15.10.09

AS VARIEDADES NO SEU APOGEU


Hoje é noite de novas (velhas) variedades. As mais pesadas. As mais estruturadas. As mais intrinsecamente cúmplices. A lembrar a ideia de Baudelaire do "professor-jurado" imputada ao crítico. Como um velho disco de vinil. Riscado, cambado mas sempre "original" na sua infinita cacofonia. E fica a tocar - a riscar-se inutilmente - se não levantamos a agulha.

6 comentários:

Garganta Funda... disse...

Logo à noite, os programas de «variedades" vão regressar com toda a pujança.

Vão falar da nova assembleia e da respectiva geometria variável na busca dos sacrossantos «consensos» e coisa e tal.

O protótipo em vida do Karl Marx (fisicamente falando, com aquelas fartas madeixas e barbas grisalhas), o mui conhecido filósofo da Marmeleira, o alcaide multi-cultural Costa e o tecno-diplomático homem Choné, vão presentear a palonçada tuga com as suas ilustres elucubrações e depressões pós-eleitorais.

Nos outros canos N*, desfilarão outros que tais, desde os gatinhos fedorentos até aos gatos malteses...

O que não falta neste país são politólogos e professores do trivial pursuit...

(1.Entretanto ninguém vai falar do "buraco orçamental" nem ninguém vai pedir a intervenção "regulada" da D. Constança.
Eu sei que 6,86%, na matemática tuga, é muito «superior» aos 7,5% alvitrados pela Universidade Católica...

2.Será que desta vez o Sr.Sócrates vai malhar parlamentarmente no último Governo da Nação, ou ainda vai atribuir culpas do descalabro e do défice, ao tão castigado e efémero governo de Santana Lopes?)

*N de «nutícias».

Anónimo disse...

Não tem é falado do seu herói nietzschiano, Sarkozy, que acabou de nomear o seu filho de 23 anos viçosos para já não sei quê. A minha tia achou simpático. Nietzsche não creio que se preocupasse. Céline, é que, anti-semita, não deixaria de achar alguma graça.

Alves Pimenta disse...

É de pesadelo: nem vou passar pela SICn, com receio do vómito que me daria ver de novo aqueles três marretas juntos a debitar necedades.
Questão de higiene mental, claro.

Eduardo Freitas disse...

Passaram hoje 64 anos sobre a execução de Pierre Naval, execução a que Pétain se escapou em memória do estatuto de "herói de França" que foi suficiente, no seu caso, para esquecer Vichy.

Apesar de Vichy, mas apesar sobretudo do lamentável folheto «Bagatelles pour un massacre» de que foi autor, Céline também não foi executado, ainda que não tenha escapado à prisão na Dinamarca a seguir ao fim da guerra (experiência relatada em Nord).

Com o devido respeito, não me parece que evocar este folheto, a propósito de Pacheco Pereira, seja uma atitude feliz.

www.angeloochoa.net disse...

Tinha, em tempos de parceria Coelho Pacheco Lobo, muita, ou mesmo bastante, consideração por 'quadratura do círculo' em que em especial de JPP até surtiam umas farpas... Ao empório corrupto de Angola, verba gratia. Agora, não sei se domesticados por comuns ódios a Santana Lopes, que Deus lhe perdoe a ele (Santana) ser causa do emplastro soporífero, a quadratura não passa de miragem duns sonhos meus soltos... JÁ BANI TV!

Eduardo Freitas disse...

Naturalmente que o socialista na juventude, o primeiro-ministro francês que antecedeu a Frente Popular, que acabaria por ser uma das figuras principais de Vichy, chamava-se Pierre Laval.