12.8.05

UM REGIME INCENDIADO

Não tenho culpa do que é hoje este país e o regime que o representa: militei e votei sempre em partidos que apregoavam querer outro tipo de regime e deixei de militar e de votar quando vi esses partidos tornarem-se tão legitimistas como os outros. Espero um rebate de consciência política por parte destes políticos, ou o aparecimento de outros. Faço como muitos portugueses: espero por D. Sebastião, desempenho a minha profissão o melhor que posso, e penso em emigrar.


Paulo Varela Gomes, Público de 11 de Agosto de 2005, Os Incêndios do Regime

DEMOCRACIA....

... de tipo "familiar".

INDEPENDÊNCIAS

A COISA ESTÁ PRETA

Ao vaguear pelo país de Agosto, ocorreu-me a letra de uma canção de Chico Buarque. Ele referia-se ao Brasil e “elogiava” metaforicamente – coitado – o nosso glorioso “Portugal de Abril”. “A coisa aqui está preta”, cantava Chico. Como, trinta anos passados, faz tanto sentido este verso brasileiro escutado em português! Há uma semana, Vasco Pulido Valente falava na “decadência do regime”. As coisas estão efectivamente pretas. A fragilidade de tudo começa a estar demasiado descoberta, se bem que nunca deixasse verdadeiramente de lá estar, oculta e perversa. José Sócrates, ainda o menos mau que se consegue arranjar, segundo as “sondagens”, manifestamente já não chega. Muito em breve, entram em cena, de novo, centenas de candidatos autárquicos. Um pavor. No meio deles encontram-se algumas notabilidades que se imaginam subtis e que, agora, se dizem “independentes”. São nódulos monstruosos gerados nos partidos e nas “localidades” que, com rotundas, prédios e prebendas, “ganharam” a indeclinável simpatia popular. E são a melhor imagem do que seria um país “regionalizado” por que muitos irresponsavelmente suspiram. A tragédia dos incêndios é outro monumento sagrado à inépcia dos poderes públicos e ao atavismo analfabeto do “localismo” caseiro. Quando ainda temos tanto de “terceiro-mundismo” para extirpar, vêm os ministros Pinho e Lino, com as suas tolas crenças no optimismo “obreirista”, devidamente abençoadas pelo primeiro-ministro, prometer milhões em “progresso”, pistas e “vitesse”. Finalmente, é o absolutismo caprichista da maioria que se encarrega da sua própria descredibilização. O episódio da Caixa Geral de Depósitos, as incompetências mantidas ou as “novas” que são nomeadas para cargos de direcção pública em nome da eterna concepção “familiar” de democracia e a percepção de falta “unidade de comando” disto tudo, fazem o “regime” resvalar para lado nenhum. É por isso que as eleições presidenciais se tornaram subitamente importantes. A geração que nos governa desde há, pelo menos, dez anos, é uma “geração perdida”, medíocre e cobarde. A emergência de Mário Soares e de Cavaco Silva constitui o seu melhor epitáfio. A coisa está preta.

A OTA CONTINUA! - 4

O que dirá o ministro Mário Lino destas "observações", captadas a partir do Bloguítica, logo ele que ontem bufava "falsidades, deturpações e demagogias", a propósito das advertências que têm sensatamente vindo a ser feitas relativamente ao novo aeroporto da OTA ? Ou destas?

11.8.05

A OTA CONTINUA! - 3

Mário Lino, visivelmente incomodado com as perguntas que lhe têm sido dirigidas acerca dos "estudos" sobre a OTA e o TGV, decidiu responder com um artigo no Diário Económico. Segundo Lino, a decisão de construir o novo aeroporto internacional na Ota está suportada por um estudo de impacto ambiental elaborado em 1999. Foi, então, por essa altura que "se realizaram diversas audiências públicas e sessões de trabalho, foram distribuídos milhares de folhetos informativos e enviados relatórios e informações para numerosas entidades" e que "os dados e informações estiveram à disposição para consulta na Internet do IPAMB- Instituto de Promoção Ambiental e Direcção-Geral do Ambiente, entretanto substituídos pelo Instituto do Ambiente. Terá sido "na sequência deste processo de avaliação de impacte ambiental que o XIV Governo tomou a decisão de prosseguir o desenvolvimento do processo relativo à construção do novo aeroporto". Finalmente os projectos da OTA e TGV "foram escolhidos pela sua importância, dimensão e visibilidade" e destinam-se aparentemente a combater "o clima depressivo criado no país desde 2002" e "a dúvida [criada] na sociedade portuguesa e na sua ambição e capacidade para ultrapassar as actuais dificuldades". Os responsáveis por estas aleivosias, ainda segundo o ministro, são aqueles que, com "falsidades, deturpações e demagogias", tanto têm criticado tão sublime opção. Em matéria de "demagogias", estamos conversados com Lino depois deste artigo. Vir falar num "estudo de impacto ambiental", de 1999, como o grande suporte para estas aventuras, é politicamente pobre e cai "ao lado" do essencial. Apesar desta prosa infantil e retorcida, Mário Lino não consegue explicar a indispensabilidade da construção de um novo aeroporto, quer em termos de estratégia do nosso crescimento económico, quer em termos puramente "promocionais" para o país ou mesmo em sede de "ganhos" da célebre competitividade. Não se fazem obras deste teor para resolver problemas "psicológicos" ou como "terapia de grupo" contra a "depressão nacional". Para isso já tivemos a Expo, o Euro 2004 e as Polis tão caras ao eng. Sócrates. Nenhuma dessas fantasias resolveu nada. A depressão, como a loucura, continua.

"SEXO, EMULE E BENFICA"

Este país aborrece. Esta gente aborrece. Estes poderes aborrecem. A nossa "cultura" aborrece. Veja-se esta "pérola". Olhando para dentro dos nossos pequenos vícios, a Marktest foi ver o que fazia um país aborrecido na internet, durante o primeiro semestre do ano (fonte: Expresso online). Por ordem decrescente em termos de número de "buscas" efectuadas por palavra, verifica-se que o cibernauta luso - ansioso e deprimido depois da "euforia" do Euro 2004 - introduziu 131 mil vezes o termo "sexo", 93 mil o termo "emule" -um "software" de partilha de ficheiros -, 91 mil, "Benfica", seguindo-se no "top ten" das palavras mais "procuradas", os termos "mulheres", "dgci", "messenger", "irs", "sapo", "msn" e "jogos". Já em matéria de "personalidades" portuguesas, Isabel Figueira (quem é?) é o nome que recolhe mais "buscas" e a "expressão" "porto" foi mais procurada na net do que "lisboa". Parece que, afinal, o "Deus, Pátria e Família" do dr. Salazar e do Cardeal Cerejeira, na versão do "plano tecnológico" para "ligar Portugal" no século XXI, deu em "sexo, emule e benfica", uma bem democrática e "popular" visão da "modernidade" distinguida pelos indígenas mais sofisticados. O governo quer, com credulidade e voluntarismo optimista, "mudar". Este, todos os outros que o antecederam e os mais que virão. Porém, quando se governa uma raça destas, esperam mudar o quê?

10.8.05

A OTA CONTINUA! - 2

Vital Moreira, uma inequívoca forma de vida inteligente que defende o aeroporto da Ota, informa que lá para Outubro o governo dará conta dos "estudos" que "sustentam a construção do novo aeroporto". Quanto à "cruzada paroquial de Lisboa" e ao "vale tudo" de que fala a propósito da pergunta simples que tem sido colocada em diversos blogues, uma rápida viagem pela blogosfera ensinar-lhe-á que, muitos dos que estãos empenhados na "cruzada", moram bem longe de Lisboa e provavelmente gostam tanto dela como ele. A questão de fundo não é, pois, nem paroquial nem lisboeta. É nacional e de elementar bom senso.

BOA PERGUNTA....

... no Sorumbático.

VÃO VER

Ler, no Bloguítica, "O Cobertor é Curto", a partir de uma "notícia" do Jornal de Notícias. À excepção do excitadissimo e coerente Medeiros Ferreira, a partir desse porta-voz de enorme impacto nacional que é Vitor Ramalho, a putativa candidatura presidencial de M. Soares segue aparentemente o ditame de Séneca: "sempre idem velle atque idem nolle", ou seja, "sempre querer e não querer o mesmo". Já se sabe que Soares precisa de "cercar" o "centro político" para ter sucesso. Para isso, tem que recorrer à famosa gaveta onde enfiou o (seu) "socialismo" há uns bons pares de anos, e de onde provisoriamente o tirou para, uma vez candidato presidencial nos anos 80 e 90, se proclamar retoricamente "socialista, laico e republicano". No entanto, a gaveta cresceu para um armário no qual, nos últimos anos, Soares foi arrumando as suas "novas" "convicções" e os seus "novos" amigos, exibidos com a adequada radicalidade, desde Porto Alegre à Avenida da Liberdade. São esses "cadáveres esquisitos" - que hoje rejubilam com a sua recandidatura - quem mais incomoda um Soares já interessado em "pescar" noutras águas. As "declarações" de Ramalho provam-no e a emergência do advogado de negócios - particularmente "angolanos" -, Vasco Vieira de Almeida, como "responsável" pela campanha, são os primeiros sinais de "descolagem" puramente táctica dos drs. Louçã, Rosas, Jerónimo de Sousa, Domingos Abrantes ou Boaventura Sousa Santos. Quem o conhece, sabe que, quando e onde for preciso, Soares dirá exactamente o contrário do que jurou antes, e vice-versa. As minudências "ideológicas" nunca lhe tiraram um segundo de sesta. E os seus amigos do armário engolirão em seco em nome da sagrada "unidade" contra a "direita". Ele quer apenas ganhar e eles querem apenas que o "outro" não ganhe. Neste tropismo político nada sadio e intelectualmente pouco sério, vai valer tudo. Vão ver.

9.8.05

NOS OITENTA E DOIS ANOS DELE

de profundis amamus

Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria

Andámos
dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros

Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes

O público
o vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso

Não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso

O MESMO QUE NADA

O dr. Costa, que eu ainda tinha como um dos poucos políticos lúcidos da sua geração, está a revelar-se um perfeito logro. Depois de ter andado desaparecido enquanto o país ardia, decidiu agora mostrar-se muito e falar. Também ele, à semelhança de um vulgar burocrata, imagina que os problemas se resolvem com "relatórios". Como explicou a um jornal, está "à espera" de um para Outubro. Isto deve representar um imenso alívio para as populações e para os bombeiros. Os fogos de Agosto e, quem sabe, de Setembro, não há dúvida que se combatem com relatórios em Outubro. Parece que havia um "livro branco" - outra portuguesa maneira de não mexer em nada - sobre os fogos a que Costa não deu grande importância, à excepção da criação da famosa "autoridade nacional" do pacato e inócuo general Ferreira do Amaral. Este estrondoso fracasso das políticas de prevenção e de combate aos incêndios, comum a vários governantes, merecia que se tirassem as devidas conclusões. Em vez disso, espera-se por relatórios que ninguém lê ou cumpre, por "livros brancos" perfeitamente combustíveis e por criaturas que, apesar de não se entenderem sobre o essencial, mandam. É tudo tão cinzento e baço como o que fica depois das labaredas. E é exactamente o mesmo que nada.

TUDO EM FAMÍLIA

Uma das coisas "giras" que tem o dr. Mário Soares, é baralhar toda a gente. A começar pelos seus supostamente mais "próximos". Nesse aspecto, ele é uma permanente brisa de ar fresco ao pé destas mediocridades vaidosas que pululam na vida pública nacional, da "esquerda" à "direita". Por mais que se desminta, Manuel Maria Carrilho, citado "entre aspas" no Diário de Notícias, não aprecia a candidatura do fundador. E, sobretudo, não gostou da maneira como Sócrates tratou do assunto ou, melhor dito, da forma como Soares o "obrigou" a tratar. Carrilho, a pretexto de um falso pretexto, quis demarcar-se de um secretário-geral que não é manifestamente o seu preferido e que pressente a "afundar-se". Nada mais. Estas bizantinices não maçam Soares. Pelo contrário, devem diverti-lo imenso. Cada dia que passa, o partido está mais refém da sua gloriosa pessoa. Ele sabe que, na hora "da verdade", estarão lá todos. Eduardo Prado Coelho, que é um teórico da ubiquidade, explica já isso claramente quando, depois de "zurzir" Soares como uma "falsa boa ideia", como aliás o fez ao lado de Pintasilgo em 1985/86, se prepara para "acabar por o apoiar também". Estes episódios sucessivos de "desestabilização" na "família" são bem elucidativos do factor de perturbação que a candidatura de M. Soares veio introduzir numa maioria absoluta "à beira de um ataque de nervos" que, por acaso, é da sua "cor". O que significa que Soares, candidato, vai querer fugir disto o mais depressa possível, como o diabo da cruz. Sucede, porém, que a "sua" maioria é o governo de Portugal e, supostamente, uma coisa séria. Não invejo a tarefa dos "preparadores" dos discursos presidenciáveis de M. Soares, alguns deles meus amigos. O eleitorado que deu a maioria absoluta ao PS, fê-lo para governar bem e não para perder tempo com questões domésticas. Até mais ver, Soares é uma questão doméstica que "ameaça" todo o edifício "socialista" de ruína precoce. Eu avisei e tornei a avisar. Ele não vem pelo bem de Sócrates. Vem só e exclusivamente pelo dele.

8.8.05

LER...

... "A indústria dos incêndios", de José Gomes Ferreira. E este post do Mar Salgado, "Fogos e desnorte governamental".

CONVERSAS COM OS LEITORES

Toda esta "movimentação" da direita reaccionária seria credível, se tivessem feito o mesmo quando os governos anteriores disseram que avançariam com a OTA. Porque não o fizeram e só agora é que se lembraram? Assim, não se queixem de que ninguém acredita em vocês (Anónimo).

Comentário: Não "comento" anónimos. De qualquer forma, já ensinava o Einstein, a estupidez também é infinita.

O presidente da autoridade nacional para os incêndios florestais está à espera que a velocidade de ignição resolva o problema de uma vez por todas: com o fim das árvores, chegará o fim dos incêndios (Raquel).

Comentário: Presumo que a leitora se refere ao sr. general Ferreira do Amaral. A sua condição ornamental não lhe permite ir mais longe do que murmurar uns vagos palpites. O pior é que o ministro, mesmo de helicóptero, também lhe segue, demasiadas vezes, os passos.

E o que é que você queria que ele fizesse, num país que não tem regionalização? Sim, porque se estivessemos regionalizados, como quer a esquerda há muitos anos, isto não acontecia ou pelo menos era muito mais atenuado (Clara).

Comentário: A Clara -está no seu pleno direito - ainda acredita no Pai Natal. Acontece que a descoordenação institucional que se sente no combate às chamas não desapareceria se a coisa estivesse entregue aos vizires locais ou regionais. Qualquer deles, aliás, está há mais tempo no cargo do que qualquer ministro se aguenta no dele. Por outro lado, a "regionalização", num país do tamanho de uma caixa de fósforos e com tão maus e grunhos hábitos localistas ou regionalistas, seria sempre uma forma de incêndio. Mais suave, mas incêndio. E, deixe-me lembrá-la, nem toda a "esquerda" é "regionalista". O dr. Mário Soares, na altura do referendo, foi muito claro. Presumo que ele seja o seu candidato presidencial e faço-lhe a justiça de, pelo menos nesta matéria, ele ainda achar que se trata de uma "loucura".

Provavelmente o VJS prefere o Cavaco. É como a Roseta! Inexplicável é ele e as posições absurdas que tem (Clara).

Comentário: Em democracia, o VJS tem direito a ter tantas "posições absurdas" quanto a Clara. Estamos muito bem uns para os outros.

LER...

... a reprodução do artigo de Saldanha Sanches no Expresso-Economia, feita pela Grande Loja: "Depois de Sócrates, o quê?"

REPORTAGEM

Aborrecido, passeio
Pelas ruas da cidade.
Deixei agora o Rossio
E atravesso o Borratém.
Deu meia-noite pausada
No Carmo. Um amigo meu
Passa e tira-me o chapéu.
Paro a uma esquina. Esmoreço
Numa saudade que surge
Dentro de mim não sei como:
Uma saudade infinita,
Misto de choro e revolta.
Alguém me chama no escuro:
Volto a cabeça. A uma porta
Um vulto mexe. - Sou eu!,
Não fuja, sou eu... - Mas quem?
Retrocedo, não conheço
A mulher que me chamou.
Na verdade ninguém ouve,
Ninguém distingue o apelo
Do amor que anda perdido
No mistério de mentir:
Deixo-a ficar onde estava;
Dou-lhe um cigarro e um sorriso
Dizendo que vou dormir.
Atira-me boa-noite
Num frio olhar de ofendida.
Meto à rua do Amparo
A perguntar se esta vida
Não terá finalidade
Menos sórdida e banal?
Atafonas. Uma Igreja.
Mais acima o Hospital.
Um marinheiro propõe
A esta que atravessou
A rua do Benformoso
Irem tomar qualquer coisa
Na Leitaria da Guia.
Ela pára. É uma catraia
Que talvez não tenha ainda
Dezasseis anos. Bonita.
Devagar vou-me chegando
Xaile, uma blusa, uma saia...
E oiço a fala dos dois.
Ele parece uma onda,
Impetuoso, alagante.
Ela é um breve bandó
Num corpito provocante.
E seguem... Ele, encostado,
Muito encostado e aquecido
Lá vai como se encontrasse
Um objecto perdido
Que foi milagre encontrá-lo...
Cortaram além!... E param?
Oiço o rebate de um estalo
E um grito subtil de prece
Amedrontada na fuga...
Desço ao Marquês do Alegrete.
Um candeeiro sinistro
Numa casa que se aluga...
Vejo um polícia. Arrefece.
Um grupo de três sujeitos
Discute o vinho de Torres.
Varrem as ruas. Um gato
Bebe água numa sarjeta;
Uma carroça parou
Carregada de hortaliça
Junto à Praça da Figueira.
Corto a rua dos Fanqueiros
Já um pouco estropiado...
Acendo um cigarro. A noite
Lembra um fantasma assustado...
Chego ao Terreiro do Paço.
O arco da rua Augusta
Parece mais imponente
Na minha desolação...
Vou até ao cais. Em baixo
O rio bate sem reacção...
A maré vasa. No céu,
Vão-se apagando as estrelas.
Um guarda-fiscal dormita
Na guarita, mas de pé.
Um velhote com um cesto
E uma lata vem dizer-me
Se eu quero beber café.
Num banco de pedra. Cismo.
E ali me fico a cismar
Em coisa nenhuma... O dia
Principia a querer ser
Mais um passo na incerteza
Das nossas aspirações...
As águas do rio a escutar
Parecem adormecidas...
E o dia nasce! Vem triste,
Nublado, fosco, cinzento,
Enquanto pela cidade
A vida acorda e desata
O matinal movimento...

António Botto

A USURA DO TEMPO

Placido Domingo, um dos grandes génios musicais das últimas décadas, anunciou que se vai retirar. Como músico inteligente e homem sensível e intuitivo, Domingo apercebeu-se, como os "antigos", do efeito de usura chamado "decurso do tempo". "Quando iniciei a carreira, cantei com mulheres da idade da minha avó, depois com algumas que podiam ser minhas irmãs mais velhas, em seguida com artistas da minha idade e, actualmente, com jovens que podiam ser minhas netas", disse ele, acrescentando que "quer reflectir antes de tomar a decisão, para não se arrepender e regressar dois anos depois." Um excelente conselho que podia perfeitamente ser seguido noutras "áreas" em que os impulsos serôdios são mais fortes que a serena razão.

A OTA CONTINUA!

A partir do ABRUPTO:


"NUMA BLOGOSFERA, PERTO DE SI"


Sessenta e três blogues

Bloguítica. Blasfémias , Ciberjus , Von Freud , Grande Loja do Queijo Limiano, [ai-dia], A destreza das dúvidas , crackdown, ContraFactos & Argumentos , ' A Esquina do Rio , Almocreve das Petas, Um prego no sapato, ...bl-g- -x-st-, sorumbático, Portuense, ABnose, Portugal dos Pequeninos, Teoria da Suspiração, A Baixa do Porto, Minha Rica Casinha, Sombra ao Sol, Insustentável, Insustentável Leveza, Virtualidades , Blogdamarta, Adufe, Tela Abstracta, opinar, Abnegado, Cabo Raso, Bateria da Vitória, Foz, Tempo Suspenso, Galo Verde, Navio Negreiro, Entre Pedras, Palavras, Viver Bem na Alta de Lisboa, Faz Tudo, SEDE, Observador Cosmico, Nortadas, Piano, primadesblog, Pura Economia, Impertinencias, Nova Floresta, Acid Junk Food, Prova dos Nove, Quinta do sargaçal, O cacique, Cuidado de Si, My Guide to your Galaxy, Ideias Dispersas, Gatochy's blog, Congeminar, Verão Verde, Forum Comunitário, Ma-Schamba, Ecletico, Miniscente, o careto, iuris, 19 Meses Depois, e um jornal digital, o Portugal Diário , leram isto

"Respeito muito os signatários, mas há sociedades que valorizam mais a especulação e a análise, enquanto outras valorizam mais a busca de soluções."(Manuel Pinho, Diário Económico, 28-07-05)

e correspondendo ao apelo do senhor Ministro fizeram o pedido, exigência bem educada,

PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A “BUSCA DE SOLUÇÕES” EM DETRIMENTO DA “ESPECULAÇÃO”?

e receberam a resposta:

NÃO. PELO MENOS PARA JÁ, ATÉ QUE O GOVERNO FAÇA O SEU ESTUDO, VISTO QUE AINDA NÃO FEZ NENHUM, APESAR DE JÁ TER DECIDIDO TUDO.


Adenda: O José Júdice, na crónica de dia 5 de Agosto em O Independente, também pergunta pelas "dezenas de estudos encomendados pelos governos sobre o Aeroporto da OTA e o TGV" e se alguém "alguma vez lhes pôs a vista em cima".

5.8.05

"A VELOCIDADE DE IGNIÇÃO"

António Costa acordou finalmente da letargia estival que o vinha a atingir. Falou em "mobilização" das populações- coitadas -, já que os famosos "meios" clamorosamente não chegam para combater a desgraça. Depois mandou-nos "vigiar as Ignições" (sic) e "apoiar o combate". Concluiu com a habitual "teoria da comparação" a qual, como é notório, é de grande ajuda e conforto para os autócnes: "Mesmo em condições objectivamente negativas, neste ano, com muito mais ignições do que no ano passado, há felizmente muito menos área ardida do que em igual período de 2004. Tem havido melhor vigilância e capacidade de resposta, por isso tem ardido menos". Resumindo a coisa às "condições anómalas de velocidade de ignição", um novo jargão para tapar o buraco negro em que anualmente se atola a prevenção de fogos, António Costa, à semelhança dos seus imediatos antecessores, não consegue passar do trivial. Ora o trivial, mesmo com uns termos "técnicos" à mistura apenas para impressionar os imberbes, não resolve um problema ao ministro. E, não resolve, o que é pior,ao país.

LER...

O HOMEM QUE SABIA DEMAIS?

Vários blogues andam a solicitar ao governo, SFF, que publicite os "estudos" que justificam o investimento OTA. Talvez Mário Lino saiba mais do que nós.

4.8.05

DAR A CARA

O país arde ao abandono e na sua secular solidão, aos olhos impotentes e incrédulos da populações. Em três anos consecutivos, as "estruturas" preventivas e de combate falharam. Estiveram separadas -bombeiros e protecção civil -, unidas e agora não se sabe bem como estão. Só se sabe que não estão bem e, não estando bem, não são eficazes. Em muitos casos, os "meios" nem sequer existem. Isto tudo tem uma tutela que falhou ao longo deste malfadado período. Por ser politicamente responsável perante as populações, o ministro da Administração Interna, que neste momento substitui o primeiro-ministro, deve, no mínimo, dar a cara. Nem que seja para não perder a face.

O "ESPLENDOR"

"Levantai hoje, de novo, o esplendor de Portugal..." Qual esplendor? Onde é que ele está?

"QUE FAREI QUANDO TUDO ARDE?"

Vale a pena ler este post desencantado do Paulo Gorjão e um outro "realista" do José Pacheco Pereira, também mencionado pelo Paulo. A recorrência a Sá de Miranda, pedido o verso emprestado num contexto diverso, manifesta a minha inquietação pelo estado de um país que arde fisica e eticamente há, pelo menos, quatro anos ininterruptos. O rádio do carro fala-me de trinta fogos e de cerca de três mil bombeiros exaustos no terreno. Os bonzos do regime - estes ou quaisquer outros - vivem noutro horizonte, encerrado em corredores estreitos, ambíguos e negocistas onde vale praticamente tudo menos o país. Não é por acaso que a "galáxia" Portugal Telecom está de novo na "moda" pelas piores razões. Ou a CGD. Ou um banco privado. Como lembra com amargura e graça um amigo meu, estamos sempre a esbarrar com "os nossos piolhosos, como dizia o incompreendido D. Carlos, quando as razões de Estado o obrigavam a trocar as putas de Paris por esta choldra ingovernável". Onde pára o dr. António Costa, uma das maiores decepções políticas deste governo e, supostamente, uma "mente brilhante"? Que faremos quando tudo arde?

EM LISBOA

Carmona Rodrigues anda a surpreender-me pela "positiva". É discreto e poupado no discurso. E, pelos vistos, não se deixa impressionar pela trituradora partidária, composta pelas inefáveis mediocridades da distrital de Lisboa do PSD. Estas criaturas, cuja única coisa que sabem fazer na vida é intrigar, querem "impôr" os "seus" vereadores aos nomes que Carmona entende serem os mais adequados para a gestão camarária. Aparentemente Carmona conseguirá ter a lista que escolheu - onde, para horror da "aparelhagem", existem demasiados "independentes" -, e "limpa" de más memórias. É justamente a "memória" o maior "calcanhar de Aquiles" do candidato. Existe uma imagem terrível de fiel servidor do caprichismo político de Santana Lopes que dificilmente se esfuma numas escassas semanas. Este passo em frente dado contra os lacaios do aparelho, revela, no entanto, alguma coragem cujo peso eleitoral é, neste momento, imprevisível. Carrilho tem em Carmona Rodrigues um adversário que não deve, por isso, ser subestimado com tiradas retóricas de efeito duvidoso. Sobretudo quando a "lista" socialista deixa muito a desejar, a começar logo no esquecível "número dois".

3.8.05

LER...

... no Abrupto, "Para uma história da "Cultura" enquanto instrumento de propaganda política moderna". Para um recém eleito membro dos órgãos sociais da Juventude Musical Portuguesa, é grata a referência a Humberto d' Ávila e à "actualidade" do seu pensamento

"UMA CANDIDATURA INFELIZ"

LER...

... este "Sócrates é responsável", de Sérgio Figueiredo.

A VINGANÇA DE SANTANA

CGD recusou-se a financiar grandes projectos públicos. Financiamento da Ota e do TGV poderá estar na origem da saída de Vítor Martins. (in Diário de Notícias). Há menos de um ano andava meio mundo político, mediático e "blogosférico" entretido a "denunciar" os bastidores dos negócios em que o governo de Santana aparecia "envolvido" por interpostos "amigos" ou mesmo através de membros do executivo. Será que Sócrates, como Santana, tem a certeza de que está absolutamente bem acompanhado? Santana tinha e deu no que deu. Agora deve dar-lhe para se rir, como Bagão. E vão dois.

LINO E AS LINHAS

Não acompanho suficientemente o assunto do "metro do Porto" para me pronunciar. Há autarquias a mais para o meu gosto metidas pelo meio. Ver, numa carruagem e aos abraços, Narciso Miranda, Valentim Loureiro, Mário Almeida, Filipe Menezes e Rui Rio, é o tipo de mini-viagem que não se deseja ao pior inimigo. Outro dia juntou-se-lhes Mário Lino que, obviamente, não destoa no meio deste untuoso ramalhete. Ontem, na RTP, o ministro apareceu para falar do tema. Para ameaçar. No meio de uma conversa sobre os dinheiros e de umas graçolas sobre a campanha dos autarcas - como se ele não estivesse a ornamentar os cartazes do PS em Oeiras -, M. Lino, quando perguntado acerca da eventual remoção do actual conselho de administração da "Metro", não hesitou em dizer que todas as "hipóteses" estavam em cima da mesa. Lino atacou os supostos "excessos" financeiros da obra como se isto fosse uma novidade. Logo ele, que não se tem coibido de prometer milhões para outras extravagâncias "localistas" ou "nacionais", como a OTA ou o TGV, cuja pertinência e consistência técnicas não há meio de conseguir explicar como deve ser. Antes de pensar em em remover alguém, era bom que Lino se olhasse ao espelho. Duvido que gostasse sinceramente do que via.

SFF



"Respeito muito os signatários, mas há sociedades que valorizam mais a especulação e a análise, enquanto outras valorizam mais a busca de soluções." (Manuel Pinho, Diário Económico, 28-07-07)


"No Bloguítica. no Blasfémias , no Ciberjus , no Von Freud , na Grande Loja do Queijo Limiano, no [ai-dia], no A destreza das dúvidas , no crackdown, no ContraFactos & Argumentos , n' A Esquina do Rio , no Almocreve das Petas, no Um prego no sapato, no ...bl-g- -x-st-, no sorumbático, no Portuense, no ABnose, no Portugal dos Pequeninos, no Teoria da Suspiração, no A Baixa do Porto, na Minha Rica Casinha, no Sombra ao Sol, no Insustentável, na Insustentável Leveza, no Virtualidades , no Blogdamarta, no Adufe, na Tela Abstracta, no opinar, no Abnegado, no Cabo Raso, no Bateria da Vitória, e noutros que [o José Pacheco Pereira não pôde] recensear, também se apoia esta divulgação. Mostrando uma qualidade rara na blogosfera que é a persistência e o não deixar cair uma pergunta e um pedido SFF mais que razoável, alguns blogues repetiram e vão repetir enquanto for necessário a mesma pergunta."

PARA QUE...

...serve ter um "amigo" na Praça do Comércio. Campos e Cunha era mesmo uma "maçada".

2.8.05

CHINESICES

Apesar de Macau ser hoje uma "memória" para a maior parte de nós, o "enclave" continua a ser uma "certeza" para alguns de nós. Vale a pena ler este post - com continuação prometida -, de Paulo Gorjão, sobre (parte) (d)as misteriosas "vias" macaenses da política nacional, sempre de volta cada vez que o PS sobe ao altar do poder. Ainda do mesmo Paulo Gorjão, mas sobre um assunto completamente diverso, este post. Na realidade, Jorge Sampaio - não sei se voluntaria ou involuntariamente -, acabou por "tirar o tapete" vermelho que Soares tinha colocado para si próprio à porta de Belém, ao receber, em total discrição, Cavaco. É preciso explicar a M. Soares que a pior coisa que lhe pode acontecer - depois de dez anos de prestigiada magistratura suprema e de uma vida inteira de combate pela liberdade e pela democracia -, é abeirar-se perigosamente da fronteira do patético ou do ridículo. Nem ele nem o país merecem esse desleixo lamentável. Os amigos servem para isso mesmo, para ajudar a evitar lances dolorosos irreversíveis. Mesmo quando é só para os "ouvir".

ESTILOS

Ninguém soube, mas Cavaco Silva esteve esta manhã em Belém com Jorge Sampaio. Desde ontem à tarde, pelo menos, que se sabia que Soares ia lá de tarde. Ele fez questão que se soubesse. Mesmo quando, à saída, não tenha dito nada sobre um "assunto" que os jornalistas "já sabiam" qual era. Eles só estavam lá para o verem sair. Cavaco, pelo contrário, pediu expressamente para que audiência não fosse divulgada com antecedência. O estilo faz um homem. O espectáculo faz um estilo. É só escolher.

CONVERSAS COM OS LEITORES

Se os PSD querem, a todo o custo, enfiar o Cavaco em Belém, porque raio é que o PS e a esquerda toda não podem querer lá o Soares? Será que só a direita é que tem "direitos" neste país? (Anónimo)

Comentário: Eu não sou militante do PSD. Já fui. Eu não apoio M. Soares. Já apoiei. A "esquerda toda" nunca esteve com M. Soares. Bem pelo contrário. Quanto aos "direitos" da "direita", são idênticos aos da "esquerda". Nós não vivemos numa "democracia familiar".

Não percebo porque motivo o governo do PS não pode colocar quem muito bem lhe apetecer na CGD e os governos PSD podem (Clara).

Clara, algo me deve ter escapado: como é que deste post infere que o autor defende poder o PSD colocar na CGD quem muito bem lhe apetecer? (Luís)

Comentário: Está na pergunta do último leitor.

MORES SECUNDUM TEMPUS

COMENTÁRIO...

... no Expresso "online" acerca da "visita do velho senhor": "Mário Soares desloca-se hoje a Belém. Já anda a ver casas? :)))"

JÁ AGORA...

... por que é que Mário Soares não "ouve" Cavaco Silva no seu "processo de reflexão", alguém com quem "conviveu" íntima e politicamente durante dez anos e que o conhece como ninguém? Ou Manuel Alegre, esse "grande amigo"? Ou Marcelo, esse "grande malandro"? Ou Eanes, um "inimigo de estimação", reabilitado em 2001 por causa de João Soares? Ou finalmente a ele próprio, na sua versão presidencial de 1986-1996?

O MEDO

Hoje, pelas três da tarde, o Chefe do Estado recebe, a seu pedido, Mário Soares. Por causa de um programa de televisão que o tratou mal, Pedro Santana Lopes também foi recebido por Jorge Sampaio e "ameaçou" abandonar a "política". Presumo que os motivos que levam o ilustre antecessor de Sampaio a Belém sejam exactamente os contrários que motivaram Lopes. Soares quer emprestar gravidade e um "cunho nacional-unanimista" ao seu projecto faccioso. Quem, pois, melhor do que Jorge Sampaio, que se presta a praticamente tudo, para o efeito? E que não se importa, pelos vistos, de aparecer como actor secundário desta pequena farsa a que Soares chamou de "reflexão"? A comunicação social dá uma ajuda ao incluir este "passo" no "processo reflexivo" de Soares. E há formas de vida inteligente que fingem que acreditam. Acontece que Jorge Sampaio não faz parte da "sociedade civil", não é "independente" e não está ao serviço de qualquer corporação ou partido. É, por muito que lhe custe nesta fase terminal de mandato, o "presidente de todos os portugueses". Não é uma mera caução ambulante da "dinastia Ming" socialista que quer, a qualquer preço, manter Belém "em família". Este episódio recambolesco merece atenção. Eu já esperava manifestações de temor reverencial e contorcionismos de origem variada perante a putativa candidatura de Soares. Não podia, no entanto, imaginar que eles começassem logo pelo topo da hierarquia do pobre Estado português. Sampaio encerra o mandato como começou. Com medo de Soares.

1.8.05

A VINGANÇA DE BAGÃO

Teixeira dos Santos começa a mostrar a sua "raça". Para um dos panteões do regime, a Caixa Geral de Depósitos, o PS - sim, Teixeira dos Santos "é" o PS -, escolheu manter a Sra. Dra. Celeste Cardona - seguramente pelas excelentes competências evidenciadas pela senhora na sua passagem pela vida pública - e seleccionou um velho aparatchik do partido, o sr. Armando Vara, para lhe fazer companhia na administração. E removeu, com método, tudo o resto, colocando Carlos Santos Ferreira, um gestor socialista do eixo Lisboa-Macau e um homem simpático que, nos anos 80, me ensinou finanças públicas, no topo. Esta "aliança" PS/PP, cuja "lebre" mais evidente é Maria José Nogueira Pinto, em Lisboa, contra Carmona - digo isto com a mesma clareza com que (ainda) apoio Carrilho -, parece prometedora. Celeste e Vara, constituindo-se num produto híbrido, não são, no entanto, uma dupla que desmereça. Pelo contrário. Estão muito bem um para o outro. E Bagão Félix está muito bem vingado e já pode rir à vontade.

DA ESTUPIDEZ

Fechou a livraria "Eterno Retorno", ao Bairro Alto, em Lisboa, um espaço onde era possível encontrar livros de filosofia em segunda mão e que servia de porto de abrigo a concertos, debates e recitais de poesia. O proprietário não suportou a sucessão de multas camarárias por abrir portas após a meia-noite... A "ler Devagar", também no Bairro Alto, dará lugar a um condomínio privado presumivelmente "de luxo".

LER...

...este (espero que falso) "Fim da Linha" no Jaquinzinhos.

PORTUGUESES...

... mais realistas que o inefável dr. Pinho.

PRECIOSA INFORMAÇÃO:

"O Arquivo de Salazar já está disponível on-line, no site do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Seleccione-se Descrições Arquivísticas e depois, em Códigos de Referência, preencha-se com a sigla AOS." Via O Melhor Anjo.

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