Se voltasse ao PSD, ia para o PSD/ Madeira. Se pudesse sair de Lisboa, ia viver e trabalhar para a Madeira. Dito isto, e agora que se fala em "avaliar" os senhores juízes, podia começar-se por avaliar decisões judiciais relativas ao uso da liberdade de expressão e da crítica políticas. Entre Daniel Oliveira e Alberto João Jardim não hesito. Aliás, uma das razões por que não hesito é justamente por apreciar a liberdade de expressão e de crítica políticas do presidente do governo regional da Madeira, alguém nunca atafulhado pelo preconceito da correcção. Por isso, imagino que o cidadão Alberto João não aprecie decisões judiciais que, sendo-lhe favoráveis, são desfavoráveis à liberdade de expressão e de crítica políticas de que Jardim é um dos mais imaginativos beneficiários. Depois, trinta anos de poder sufragado livremente pelos madeirenses é a única resposta com grandeza à acrimónia habitual. Existe, felizmente, jurisprudência dos tribunais superiores que garante a liberdade de expressão inserida no plano da crítica política. E que serve para Daniel Oliveira e para Alberto João ou outro cidadão qualquer. É bom - e eu não abdico desse prazer - respirar livremente o ar doce e meridional da Madeira. Não vale a pena estragar esse privilégio com intendência mesquinha.
27 comentários:
este texto é de uma ambiguidade tal que não se chega realmente a saber de que lado está o autor. mas concedo que posso ter uma compreensão limitada.
Mas não foi Alberto João Jardim que apresentou queixa contra o articulista? e que veio "comemorar" a decisão que lhe foi favorável nos seus 30 anos de poder?
"trinta anos de poder sufragado livremente pelos madeirenses"
"Se pudesse sair de Lisboa, ia viver e trabalhar para a Madeira."
Então faça isso: vá trabalhar para a Madeira como eu fui, durante 3 anos, e milite no PSD local, tal como eu tb fiz, e logo muda de opinião sobre as afirmações acima citadas.
Plenamente de acordo com a Catarina, porque somos burros.
Não alcançamos a chamada prosa poética de João Gonçalves, inspirada em Byron, Keats,Novalis e Goethe.
É assim o Stürm und Drang de Gonçalves...
"É bom - e eu não abdico desse prazer - respirar livremente o ar doce e meridional da Madeira. Não vale a pena estragar esse privilégio com intendência mesquinha."
Agora a sério, alguém me consegue explicar este último paragráfico no contexto de uma análise sobre a liberdade de expressão e das decisões judiciais?
anónimo:
Eu não invocaria Byron ou Goethe. Isto é mais Kafka.
Eu explico-lhe o "paragráfico":mais vale estar calado e passar por parvo do que vir fazer comentários e acabar com as dúvidas. E os burros são animais inteligentes. Não os insultem comparando-se com eles. Leiam Canetti.
Recapitulando:
a)Ver construido na Madeira o maior túnel rodoviário do país (3.196 metros), diz bem da cobardia político-financeira. Dos responsáveis políticos em Lisboa.
b)Se Jardim se notabilizou pelos excessos políticos que sabemos, e nada lhe sucedeu, talvez muitos dos atingidos os merecessem.
c)Dada a obra feita na Madeira, e pesem algumas anomalias, quanto não terá perdido o PSD e o país em não terem trazido Jardim para o continente. Para o governo.
d)Quanto ao tribunal que puniu o Daniel Oliveira: não desfazendo, parece-me que o verdadeiro palhaço desta estória talvez acabe por ser que lavrou esta magnífica pena. O meritíssimo.
JB
Eu penso, mas não sou lá muito esperto, que o autor do blog faz uma crítica discreta à importância que AJJ deu a uma crónica que não vale mais do que a página do Expresso onde foi escrita.
Mil vezes o Jardim com todos os seus defeitos, do que um dejecto esquerdóide como o Oliveira.
Sobre este assunto, penso ... afinal ... não penso !
Por outras palavras : já não sei o que pensar !
O Dr. J. Gonçalves é um dadaísta.
Tudo explicado.
Enfim, na «Regra do Jogo», António Barreto apela ao Estado (que há trinta e cinco anos nada faz pelo lugar) para o restauro das construções - com origem no Século XIV - para peregrinos, de Nossa Senhora do Carmo do Cabo Espichel. Eu conheço o lugar, que é simplesmente fabuloso, já cobiçado por empresas turísticas espanholas ...
Havia uma maneira,se fosse exequivel,para Jardim não processar o bloquista Oliveira:era poder apagar o insulto que lhe foi dirigido no Expresso como o Oliveira faz frequentemente no Arrastão quando os comentários não lhe agradam. Outra coisa:Jardim não pode ignorar insultos ao cargo e à representação em que foi democráticamente investido.Se fosse apenas o cidadão Jardim que estivesse em causa penso que lhe agradaria muito mais mandar apenas o energúmeno à merda.
O facto do governo regional subsidiar um jornal com dinheiro dos contribuintes para fins de propaganda política não é relevante para JG (cerca de 2.500 euros pordia, coisa pouca); que a corrupção na Madeira está mais do que provada e comprovada em que os os principais dirigentes do PSD-M são os dilectos beneficiários não tem qualquer importância: que a dívida pública da Madeira é equivalente a 75% do PIB regional seguramente que são favas contadas excepto para aqueles que terão que suportar essa dívida astronómica na era pós-jardinista; que muitas das obras realizadas não têm qualquer relevância no desenvolvimento da região servindo apenas interesses imobiliários ligados ao poder regional também não tem qualquer importância; que a descaracterização paisagística e ambiental de que são exemplos a construção de unidades hoteleiras na orla costeira é coisa que não interessa a ninguém. E por aí fora. Refiro apenas aos maus exemplos para responder à provocação do João. Embora reconheça que a era jardim trouxe aspectos positivos à Madeira. Caso contrário não era possível contabilizar tantas vitórias com maioria absoluta, que inclui as próprias autarquias (11)recheadas de caciques que prestam vassalagem ao chefe.
O poema de Tristan Tzara que passo a citar, aplica-se mutatis mutandis ao post:
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que voce deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
in wikipedia
Um dos problemas de Portugal é haver pessoas que continuam a dar muita importância ao «Espesso», e a quem lá escreve e opina. Eu não pego no dito pasquim há duas décadas e não me tem feito a menor falta.
"Ver construido na Madeira o maior túnel rodoviário do país (3.196 metros), diz bem da cobardia político-financeira. Dos responsáveis políticos em Lisboa."
O dinheiro para o construir deve ter vindo dos lucros de venda de bananas..
Caro anónimo, eu não sou estúpido! Um torrão de terra no meio do oceano não gera dinheiro para essas obras, a menos que seja a Suíça.
Um político que fica 30 anos num cargo, não tem moral para criticar ninguém, muito menos dos sucessivos governos que o alimentaram.
O autor deste blog passa a vida a falar da seriedade que se deve ter em política. Não hesita em fustigar todos os políticos do espectro, mas um sujeito que se mantém no poder graças a governar um feudo, onde a oposição tem que ser proveniente de familias abastadas para poder sobreviver; neste caso o caro João Gonçalves tem admiração.
Se o Senhor Alberto João Jardim é tão bom e não precisa de Lisboa para nada, porque é qeu faz tanto barulho, agora que (finalmente) lhe estão a atacar a base de apoio: fundos e limitação de mendatos.
Ah pois é... Vamos lá a ver quantos tuneis o senhor Jardim faz com os lucros da Madeira.
As bananas não dão lucro mas mandam os outros ler Canetti. Tá certo. Mas o judeu ou o cubano? É que eu também sou um bocado burro. Antes assim que balofo como as bananas.
Pedro
"Por isso, imagino que o cidadão Alberto João não aprecie decisões judiciais que, sendo-lhe favoráveis, são desfavoráveis à liberdade de expressão e de crítica políticas de que Jardim é um dos mais imaginativos beneficiários."
Hhhmmm, isto é perversamente irónico... Certo?... é que foi o AJJ que fez a queixa e foi o mesmo AJJ que se congratulou depois, com foguetório oficial, com a decisão do tribunal, uma coisa à AJJ muito "politicamente incorrecta", como agora se diz... Mas eu sou burro, com certeza, mais uma das vitimas do apocalipse educativo e social de que o João Gonçalves fala, qual Padre António Vieira nos púlpitos do Maranhão, e que se deu depois do 25 de Abril. Só pode.
Pedro
Ainda há muito colonialista aqui.
Se dessem ao desbarato uma Cahora Bassa ao Alberto Joao o que diriam?
Alberto João tem mérito, é um agente político activo, de honestidade indiscutível, e o seu papel como Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, ensombra qualquer acção governativa dos sucessivos governos do continente, em todos os aspectos.
Subscrevo, na íntegra, o post do João Gonçalves. Também eu, se a minha vida, familiar e profissional, me dessem tal permissão, iria viver e trabalhar para a Madeira.
Alberto João e Hugo Chavez são iguais na personalidade, nos métodos, na embriaguez do poder.
Viver na Madeira é um como residir num campo de concentração em clima sub-tropical.
Eu penso que, dada a qualidade (pouca) dos políticos que temos tido, a qual se tem que avaliar pelos fracos resultados obtidos e pela nossa posição relativa face aos parceiros comunitários, o Alberto João não fica nada a perder no confronto, com a vantagem de apresentar obra. Endividado? e o Continente, está melhor? Nepotismo, compadrio, desigualdades sociais? E por cá está melhor?
Quem é o Daniel Oliveira? Foi eleito? É que este, é geralmente o seu único argumento. No entanto, sabemos bem para que tipo de regimes e "eleições" vão as suas preferências...
Não preciso, caro JG, de conselhos de leitura nem me parece que Canetti tenha alguma coisa a ver com o assunto. Pelo contrário, se me referi a Kafka foi por achar que este texto, embora supostamente pretenda ser concluivo, não passa de um exercício de estilo. Isto anda às voltas, às voltas e no final só ficamos a saber que a Madeira é uma terrinha bonita.
Por mim entre Alberto João e Daniel Oliveira não hesito e escolho a liberdade de expressão que inclui o insulto, o sentir-se insultado, tribunais, processos em cima. Mas imaginando um dia passado com, escolhia sem hesitar Alberto João que tem mais histórias para contar que o outro jovem serôdio do Bloco de Esquerda, tão impositivo nas suas ideias como o outro, tão demagógico como o outro, tão patético como o outro mas sem o viço do outro.
Depois disto que moral tem para falar do autoritarismo de Sócrates? Daniel Oliveira é a bosta que é, mas o que é esta gente sem princípios que defende o caciquismo?
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