9.3.08

CONTRA UMA EUROPA DE MONOS


A esquerda plasticina europeia, tão do agrado do comentadores "isentos" como a D. Teresa de Sousa, prepara-se para mais umas vitórias de Pirro. O sr. Zapatero deverá ganhar ao chocho do sr. Rajoy e em França, nas municipais, talvez Sarkozy pague as últimas leviandades mediáticas com umas perdas autárquicas. Isto significa alguma coisa? Nada. Apenas a continuação da mediocridade política que grassa na Europa há muitos anos, desde que certa gente morreu ou se retirou. A Europa precisa de conflito político e não de burocratas da política ou de manequins de montra. Pode ser que, uma vez mais, a economia ajude a precipitar as coisas. E os "países emergentes", mais ficções do que outra coisa, também. É preciso acção contra estes monos "democráticos" que não há meio de arredarem pé.

3 comentários:

Anónimo disse...

Convirá que o mono mor, é o Dr. Durão Barroso, que por sinal até foi parido, para sermos prosaicos,por gente do seu partido.

Em matéria de Europa e apesar das birras iniciais do actual PR, PSD e PS até estão equiparados, "por uma questão de regime" e vendo bem as coisas, apesar de tudo, sempre o PS teve uma visão mais estratégica sobre Portugal na Europa, com os seus Delors de trazer por casa é certo, do que os Euricos de Melo, Dias Loureiros, Isabéis Meireles e aquelas governantes anorécticas/bulímicas que ora negociaram, ora transpuserem aquelas magníficas directivas que nos abezerraram, com o sentido de dever cumprido.

Todavia a ser um bezerro com dono, prefiro ser bezerro a pastar na Serra da Estrela, do que ser súbdito do Rei de Marrocos a bezerrar pelas pastagens do Atlas ou pelas areias de Cabo Verde.

O que V propõe é o indizível e essa nova ordem por que V almeja é absolutamente irrealizável, porque os homens da sua geração, tal como Sísifo, estão condenados, o Sarkozy também, a transportarem, sem fim à vista, as pedras de um muro de Berlim, como fim último, olvidando que as circunstâncias se alteram e que o cenário maniqueísta da guerra fria ou do Ocidente versus Islão, são meros epifenómenos; o essencial é a cepa não prestar e não pegar por estaca!

E aqui a culpa é sua, mais dos homens da sua geração, que tal como Vasco Pulido Valente, por exemplo, se atolaram no poço da vaidade e do umbiguismo inconsequente.

Nuno Castelo-Branco disse...

O problema deve-se também, ao inegável e comprovado facto, de os próprios homens políticos terem desacreditado a sua função. Se destruir a vida dos rivais - física, material ou moralmente - sempre foi um recurso tácitamente aceite por todos os intervenientes, desde que as regras básicas da compustura se mantivessem; se a garantia de um certo distanciamento do vulgo fossem pressuposto de maior dignidade na aparência daquilo a que designamos por Estado e finalmente, se o aparente interesse colectivo - Churchill é um bom exemplo, tal como Adenauer ou João Carlos I - se sobrepusesse às momentaneas paixões de alguns, mesmo que influentes sectores sociais, tudo isto garantia aquilo a que chamamos respeitabilidade.
Poderei estar a ver uma realidade distorcida, mas penso que o simples facto de um gigantesco salto global da informação, fez ruir muitos santos dos seus altares. descobriram-se aquilo que se designa por pequenas misérias - geralmente alheias, claro está -, quebraram-se pactos de intocabilidade e tudo isto, devido à fome do lucro, do mais vender. Mitterand, ainda há poucos anos considerado por alguns, "um grande homem", caiu na sarjeta do desprezo, devido ao seu obscuro passado colaboraionista, às suas aventuras extramatrimoniais com filhos secretos e negligenciados e, para rematar, às acusações de eliminação violenta de opositores. na mesma esteira de dejectos, seguiram-no o sr. Craxi, o sr. Schmidt - com espiões dentro do gabinete -, o sr. Palme - financiador de terroristas que acabaria abatido por um radical -, etc. eram humanos como todos os outros, mas aquelas auras de antanho, criadas pela habitual vida política de desaparecidas elites, foi para sempre apagada.
Sem querer ser - não fui para isso mandatado e seria uma grotesca pretensão - arvorar-me em defensor do João Gonçalves, julgo compreender a sua revolta. educado e interessado na coisa pública, concordo e partilho da angústia pela quotidiana visão do precipício, do abandalhamento, desinteresse, ou amesquinhamento daquilo a que sempre se considerou interesse nacional. ainda hoje, os brasileiros deram uma notável lição de respeito para com a sua - e nossa - história, em pomposas cerimónias no Rio, antiga, mesmo que efémera, capital do Reino. Emocionante, especialmente quando a iniciativa parte de uma antiga mas agradecida colónia que soube ver o que realmente importou. Por cá, os "barbaças" do costume, vão discorrendo as banalidades, preconceitos e mentiras a que os últimos dois séculos nos habituaram. Não sei se pertenceu a Goebbels ou a Salazar, aquela frase que dizia ..."que uma mentira de tanto repetida, torna-se numa verdade"... É este um dos grandes problemas e hoje, mais premente que nunca, visto possuirmos os meios para a enraizar definitivamente.
João, concordo e subscrevo o que acima dizes: "a Europa precisa de conflito político e não de burocratas da política ou de manequins de montra". É pura e simples verdade, doa a quem doer. No fim de contas, se com os nossos botões não pensássemos assim, para quê perdermos tanto tempo neste espaço? continua, é isto, a democracia.

Anónimo disse...

Pois, precisamos é de gente com sentido de oportunidade e o D. joão VI tinha-a. Os actuais, são quase analfabetos e mangas de alpaca. Nem sabem onde fica Portugal no mapa.
Pedro Matias
Lisboa