20.5.06

DA NÃO LITERATURA


Deram a José Luandino Vieira o Prémio Camões. O laureado não exerce a expressão literária há já muito tempo e retirou-se da mundanidade para um convento no norte do país. "Desta" Angola nem sequer quer ouvir falar. Luandino ficou, sim, indelevelmente ligado ao episódio do encerramento da Sociedade Portuguesa de Autores pelo regime do dr. Salazar. Já passaram cerca de quarenta anos sobre o assunto. No essencial, Luandino é uma mera memória literária e um pretexto político "anti-fascista". Nada que justifique, em 2006, a atribuição serôdia de um prémio supostamente literário. Para isso existem milhares de penduricalhos democráticos e o 10 de Junho. Não servem, aliás, para outra coisa senão para "homenagear" os "heróis" e os "anti-heróis" da nossa história mais recente. Nada disto, porém, tem que ver com literatura.

5 comentários:

Anónimo disse...

deve existir algum equivoco. Muito tempo, é como assim. Ultimo que li é de 2005.

http://www.editorial-caminho.pt/cache/html/show_autor__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_--_3D32215__q236__q30__q41__q5.htm

Anónimo disse...

Leu uma reedição que, na Caminho, corresponde a uma "sua" primeira edição.

Anónimo disse...

Ignorava de todo que Luandino fosse agora frade.
Mas, bem vistas as coisas, acho que só lhe fica bem penitenciar-se do passado no MPLA.
Só pergunto: que destino irá dar ele ao dinheiro do prémio?

Anónimo disse...

Convém precisar que o retiro da mundanidade foi feito em óptima companhia-a namorada- e que o convento é do amigo escultor. O que, bem vistas as coisas, nem acrescenta nem retira ao essencial do artigo.

Anónimo disse...

Se não tem a ver com Literatura tem a ver com quê? Com a Agustina em 2004 e em 2006?

Eu diria que foi a Sociedade Portuguesa de Escritores a encerrada pelo regime do dr. Salazar, sitomático eufemismo em itálico, dando por legítima corvídea a gralha, para não falar mais de sintomas.