Daniel Sampaio, o psiquiatra e irmão do ex-herói estudantil dos idos de sessenta, esteve com Mário Crespo. Apanhei-o a dizer que a troca de "sms" entre alunos, numa aula, equivale à "troca de papelinhos" no tempo dele. Isto apesar de ter afirmado que os telemóveis devem estar desligados, algo que, na sua opinião, ficaria claro logo no início do ano lectivo através de uma espécie de "contrato" (sic) a estabelecer entre alunos e professores. Sampaio é um caso crónico de crença na beatitude adolescente. Sonha com escolas e casas repletas de famílias Von Trapp. Democratizadas, naturalmente. Diluídas em boa pedagogia e em bons sentimentos. Auto-disciplinadas. Em suma, de Marte.
14 comentários:
Concordo. É igualmente interessante segui-lo na sua luta a favor da implementação da disciplina de Educação Sexual nas escolas. Basta uma leitura pelos conteúdos programáticos da disciplina de Ciências da Natureza desde o 2º ciclo para se verificar que está lá tudo o que os adolescentes precisam de saber em relação a uma educação sexual esclarecida.
j. ricardo
www.rescivitas.blogspot.com
Meu caro,
O que ele disse, e não foi só o que reporta, não é muito diferente do já li noutros blogues "marcianos", que comparam a presente indisciplina, com as atitudes estudantis liceais, de quando este País ere um saudável manicómio revolucionário.
Ninguém repara que os tempos são outros, que temos uma população juvenil de várias origens, não uniformemente "tuga", e nem todas amantes do estudo, que saídas que havia na altura (oficínas várias de familiares, etc) agora não existem.
Para já não falarmos, na culpabilização fácil dos professores pelo facto da criancinha não ter o 19 para entrar em Medicina, que a Escola tinha de responder (compensar) pelo facto da criança não ter apoio famíliar (os dias de suspensão só eram eficazes por nesses dias não comiam almoço , e fome aperta, serem deixados na escola com 40º de febre, etc).
E finalmente os prof's são valiados pelos educandos e família, mas os médicos não são avaliados pelos doentes, os advogados pelos clientes, os juízes pelas réus, etc
os manos sampaios nunca sairam da adolescência.
o outro (o merdalheiro-mor ou distribuidor de caricas)não foi expulso da universidade por o pai ser director-geral de saúde dum governo salazarista.na sua vez foi expulso um comuna sem cunhas
A "escola" institucional demite-se e prefere empurrar a batata quente para os pedopsiquiatras.
Outros, em vez de tratarem o assunto onde deve ser, i.e na escola com aplicação de castigo exemplar, preferem meter os pobres tribunais a mais este barulho.
Os Conselheiros do PS empurram a estória da menina histérica para a falta de autoridade (supõe-se que da professora e não do sistema educativo), ao mesmo tempo que tecem loas à humildade da pequena que "até reconheceu ter errado" (Vitorino dixit): Já me arrepio de cada vez que ouço falar em autoridade, pois já sei que traz água no bico, ao estilo "a culpa ainda é da vítima".
A deco alerta para as dívidas das famílias , o Sec Est do Consumidor relativiza...
Há 12 dias,baixar impostos era leviano, agora é responsável. (O discurso da leviandade "já era", o tempo é de arregimentar as tropas.)
Se o mestre de cerimónias do casório se "esqueceu" de pagar o que deve, o Estado ( vá lá, o estadinho!) empura para os felizes enlaçados o desenlace da bufaria, que isto de investigar dá muito trabalho.
O interior do país está sem polícia que, sem meios nem incentivos, prefere não se chatear. Entregue aos bandidos, não demora até federações de "vigilantes" se reclamarem de uma nova legitimidade: A do povo agredido, que isso de Estado, faz-se pagar bem mas na hora H, não está ou não é consigo!
Se os advogados "rascas" servem para desenrascar a defunta DGV, então podia criar-se uma nova magistratura pública, em defesa da qual os sindicatos - sempre tão ciosos dos "efectivos" e a própria OA podiam apregoar a "dignitas" perdida.
E como cereja no bolo, ainda vem o Nuno Gomes dizer que a "culpa" da derrota com os vulgaríssimos gregos é do marcador e não da equipa que perdeu - Something is not right here!
Há aqui demasiado palpite e responsabilidade e decisão a menos.
Como nos podemos justamente apelidar de cidadãos, se constantemente nos demitimos de tomar a responsabilidade de algo nas mãos? De sermos coerentes com aquilo que apregoamos?
Onde estão os portugueses de antanho? Que força é esta que nos condena a pouco mais que objectos de uma nova feudalidade pseudo tecnocrática que corrói o Estado a cada dia que passa?
Digamos pois, " O que podemos fazer pelo nosso país" Sim, "este" país, que outros não temos para louvar nas horas boas e enxovalhar nas horas más. Porque a dignidade da Comunidade a que pertencemos se reflecte, como os interesses difusos do direito, em cada um de nós.
Quem eu verdadeiramente gostava que fosse entrevistado na TV acerca deste caso e, de uma forma mais geral, acerca das reais causas do estado do ensino em Portugal, era este homem:
http://www.sg.min-edu.pt/expo03/min_02_hermano/expo0.htm
Não me parece no entanto que se atrevam a fazê-lo....as TV´s sabem bem quem podem e quem não podem convidar para se pronunciar sobre os assuntos que vão estando na ordem do dia...
Sim, bom, nem todos podem persistir na sua receita de pendurar as crianças pelos dedos dos pés e as pôr a fazer a saudação nazi.
L.
Não há pachorra.
Só nos faltavam os psico´s.
As escolas, acabam por andar a imitar os tribunais, muito mau sinal.
Se hovesse uma ordem/disciplina escolar:
a)Os telemóveis da cabra (se tivesse 18 anos, passava a vaca) e do gajo que filmou,tinham sido imediatamente apreendidos pela direcção da escola.
Para serem leiloados na cantina, com o produto revertendo para a direcção;
b)Os dois artistas principais, tinham começado no dia seguinte e enquanto não decidida a punição final,a fazer diàriamente a limpesa das instalações sanitárias.
c)A solução final, até poderia ser negociada com as duas bestinhas: expulsão com mudança de escola, ou tarefas à colectividade como a indicada, até final do ano.
d)Sujeitas evidentemente a acompanhamento aturado e permanente caso continuassem na mesma escola.
Mas veem-nos com psicólogos. Da treta.
JB
Mais uma vez se discute o problema, que é só um, nas escolas portuguesas. Hoje até, penso que na referida entrevista na Sic Noticias, se discutiu o Estatuto do Aluno, recentemente alterado.
Eu só gostava de saber como se pode discutir este problema sem ouvir também os alunos! Nem uma única vez, desde Prós e Contras (mais que muitos) a entrevistas com este e aquele, se ouviu um aluno que fosse.
Tratam os jovens como incapacitados mentalmente, depois ficam pasmados com cenas de "violência" e faltas de respeito nas salas de aula.
Pobres de nós, descendentes de uma geração essa sim incapaz, que 30 e tal anos depois ainda nem a História nos sabe contar. E nós, pelo que se tem visto, seremos ainda piores. Entreguem isto à Espanha, por favor.
João B. S.
É a fábula do bom selvagem ... O dito psi precisa fazer auto-análise.
Pois, e o tal herói estudantil dos idos de sessenta foi dispensado da tropa porque tem pé chato. Uma grande vítima do fascismo, em suma.
(Não vem muito a propósito, mas este é um ponto que é sempre bom recordar).
De facto iam-se esquecendo dele o homem que certamente tem ganho umas massas a dar música pelo país fora.
Eu acho que desde já deveria ser "contratualizado" com todos os meios de comunicação o FIM da audição do mano do Sampaio que tão democraticamente deixou afundar o país...
o que este homem fez na vida deve-o a sua mulher: graça cabeçadas
ele foi sempre o mole.
Depois de o HIV ter sido identificado há mais de 20 anos, o vírus da SIDA continua a ser um mistério para os cientistas, a ponto de estes se interrogarem sobre o modo como funciona uma estrutura microscópica, uma porção de quase-Vida que não se deixa manipular nem dominar pela omnipotente tecno-ciência do Séc. XXI.
Então por que razão a indisciplina na escola, que remete para formas de Vida aparentente mais complexas, deveria de ser compreendida, a ponto de se descobrir uma vacina burocrático-administrativa eficaz ?
O debate que se tem arrastado nos últimos dias demonstra a panóplia de receitas e de vacinas milagrosas postas a circular no mercado.
Muitos dos delegados de propaganda educativa que trabalham para conceituados laboratórios ideológicos, já venderam os seus produtos tendo estes provado a sua ineficácia, nalguns casos contribuindo até para o agravamento da doença.
Mas tal como no milionário mercado farmacêutico, os grandes pedabobos continuam a despejar sempre novos, variados e fantásticos remédios, com o Estado a comprar os direitos de difusão e os pais e os docentes a inocularem as últimas drogas psico-pedagógicas que anunciam a cura e a felicidade eterna.
O problema é profundo, humano, político (no sentido de público) e não se resolve com as receitas dos laboratórios de Bruxelas, com os rebuçados do Dr. Sampaio ou com os electrochoques da Dr.ª Ana Lobotomizada Gomes.
Eu voto no comentário do anónimo das 11:32. É decididamente, o melhor, na minha humilde opinião.
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