Com a saída de cena - será que é desta?- do trapaceiro* Blair, a "nova esquerda" - de que ele é pai espiritual e sorriso pepsodent - precisa urgentemente de uma nova "referência" e de outra fachada. Foi buscá-la à também sorridente e inócua Ségolène que tem propiciado as prosas mais abjectas e sectárias nos nossos "jornais de referência". Todos os "correspondentes" em Paris, e um ou outro "comentador" ou "editorialista", agarram-se à sra. Royal como gato a bofe requentado. Blair e o seu infeliz cortejo de admiradores europeus - com o untuoso Guterres à cabeça - precipitaram a Europa no descrédito. Como bom hipócrita*, Blair fez a ponte com os EUA por causa do Iraque, com os resultados conhecidos. Nem assim os "optimistas" deixaram de nutrir pelo aberrante homem a ternura que, na versão deles, distingue a "direita" da "esquerda". Hoje pode ser o primeiro dia da varridela geral que, mais cedo do que tarde, deverá ser dada nestes farsantes do optimismo antropológico e maîtres-penseurs que nos "governam" por esse mundo fora.
*Termos recolhidos do excelente retrato do "Tony" feito por Vasco Pulido Valente no Público. "O sentimento, como qualquer adulto sabe, é o pai da mentira. E Blair, o adorável "Tony", mentiu sempre: deliberadamente, calculadamente, ininterruptamente. Os spin doctors fabricavam a emoção e abafavam a verdade. Ele próprio representava a inocência e a virtude, enquanto o caos crescia no Serviço Nacional de Saúde, na administração local e no ensino, ou o partido ia trocando títulos (de nobreza, claro) por dinheiro, ou na porta ao lado se preparava uma guerra com informação falsa e uma demagogia apocalíptica. "Tony", o querido "Tony", de que hoje nos despedimos, não passava de um hipócrita e de um trapaceiro."
11 comentários:
Ou muito me engano ou foi a direita de JGonçalves & companhias que incensou Blair (com Bush), a nova Europa contra a velha Europa de Paris-Berlim. Mudam-se os tempos, e Sarkozy já é a grande vassoura, até roer a corda. Os idos de 68 ainda incomodam, apre.
Engana-se. Nunca apoiei o desastre iraquiano e também nunca fiz "links" de esquerda ou de direita a isso. Houve muito boa gente da esquerda que apoiou e muito boa gente da direita que não apoiou.Quanto a Blair, sempre o tive por uma mediocridade inteligente.
O Tony vai ficar na História. Mesmo montado em "Ghost Horses" como tão bem cantou Thom York...
O VPV tb vai ficar na História - como o Velho do Restelo dos nossos tempos.
Alternativa? O grande Alberto João que a partir de hoje vai deixar de estar rodeado de água por todos os lados.Não estamos no fim de história.Sugiro muita esperança - após o tony o jardim.
O dia de hoje pode mesmo significar o primeiro dia do resto da vida da Europa. A desordem instituída pelos da terceira via (designação inventada em desespero de causa por «soissantehuitards» e seus descendentes) pode finalmente sofrer logo à noite o maior revés desde que saiu pela primeira vez à rua a urrar e a zurrar contra os privilégios a que se achavam com direito naquele fatídico mês de Maio. No caso de Blair, o patético ganhou foros de demência ao esconder-se por trás de um biombo chamado «a princesa do povo» para atacar Buckingham com aquele sorriso cínico de escocês «doublé» de pastor anglicano. Resultado: ele caiu, e não se levanta mais, e Buckingham ficará sempre de pé. Voltando a Sarkozy, se ele conseguir «nettoyer au Karcher» toda a porcaria que a esquerda e a direita sua amiga fizeram em França nos últimos 39 anos, já muito dará à Europa. O resto, limpar-se-á por si e também não se levantará tão depressa.
Ou muito me engano (mas penso que não...)ou em França, depois da vitória de Sarkosy, um aldrabão,daqui a uns meses veremos todos os franceses na rua aos gritos a insultá-lo e a dizer que não era isto que queriam. Vai uma aposta?
Já passram tantos anos e a Clarinha ainda não aprendeu nada.
«um hipócrita e de um trapaceiro»
De VPV sobre Blair, com o qual há semanas foi comparado o nosso PM,
cujo curso de engenheiro foi há dias desvalorizado pelo seu ministro da Trapalh'Ota.
Que filme...um mistério em S.Bento?
Comparar o nosso "alberto joão jardim" com o "tony" inglês é estupidez total. O "tony" versão portuguesa só pode ser comparado com o "Só-Traques",melhor "tony da múseca". O alberto é português e o traques e o tony são "estrangeirados", quer dizer, made "bush"....Vivam os Albertos, portugueses, ingleses, ou seja lá que de que nacionalidade forem! A Vida é diversidade. E os traques de qualquer país...são...cinzentos (mortos). Viva a VIDA! Vivam os "albertos" de todos os países. Pronto(já disse).
De qualquer modo está nos genes do regime a "alternância" (o "alterne", entre nós) e por consequência lá teremos as Ségolènes e os Sarkosy do costume para quem, uma e outra vez, goste mais de um do que do outro.
E se porventura daqui por cinco anos a França estiver mais rica, não faltarão os excluídos e os marginais para re-votar na II Internacional e nas largas re-distribuições dessa riqueza. E assim sucessivamente, «ad aeternum», como Sísifo.
Não é mesmo este o «segredo» da democracia ? Rejubila-se com o quê ? Com um intervalo de cinco ou dez anos ?
Comungo da sua opinião e da do VPV.
Com aquele ar dinãmico, solto e sorridente, Blair não passa de um hipócrita, um trapaceiro de feira.Prejudicou imensamente os europeus com o seu apoio activo e incondicional a Bush e à invasão do Iraque.
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