Em compensação, estamos abaixo de cão no que toca ao combate ao crime económico. Um relatório do Conselho da Europa, relativo ao ano transacto, aponta a "falta de uma estratégia de combate à corrupção" e "a falta dos necessários meios materiais, financeiros e humanos e, por vezes, de treino, por forma a levar a cabo investigações aos bens e finanças" como causas para esta anomia. Tanto mais estranhas - as causas - quando declaradamente vivemos num país de aldrabões e de falsários. Mais. "Algumas vezes, as investigações tiveram de ser abandonadas por falta de recursos ou por atrasos devido à comunicação inadequada entre certas agências públicas e privadas ou indivíduos. Por vezes, o acesso a dados fiscais ou bancários chegou tarde demais", explica ainda o relatório. Não são só as empresas que estão a falir. Também o Estado "acusador público" (de novo, a feliz expressão de Medeiros Ferreira) está falido. Por isso somos este patético "paraíso" onde, nada mais havendo para florescer, floresce a bola como epítome da perversão que se esconde por detrás do descalabro do controlo público. Eles fingem que são sérios e o Estado finge que os apanha. Como dizia Salazar, está, afinal, tudo certo e não podia ser de outra maneira.
1 comentário:
... QUASE TUDO ...
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