24.6.06

NEGROS HÁBITOS


Outro artigo do "Público" de ontem merece destaque. Maria de Fátima Bonifácio escreve sobre a escola, a disciplina, o ministério e os horríveis pais das horríveis criancinhas. "A ideia de pôr os pais a avaliar os professores daria vontade de rir, se não fosse grave. (...) Grande parte dos pais que têm actualmente os filhos na escola são analfabetos ou pouco menos do que isso. Não possuem um vestígio de idoneidade para se pronunciarem sobre a qualidade dos docentes, para não mencionar os muitos que não possuem idoneidade moral. Depois, outra grande, grande parte despeja os filhos na escola e não quer saber o que lá se passa. Em Portugal, a maioria dos "encarregados de educação", por incompetência ou desinteresse, ou ambas as coisas combinadas, vivem inteiramente divorciados da vida escolar. Só vejo vantagens em manter pais destes à distância. E não me venham com o exemplo da América ou da Finlândia, onde os pais e as suas associações se envolvem intensamente na gestão escolar: convém não esquecer que, infelizmente, estamos em Portugal". Subscrevo.

13 comentários:

Anónimo disse...

Pensava que o MP já tinha exercido a acção penal contra MFB...
E vc ainda a cita.
A inversão total....

Anónimo disse...

Eu exportava era a Dr.ª Bonifácio para a Universidade de Helsínquia para a Cátedra dos «LOIROS,BEBADOS, DEPRIMIDOS E IMPOTENTES».
Depois, concedia-lhe uma licença sabática para a Universidade de Damasco, até que perfizesse os 65 anos...

Anónimo disse...

Descontado o excesso de linguagem, a senhora tem razão. Os que teorizam sobre a questão deveriam informar-se seriamente sobre a intervenção dos pais na vida escolar. De caminho, seria interessante saber quantas reclamações dos ditos progenitores foram desataendidas nas direcções regionais.Ficariam surpeendidos.

Anónimo disse...

Não subscrevo. Se nada se fizer nada mudará. Velhos do Restelo é o que nós somos. Ou acham que as coisas na educação em Portugal estão bem? A desgraçada da Ministra já disse vinte vezes que os pais não vão avaliar os Professores, mas, sim, participar na avaliação escolar dos filhos. Isto é, podem ter uma palavra que poderá e deverá ser ouvida e tomada em conta pelos professores. Já agora a MFB poderia, também, em nome da isenção e imparcialidade que deve ter um comentador, fazer o retrato de muitos professores das nossas escolas. Vamos a isto?

Anónimo disse...

Não, não subscrevo o post e dou razão ao último anónimo. Os pais não são analfabetos nem incompetentes, essa é uma visão antidemocrática e elitista. O projecto da ministra não diz que os pais vão avaliar os professores. Quem vai avaliar os professores é o Conselho Executivo e o coordenador de departamento. Os pais poderão emitir opinião, e sabem concerteza fazê-lo, sobre o relacionamento do professor com os alunoa. A Fátima Bonifácio , do alto da dsua cátedra universitária, não percebe nada de educação do ensini básico e secundário. Nota: sou professora do ensino secundário e acho esta ministra fantástica.

Unknown disse...

E eu tambem não subscrevo.

Se sei escolher o Presidente da República, se sei escolher o Parlamento e o Governo, se sei escolher a Câmara Municipal, a Assemblei Municipal e a Junta de Freguesia, se sei escolher o melhor médico, o melhor padeiro, o melhor peixeiro porque raio de carga de água não sei dar opinião sobre o desempenho de um professor do meu filho se o acompanho na escola.

Se não são parvos...

Anónimo disse...

Também não subscrevo. Neste país, em que uma série de "suspeitos do costume" cascam em tudo o que mexe, é refrescante ter uma Ministra da Educação que não tem estado comprometida na politiquece e prossegue com determinação um programa de moralização de um sistema educativo que caiu na rua. Nunca vi estes "sábios" contribuirem seja para o que for. No remanso das suas casinhas vão cascando, não custa muito e satisfaz o ego. Viva a Ministra da Educação

Anónimo disse...

Se de "Tide" se tratasse, eu não estaria a comentar. Mas como se trata de EDUCAÇÃO (coisa que cada vez mais falta no nosso País), apenas dou a minha opinião: NÃO É POSSÍVEL serem os pais a "avaliar" o desempenho dos professores. Pelo que conheço de Comissões de Pais, "o meu filho é sempre o melhor" e o/a professor/a NUNCA tem razão.
Tadinhos os meninos... Pobres pais que ainda acreditam nesta Ministra!

Anónimo disse...

merdas atlânticas.....

Anónimo disse...

Não subscrevo.
Os pais/encarregados de educação agora são uma raça a exterminar? Não têm idoneidade. São analfabetos. Despejam os filhos na escola.São incompetentes, desinteressados.
Mas quem sobra neste país?
Os casais sem filhos?

Este país está ingovernàvel. Ai daquele/a que quiser mudar o velho status quo!

Anónimo disse...

Há posições engraçadas...
Durante anos clamou-se, e ainda se clama, contra o estado da Educação em Portugal.
Alguns dizem que tudo está mal. Os resultados das avaliações, nacionais e internacionais, confirmam à saciedade que o sistema enferma de graves patologias. Os nossos alunos sabem, em áreas-chave, menos que a maioria dos discentes dos nossos parceiros europeus ou dos outros países mais desenvolvidos. Tirando os exageros destemperados dos críticos que disparam em todas as direcções, parece haver um aparente consenso quanto há necessidade de uma profunda mudança. Porém, desta vez, e muito bem, a tónica é mais centrada nas questões organizacionais do que na “metafísica” das estratégias pedagógicas. Finalmente concluiu-se, penso eu, que a eficácia do ensino é uma variável dependente da qualidade da gestão das escolas. Neste contexto, o aspecto primordial da mudança deveria ser a alteração do respectivo modelo de gestão, eliminando, tanto quanto possível, os mecanismos corporativos de eleição dos Conselhos Executivos, só aparentemente democráticos (sendo, na verdade, um velho resquício da autogestão “revolucionária”), na medida em que, via de regra, são ineficientes. O actual modelo deveria ser substituído, gradualmente, por concursos regionais, ou mesmo municipais, dirigidos a gestores profissionais, com formação ou experiência comprovadas no domínio da educação/formação. Paralelamente dever-se-iam definir quais os indicadores de gestão determinantes para uma futura avaliação aferida do desempenho das escolas (para além dos custos de funcionamento e investimento, teria que se atender, relativamente a professores e alunos, às classificações, ao absentismo, aos projectos inovadores, à interacção com a sociedade em geral e com as empresas em particular, etc.). Os professores deveriam continuar a ter um papel relevante nos Conselhos Pedagógicos e nas Assembleias de Escola (estas últimas deveriam integrar representantes dos empresários). As escolas deveriam passar a ter uma maior autonomia efectiva com o corresponde aumento de responsabilização pelos resultados obtidos. Sobre estas questões, embora muito se discuta, pouco se executa. Optou-se por mexer nos pormenores. Muito bem, desde que, por conveniência política, não se adie “sine die” a mudança do paradigma organizacional das escolas.
Dito isto, parece-me que tratar da avaliação dos professores sem cuidar, concomitantemente, da avaliação dos demais funcionários e órgãos de gestão da escola é incorrecto e acrescenta novas disfunções às muitas que actualmente já tolhem o Sistema Educativo.
Agora, no âmbito de uma mudança de paradigma, nem consigo conceber como é que se pode defender que os pais (todos, incluindo os menos letrados) não participem na avaliação da escola, incluindo nesta os seus professores, obviamente. E, porque não, o seu inverso, isto é, proceder-se à avaliação dos pais, tutores ou encarregados de educação pelos diferentes professores que intervêm na formação dos seus educandos. Com eventuais consequências ao nível das prestações sociais, por exemplo. Só num quadro de crescente exigência é possível alterar, gradualmente, a relação entre as famílias e a escola. E esta mudança é essencial ao sucesso dos projectos educativos e à redução do abandono escolar.
Muitos daqueles que hoje criticam este modelo de participação dos pais, com fundamento na sua improficiência, são os mesmo que, à esquerda e à direita, denunciam o permanente desinteresse dos progenitores pelo percurso escolar dos seus descendentes. É “a pescadinha de rabo na boca” ou “o “círculo vicioso”, ou seja, o que importa é discordar sempre, de tudo o que existe e mais o que venha, para que tudo fique na mesma.
E, desta forma, pouco resta senão aguardar, sentado, pelo estertor do Sistema Educativo.
Não confundamos, no entanto, a gota com a chuva. Todavia, muitas gotas fazem a chuva, e esta ajuda a assentar o pó que turva a visão dos imobilistas.

Anónimo disse...

luikki said...
"será, por acaso, que nas escolas privadas são os pais a fazer a avaliação dos profs?"

Obviamente que sim. Ao optarem por inscrever os filhos naquela escola e não na outra do lado estão a avaliar não só os professores como tudo o resto.

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente e com conhecimento de causa, com a ressalva de que há muitos encarregados de educação que são também professores, o que o Ministério da Educação procura fazer esquecer. É curioso como há tantos "treinadores de bancada" quando se trata de falar da educação. No fundo, são uns frustrados que não têm categoria nem formação suficientes para serem docentes de coisa alguma, tal como os "treinadores de bancada" jamais conseguiriam orientar uma equipa. Mas que vêm sempre com conversas da treta, desde que seja para descarregar a bílis sobre os professores (trauma de infância?), lá isso vêm. E já agora, a Profª Dra. Maria de Fátima Bonifácio tem uma experiência muito superior à da actual Ministra da Educação, em todos os campos do ensino. Além disso, ao contrário da Dra. Maria L. Rodrigues, dá efectivamente aulas, não é professora muitas vezes absentista como a actual titular do ME quando exercia(?) no ISCTE. Conviria investigar a carreira de certas pessoas antes de as elogiar só por tentar pôr portugueses contra portugueses.