27.6.06

A VIA ESPANHOLA

O Diário de Notícias (sem link) conta, a partir de um texto do El Mundo, que deu entrada num tribunal de Madrid o primeiro pedido de divórcio entre same-sexers. De acordo com a notícia, os rapazes casaram-se em Outubro do ano passado, ao abrigo da legislação Zapatero sobre a matéria, depois de uma ligação prolongada. Agora, um deles alega que o outro não lhe permitiu realizar-se plenamente, já que "trocou" uma putativa carreira de "modelo" e de dono de um "salão de beleza para cães" (juro) para ir atrás do "respectivo" para Paris. Parece que é assim a história. A seguir vem uma "estatística" curiosa. Dos duzentos e tal mil casamentos realizados em Espanha, no período abrangido pela nova legislação, apenas 0,6% corresponde a matrimónios entre same-sexers. E - convém lembrar - a dita legislação alcança o direito sucessório e o direito à adopção. Ou seja, não parece que o contrato de casamento - que, pelos vistos, continua a fazer a felicidade de pessoas de sexo diferente - esteja a ser um "sucesso" junto da auto-intitulada "comunidade gay" que maioritariamente prefere continuar como free lancer. Convinha, por isso, e já com este exemplo do divórcio - na versão do "copianço" integral das grandezas e misérias do contrato - que as "associações" domésticas reflectissem sobre o assunto. André Gide dizia que é melhor ser odiado por aquilo que se é, do que ser amado por aquilo que não se é. Querem mesmo um "remake" do patético do casamento para as vossas vidas? Têm a certeza?

4 comentários:

RPM disse...

lolololloololololol

engraçado este e os outros textos que coloca...

apenas tenho de lhe dizer que vem sempre um mail de retorno com o seu nome...

é possível?

abraço

RPM

Anónimo disse...

Pondo de parte juízos sobre a necessidade de aprovação do casamento civil para homossexuais em Portugal, faço-lhe ver o enviesamento a que sujeita a notícia do El Mundo. Note que a mesma notícia diz também que a "taxa de insucesso" do casamento hetero é alta e cresce em relação a 95. Para 210mil novos casamentos, findam 150mil no mesmo ano. Por outro lado, para 1275 casais homossexuais, existe apenas um divórcio até agora. Poderei afirmar que, sendo mais raro, o casamento homossexual é mais estável? Talvez valha a pena informar-se junto do Pedro Magalhães antes de celebrar uma estatística. Por exemplo, quantos divórcios civis se realizaram em Portugal após o 25 de Abril? Outra pergunta: quando um governo é eleito por uma minoria populacional, isso invalida o direito universal de voto?

A luta pelo casamento civil é empreendida também (e arrisco, maioritariamente) por solteiros que pretendem ter o direito, mesmo que possam não o utilizar. Discutir o que o casamento é nos dias de hoje talvez faça sentido, mas tecer considerações sobre a sua validade em função de números imaturos, isso é outra história.

O amigo tem algum doutoramento em reducionismo? De certeza que o mesmo governo que critica gostaria de ter um "spin doctor" como o João Gonçalves.

Anónimo disse...

Interessante também é o facto de o casamento ter4 durado manos de um ano. Excelente para a economia a cultura Gay. Casamentos e divórcios atrás de casamentos e divórcios dá trabalho a centenas de advogados, notários, psicólogos, restaurantes, jornalistas, gerentes bancários, agentes imobiliários, etc., etc. O PIB espanhol apresenta pois um grande potencial para aumentar nos próximos anos. Oxalá Portugal siga o exemplo, é tudo o que alguns desejarão.

Anónimo disse...

É pois nosso dever sermos positivos. Ou a positividade ou a morte.

Ass: Cândido.