Quem aterrasse ontem em Portugal à hora dos telejornais, poderia ficar com a ideia que estava num país despreocupado e dado à paródia. O anúncio, em simultâneo nos três canais generalistas, dos nomes das criaturas que vão atrás do sr. Scolari para a Alemanha, parecia a revelação pública de um esotérico mistério. O eterno cónego da bola, o sr. Madaíl, preparou as coisas para Scolari poder, à vontade, exibir o seu proverbial auto-convencimento. Durante dez, quinze minutos, o país pôde deslumbrar-se com os nomes dos escolhidos e esquecer-se da miséria doméstica. Qualquer membro do governo, ao pé destes "heróis", é um gnomo e, como tal, tratado lá mais para diante nos telejornais. O "esplendor de Portugal", o tal de que fala o hino, fica entregue por umas semanas às pernas dos jogadores. Quando regressarem da sua breve aventura, voltamos ao "mesmo". Um "mesmo" do qual - por causa destas e de outras - nunca conseguimos sair.
6 comentários:
Esta loura - "porta-bandeira" ,tambem vai com o sr. Scolari para a Alemanha?
O seu "amigo" jcd tb bem contribui para esta palhaçada
eu sou um bocado egoísta. quanto mais houverem nos estádios menos filas há nos sítios que realmente interessam. não gosto de festívais de cinema muito cheios, deviam era ir todos à bola.
Caro JG,
Bem sei que o futebol não o estimula mas também me parece exagero incluir o entusiasmo português pelo dito desporto nas causas das nossas agruras!
mas não acha que enquanto estão distraídos com o futebol não se dedicam a outras coisas e isso é mau para eles?
De acordo com rui castro.
O Estado da Nação não resulta certamente do amor ao futebol. Com certeza que os 10 estádios não eram necessários, mas atacar o "desporto rei" por "dá cá aquela palha" não me parece a melhor opção.
Quer queira, quer não, a divulgação dos 23 convocados é notícia. Afinal de contas, estamos perante um evento mundial de grande importância ao nível desportivo, no qual o nosso país estará representado.
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