Quem também vai a votos no próximo dia 27 de Setembro é o dr. Vítor Constâncio, o quase eterno governador do Banco de Portugal. Constâncio, desde as célebres "verificações de défices a pedido", passando pelo exercício dos poderes de supervisão bancária da instituição que alegadamente governa, revelou-se um mero mandatário do PS apenas intelectual e politicamente mais sofisticado do que outros que andam por aí. Tão sofisticado que até ignorou, praticamente insultando (e não consta que ele seja
blogger ou, mesmo, deputado) o controlo político exercido por uma comissão parlamentar presidida pela insuspeita Maria de Belém acerca do "caso BPN." Para não me citar, recorro à
Constança Cunha e Sá. «Durante anos, com suave persistência, o dr. Constâncio transformou o Banco de Portugal numa espécie de porta-voz oficial do ministério das Finanças, com défices ao sabor do cliente e previsões à altura das suas necessidades. A crise económica alargou-lhe os horizontes, juntando à sua reconhecida incompetência política uma inesperada incompetência técnica que, durante meses a fio, se exibiu, com esplendor, na Assembleia da República. Instrumentalizado pela oposição, o porta-voz do ministério das Finanças acabou por se tornar numa figura menor que, neste momento, incomoda já o próprio Governo. Só ele, na sua megalomania, é que ainda não percebeu que é um triste símbolo de um ciclo que terminou.» Ontem, por causa
disto, escarraram
isto. E multiplicaram-se as "solidariedades" activas e omissivas o que diz muito acerca daquilo que costumo descrever por regime. Mensagens encriptadas e recomendar-me "respeitinho", confusão entre
pura ordinarice e
ataque político, etc., etc. Ora para que não restem dúvidas e/ou parecer que estou "ofendido", a questão é só esta a menos que haja quem tivesse entretanto
mudado de opinião sobre a criatura. Qualquer governo que saia das eleições de 27 de Setembro - até para sua salvaguarda - deve remover o lamentável dr. Constâncio do BP. Constâncio, Vítor, o pai de
um outro.
Adenda: Um abraço para o
João Villalobos. E a minha opinião - que vale o que vale e para não ferir "susceptibilidades" nem comprometer ninguém - é a que consta
deste blogue e do livro ali à direita.