela hipótese simpática: eles não sabem, são profundamente ignorantes e, como detestam o VPV, ignorantes permanecerão porque continuarão sem o ler. Uma outra qualquer possibilidade não é viável pois, a sê-lo, como apodaríamos os arautos da "Ética Republicana, Laica e Socialista"?
Srº João Gonçalves. Defendo sempre a Monarquia em quaisquer circunstâncias. O facto de maus monárquicos terem pretendido atentar contra o Rei, não tem nada a ver com a defesa da Instituição.
Claro que este regime ao pretender identificar-se ou assumir-se como herdeiro da I República, só demonstra a sua medíocridade.
Até nesse pormenor mostram que são tacanhos.
Jiboia Cega
Kero ler o Mani Pulite, o Ochoa e o Garganta Funda.
Este blog sem eles é uma pepineira.
Diz o João Gonçalves:
*e escusam de vir aqui defender a monarquia que, nessa altura e muito por culpa dos monárquicos, estava no "estado" que se conhece. Da fama de alguns deles terem conspirado activamente para matar o Rei, dois anos antes, não se livram.
Podiamos dizer o mesmo na actualidade, relativamente ao movimento monarquico em Portugal:
*e escusam de vir aqui defender o movimento monarquico que, nesta altura e muito por culpa dos monárquicos, está no "estado" que se conhece. Da fama de alguns deles terem conspirado activamente para denegrir o candidato a Rei, em anos anteriores, não se livram.
Bem, Sr João Gonçalves, bem vejo o espírito livre dos "homens livres" ... por acaso participou na Constituinte dos anos 70 ? Terá participado na escrita do 288 b) ? Temos pena ...
Portugal comemorou hoje noventa e nove anos de «republicanos, laicos e ladrões».
Da corrupção moral e material da Monarquia passámos directamente à ladroagem da I República e à influência maligna da Maçonaria e da Carbonária.
No ano que vem, comemorar-se-á um século disto, com foguetório, discursos e comezainas.
É uma vergonha nacional fazer desfilar fanfarras para comemorar uma das mais negras páginas da História de Portugal.
E lá esteve, firme e hirto, o alcaide Costa, herdeiro politico e ideológico do piorio que a República pariu.
Que façam bom proveito!
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