Ainda não li - nem sei se terei paciência para ler - o famoso livro de Manuel Maria Carrilho dedicado às alegadas "urdiduras" que o conduziram à derrota em Lisboa. Acompanhei, no entanto, o "prós&contras" por onde passaram o autor, Pacheco Pereira, Ricardo Costa e Emídio Rangel. O exercício deve ter sido elucidativo para as meninas e meninos ambiciosos e semi-analfabetos dos cursos de comunicação social. Aliás, na plateia, estavam alguns a "tomar notas". Para além da exibição colectiva de uma imensa hipocrisia - todos os presentes, sem excepção, "vivem e morrem" todos os dias "pela imprensa" -, o programa serviu essencialmente para, uma vez mais, promover Carrilho e a sua "obra". Ao lado dele, sentava-se um dos maiores barões da comunicação social portuguesa pós-25 de Abril, o talentoso Emídio Rangel. As suas "lições", pretensamente dentológicas, não devem, por isso, impressionar ninguém. Ao lado de Pacheco Pereira, estava o "aprendiz de feiticeiro" de Rangel, o frívolo Ricardo Costa que mostrou ter aprendido a lição do mestre. Safou-se Pacheco Pereira que fez o papel do coro - ou do cego - das tragédias gregas. Que me lembre, foi o único político no activo (era, na altura, líder parlamentar do PSD) que enfrentou os jornalistas no Parlamento tentando evitar que seguissem os rabos dos deputados para todo o lado. E que continua, usando e "vivendo" no meio, a não ter por ele nenhum tipo de temor reverencial. Carrilho está a pagar o preço desnecessário e narcísico de, por exemplo, ter deixado cobrir a sua lua-de-mel angolana por uma revista cor-de-rosa. Foi por isso que o minuto no vídeo da campanha lhe foi fatal. Noutras circunstâncias teria passado despercebido. O mesmo se diga do "exclusivo" fotográfico do seu casamento, uma coisa manifestamente privada, para um jornal do grupo onde trabalha aquele a quem Carrilho apelidou ontem de "a vergonha do jornalismo", Ricardo Costa. Ele, Carrilho, vale bem mais do que isto e do que o seu livro, convenientemente "transformado" numa suposta "reflexão" sobre as relações entre os jornalistas, as agências de comunicação e o poder. Estas três entidades precisam umas das outras como de pão para a boca. A promiscuidade entre elas faz parte integrante do "pacote democrático" e sustenta o regime. Não vale a pena correr atrás da própria cauda.
7 comentários:
Também acompanhei o programa, e as suas considerações espelham efectivamente o desenrolar do debate. As suas conclusões estão objectivas e claras e concordo com elas.
Queria só acrescentar que considero o Ricardo Costa, o perdedor do debate.
... pois eu preferi ver 1º, os "7 palmos de terra" e, só depois ver a parte final deste "diz tu, direi eu"
... e, chegou
... como é possível andar-se sempre à volta do mesmo, das mesmas formas,
repetindo-se sistematicamente tudo e, tendo tudo sempre o mesmo fim ...
... é impressionante
... e. como sempre o seu Post está "brilhantíssimo"
... obrigada
Ó anónimo das 4:52, poque não escreveu "BRILHANTÉRRIMO"?
Sabe o que eu penso do poste?
um poste meloso
O debate de ontem foi uma animada feira de vaidades. O Carrilho há muito que se perdeu, no embevecimento de si mesmo. O Rangel já teve a sua hora de glória, no auge do anticavaquismo pró-guterrista e esteve muito mal no papel de conselheiro moral, ele mesmo, que foi o pioneiro, o grande inovador e impulsionador do lixo televisivo, da agressividade jornalística desbragada, ignorante, atrevida e petulante ! O Ricardo Costa ficou aqui já bem caracterizado como «o Aprendiz de Feiticeiro», momentaneamente bem sucedido. O Pacheco, esse, não sabia onde deveria estar, mostrando algum temor ou simpatia pela figura do mediático cultural ex-Ministro. Sempre somos todos intelectuais, não é verdade ? E, por fim, uma adivinha : a quem Carrilho quereria atingir, com aquela de não ser nenhum Professor de aviário ?
Pois, realmente quando as "comadres" se encontram há confusão no aviário...Todos uns concretos corrompidos, com provas dadas de desrespeito por tudo e todos e como única contribuição para o desenvolvimento cultural e social, o associativismo e polémicas publicadas.....
Concordo com tudo o que aqui se escreveu...
Tambem assisti á peixeirada!!!! Você JG podia ter ido mais longe! Você sabe. Você,que até tem muitos raciocinios interessantes.Você que com "um pouco mais de brasa e era lume..." mas... o politicamente correto não é... ELES COMEM OU COMERAM TODOS DA MESMA GAMELA e agora são muito disciplinadores e disciplinados. A MERDA CONTINUA....
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