"Infelizmente, a impunidade que se instalou no Governo e na sua maioria conta com a inexistência de um Presidente da República que, com os olhos postos na reeleição e em nome de uma nebulosa "cooperação estratégica", se demitiu das suas funções e se transformou num mero ornamento do regime, que se distingue pela vacuidade dos seus discursos e pela natureza táctica das suas intervenções. O desaparecimento do PS, a fragilidade da oposição, a ausência de fiscalização parlamentar, a indiferença do Presidente da República e a complacência de todos os que dependem do Governo transformaram a vida política num circo de abusos e de arbitrariedades que a propaganda disfarça e o consenso que invariavelmente se gera à volta do poder tem o condão de abafar. Só assim se compreende a falta de pudor de uma governadora civil que, depois de ser desautorizada pelo Tribunal Constitucional, decide zarpar, de "consciência tranquila", para a candidatura do dr. António Costa. Ou o convite para integrar o Governo feito pelo primeiro-ministro a um juiz do Tribunal Constitucional que a Assembleia da República tinha eleito há dois meses para um mandato de nove anos. Ou a vontade expressa do ministro dos Assuntos Parlamentares de acabar com aquilo a que ele chama "jornalismo de sarjeta". Ou o estatuto dos jornalistas que está, neste momento, em preparação. Ou a junção das polícias sob a tutela do mesmo ministro. Ou a colocação dos serviços de informação na dependência directa do primeiro-ministro. Ou as reconhecidas pressões do Governo junto da comunicação social. A lista está longe de ser exaustiva. Mas mostra claramente os excessos a que chega o Governo na sua ânsia de controlar. Como mostra também a fragilidade de uma opinião pública que confunde o acessório com o essencial e privilegia o acesso ao poder em vez da liberdade individual. Como já foi assinalado por Pacheco Pereira e por Rui Ramos, a lista do dr. António Costa para Lisboa, com as atracções especiais, é um bom espelho desta triste realidade."
Constança Cunha e Sá no Público. O título é meu.
Constança Cunha e Sá no Público. O título é meu.
6 comentários:
Enfim ,faltam-me duas coisas: um talento rentável e coragem para ... sair daqui para fora!
Mas pelo caminho que as coisas levam, a coragem vai aumentando.
deixem o home governar. As sondagens dizem que o governo esta a fazer bom trabalho e portanto estamos no bom caminho. Vamos ser optimistas e dar uma maioria ao Dr Costa para indereitar Lisboa.
O Dr. Costa já ENDIREITOU a vidinha dele muito bem!!!!
O resto...é paisagem!!!...
Vou dar 1 oportunidade mas é o tanas!
Isto de dar a maioria ao Sr. Costa conforme sugere o famigerado e conveniente anónimo, só pode passar pela mente de gente que vive num outro Portugal: o dos otários. Ó caterva de lambebotistas abotoados!
«Enfim ,faltam-me duas coisas: um talento rentável e coragem para ... sair daqui para fora!»
Bom-dia, meu caro sósia !
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