14.6.06

O REMORSO


A Carla lembra que, há vinte anos, desaparecia Jorge Luis Borges. Volto sempre a este poema. Penso que jamais sairei dele.

He cometido el peor de los pecados
que un hombre puede cometer. No he sido
feliz. Que los glaciares del olvido
me arrastren y me pierdan, despiadados.

Mis padres me engendraron para el juego
arriesgado y hermoso de la vida,
para la tierra, el agua, el aire, el fuego.
Los defraudé. No fui feliz. Cumplida

no fue su joven voluntad. Mi mente
se aplicó a las simétricas porfías
del arte, que entreteje naderías.

Me legaron valor. No fui valiente.
No me abandona. Siempre está a mi lado
La sombra de haber sido un desdichado.

4 comentários:

Anónimo disse...

"A felicidade consiste unicamente em imaginarmos que somos felizes" - Mozart

Anónimo disse...

Meu caro João,
Esta é a imagem mais bela da felicidade, que começa com a partilha das nossas mais profundas inquietações, não para as transmitir, mas antes para as neutralizar com palavras de afecto e de amizade.
Sobre a felicidade, já escrevia Vinicius, belamente cantada e musicada pelo o Rei Jobim:
«A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor»
Um abraço

Anónimo disse...

Vou roubar-lhe este poema. Obrigada.

Anónimo disse...

... meus caros
... a dita "FELICIDADE" não existe, mas tão somente "RAROS MOMENTOS DELA"

... e, tão bem definido, no poema de Vinicius, que AMC aqui nos deixou