25.5.06

BOAS INTENÇÕES

O dr. António Costa vai "projectar" (sic) militares da GNR em território timorense para - segundo Sócrates - "ajudar" à "manutenção da ordem pública" e promover "acções de formação" junto das "forças de segurança" de Timor-Leste. Duas ou três observações. Pelas imagens que vão chegando, falar em "forças de segurança" deve ter um qualquer sentido metafórico oculto. Não se percebe de que lado está a "segurança" quando os "militares" desmobilizados - parte significativa das "forças armadas" timorenses - querem continuar a ser militares e como tal se comportam nomeadamente disparando tiros. Depois seguem-se a "polícia" - que é outra metáfora - e um antigo chefe da "polícia militar" que manifestamente quer "festa". Vêem-se também "cidadãos" com catanas, certamente a defender a tal "ordem pública" que a GNR vai "ajudar" a manter. Finalmente, no meio desta pré-guerra civil, o primeiro-ministro fala em "acções de formação" sem se rir. Antes de Sócrates , vi e ouvi o chefe do governo australiano, no parlamento, a avisar que provavelmente haveria baixas entre os soldados do seu país que já avançaram para Timor. Deve ter sido por isso que Sócrates deu da "missão portuguesa" uma doce imagem filantrópica. O pior é se a imagem falha. É que já passou a fase das boas intenções.

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