24.5.06

SOLIDÃO PROIBIDA


A "lei da reprodução assistida" exclui do âmbito da sua aplicação as mulheres sós. Um homem (ou uma mulher) só também é penalizado nos impostos que paga pela circunstância de não acasalar. O Estado - mesmo este, "socialista" - e algumas beneméritas "associações" da dita sociedade civil pregam diariamente a virtude da constituição de uma "família" ou, no mínimo, da junção de um homem com uma mulher debaixo do mesmo tecto. Seguidamente o mesmo Estado e as mesmas "associações" promovem que se faça filhos em barda e o primeiro tira daí as devidas consequências. A solidão, como opção de vida, não é politicamente correcta e é severamente punida pelos costumes e pela organização financeira do Estado. Não sou de esquerda. Todavia não alcanço por que diabo uma mulher sozinha não pode recorrer à tal lei da reprodução assistida para ter um filho. Não é uma questão política. É uma escolha privada que merece tanto respeito como estar casado com a mesma pessoa cinquenta anos - com muitos cornos pelo meio - e ter, no mínimo, doze filhos, incluindo já os bastardos. Esta mania de regulamentar a vida dos outros, desde as "partes baixas" até aos cabelos, irrita-me. O voto pára à porta de casa. Não quero o Estado, sob a forma de deputados ou de governo, lá dentro.

10 comentários:

Anónimo disse...

E se vir o problema dos impostos desta forma. O Estado beneficia nos impostos quem tem filhos! Porque queira ou não, ter e criar filhos é um problema que diz respeito a todo um colectivo e a toda uma sociedade. Sinceramente não entendo a sua argumentação, mas também sou um pobre diabo que em vez de estudar andou a procriar!
Não me parece que o estado tenha proibido as mulheres de terem filhos sendo solteiras! A mim faz-me um bocado de confusão que em nome da liberdade individual, se queira tratar o futuro de todo um colectivo, (as gerações futuras) como se um produto de supermercado se tratasse!

""#$ disse...

Caro jg:
exactamente!

Rui Castro disse...

proibida não tem acento no 2.º i.

Anónimo disse...

Se virmos o problema do lado do outro interessado - a criança - já não é assim tão simples:
Há uma unanimidade na comunidade científica em que a criança só benificia em estar integrada numa família com o componente masculino e feminino, em ter como referencial a figura do pai e da mãe. Claro que infelizmente isso não acontece muitas vezes, o que até é alegado como justificação para muitas situações de desiquilíbrio mental ou emocional, mas esse facto não pode servir de justificativo para que se aumentem ainda mais os casos de monoparentalidade. Por isso, não me parece lícito estar a privar logo de início uma criança do direito a ter um pai. O que mais me impressiona é a facilidade com que nestes casos se esquece da criança, encarando-se o "direito a ter um filho" no mesmo plano do direito a comprar uma Barbie.

marta r disse...

Concordo consigo até à medula!

desculpeqqc disse...

Estou plenamente de acordo contigo João Gonçalves.
Este governo está decidido a provar que os portugueses conseguem fazer omeletas sem ovos.
Todos os dias se andam a partir ovos, mas omeletas, nem cheiro.

Anónimo disse...

Já agora um acrescento: curiosamente são as leis do mesmo estado que proíbem que uma mulher não possa abortar se engravidar

Anónimo disse...

.... bem! Este Blog está o «máximo»
... mais um “excelente” e, “pertinente” artigo
... parabens e, obrigada

Anónimo disse...

Para a próxima desenvolva lá o mote dos usos e costumes.A mim irritam-me tanto ou mais que o Estado metediço a engendrar legislação, além do mais, de constitucionalidade duvidosa.

JAJ disse...

Uma mulher sozinhA NÃO PODE PROCRIAR por causa da igualdade entre sexos. É simples.