17.6.09

CHOCAR CONTRA A PAREDE


Chego a casa e está o admirável líder em dois canais de televisão simultaneamente. E ouço-o logo a murmurar «como dizem os anúncios». Não era preciso ouvir mais nada. Porém, depois de um chá gelado, e contemplando o ar compungido do homem - é já o "novo" Sócrates, o humilde, em acção, mais plastificado do que o costume e o costume tinha estado presente na AR, de tarde - regressei ao ecrã. Tinham entretanto voltado as "medidas" e as "reformas". As de sempre: as da prof.ª Lurdes (um sucesso mundialmente reconhecido), o abono de família, o Estado (a que isto chegou), a "inversão dos indicadores económicos de qualidade" (outra felicidade amplamente reconhecida por trabalhadores, empresas e famílias que estão a florescer a olhos vistos), "mais investimento público". Parece que o admirável líder, nas fichas que lhe prepararam, leu o termo "escrúpulo democrático" no Parlamento que repetiu agora para "justificar" o "salto" do TGV do tal "investimento público". Fica-se, assegura, pelo concurso. Um pouco mais de chá gelado e o admirável líder fala-me em "gerações", as "futuras" que vão, muito apropriadamente, pagar a "obra" dele. Até Salazar, sem ter sido nomeado, foi elogiado por ter tido a ideia da Ponte. Seguiu-se Keynes a propósito do "estímulo do Estado": as escolinhas repintadas, as barragens, os (falsos) painéis solares e (adivinhem) a banda larga. Mais chá gelado e nenhuma novidade. Vieram os bancos. A nacionalização do BPN foi a "resposta" dele à azelhice do governo dos EUA que não seguiu atempadamente o desígnio "socrático" e por causa (adivinhem outra vez) do "risco sistémico". Todavia, o BPP é outra coisa. É uma decisão "popular", apesar de tomada dois dias depois do tombo de 7 de Junho, uma pura coincidência com sete meses de atraso. Pode, em suma, "cair" em regime (sic) de "morte assistida". Presumivelmente "assistida" pelos contribuintes. Todavia, "parte-se-lhe o coração" só de pensar nos clientes, uma afirmação que me obrigou a ingerir, praticamente sem respirar, dois copos do dito chá. Recompus-me com o Magalhães, com as criancinhas a falar inglês, com as "funções sociais do Estado" e a "igualdade de oportunidades para todos". Ele tem "valores mais profundos", estilo aquelas coisas giras que tornaram o Portugal de Sócrates menos pequenino e mais próximo do dr. Louçã, o que lhe trouxe ganhos como os das últimas eleições, por exemplo. Finalmente, como nas corridinhas na primeira calçada disponível, o admirável líder quer "andar para a frente" e está muito contentinho consigo mesmo. Acabará fatalmente a chocar contra a parede.

19 comentários:

Mani Pulite disse...

O Horripilante Sócrates voltou a atacar.A mesma ladainha de sempre agora em sotto voce.A mesma SIC cúmplice.A mesma jornalista complacente.O mesmo vómito...Em Outubro chegará a hora da barrela geral com EleitorLax.

Teixeirinha disse...

A Sic prestou-se a um papel miserável de recuperação da imagem do querido líder. Está em curso um programa de salvação com o nome de código "te quiero mucho". A falta de vergonha do querido líder dá para tudo. Dá para todas as encenações e a Sic, vergonhosamente, serve também para isso. A Sic tem o nome ligado ao pior jornalismo que se pratica em Portugal, aquele que é cúmplice da situação de miséria em que se encontra o nosso país. Patético!

ASG disse...

Na verdade, só a SIC (ainda falta a RTP), para fazer tal 'frete'. Todavia, parece que lhes saiu o tiro pela culatra. O 'querido leader' - mais uma vez- apesar das cumplicidades, não disse nada de novo. Nada que se aproveitasse.

Anónimo disse...

Caro João Gonçalves,

quase todas as "medidas" que enumera estão, é certo, entre a inutilidade e a tolice, mas acho que é uma injustiça incluir no meio de tanto disparate "as escolinhas repintadas". As obras que foram feitas nas escolas e nos liceus portugueses foram das poucas medidas sensatas e eficazes deste governo. Parece-me evidente que os lugares (e o seu estado) determinam as acções das quais são o pano de fundo. O cuidado, a limpeza e até a beleza com que um liceu se apresenta muda verdadeiramente a forma das pessoas nele estarem, e não me parece necessária grande subtileza para o entender. Isto foi o que me pareceu ao voltar há umas semanas atrás ao Liceu Maria Amália, onde a simples pintura do lugar torna aquilo um lugar muito mais justo e adeuqado para a apredizagem, o saber e a camaradagem que por ali devem acontecer.
Não acredita?

Helena Salvador

Arroios disse...

Gostei muito de ver como o querido líder protegeu Dias Loureiro quando se lamentou que a Comissão Parlamentar sobre o BPN era dura com Vitor Constâncio e respeitosa em relação aos responsáveis pelo descontrolo naquele banco. O "Menino de oiro" não esquece e amor com amor se paga

garganta funda.... disse...

Se alguém ainda tivesse dúvidas sobre o mau carácter e a capacidade embusteira desta eucaliptal personagem que é o Kerido e Admirável Líder, a prestação parlamentar e a entrevista concedida à monolitica SIC-Notícias, certamente que ficou bem esclarecido.

Um indívidio escorregadio, mentiroso, embusteiro, pantomineiro, enfim, um indíviduo perigoso, não só no plano politico, mas também no plano humano.

Os parvalhões dos assessores ou dos responsáveis da agit-prop da criatura (pagos a peso de ouro!), bem podem arranjar as embalagens que quiserem, pois não vão modificar a qualidade do produto, que é má e nefasta.

Os portugueses já fizeram a cova para a besta 666 da politica portuguesa se enterrar!

José Barros disse...

Vamos ter muitas saudades do animal feroz. Aturar este Sócrates, actor de telenovela venezuelana em modo lacrimejante, vai ser ainda mais insuportável.

Anónimo disse...

Farto deste gajo! Feroz ou domesticado. Rua com o tipo!

PC

Unknown disse...

Mas que espécie de povo escolhe,aceita e suporta semelhante rebotalho?
É do prícipio da mais elementar higiene fazer desaparecer toda esta escória.
Se não , corremos o risco de desaparecermos nós, enquanto país.

vasco disse...

Desculpe lá, ó Mani das não-sei-quantas... A mesma jornalista complacente? O que tem o estilo tranquilo e sóbrio de Ana Lourenço a ver com a palhaçada ordinária e incendiada do costume? Fez as perguntas adequadas, com a qualidade habitual. Só porque não é peixeira, está a favor do governo? É isso que você quer dizer?

Já pensou que com essas palavras está a condicionar a maneira como uma entrevista deve ser dirigida? Deixe lá cada um ser como é.

O facto de não se gostar de Sócrates (como é o meu caso) não implica que se deva ter um estilo especial só porque se trata dele.

"Glória aos vencidos", diziam os Romanos.

vasco disse...

A não ser que esteja a insinuar que a jornalista foi escolhida a dedo por causa do seu estilo - mas isso já seria uma lucubração da ordem do Pacheco Pereira.

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com Helena Salvador (anónimo das 10.53). Estas obras de recuperaração das escolas portuguesas são de louvar e dão outra valorização e pujança à excelente arquitectura escolar edificada no tempo do Estado Novo.

Anónimo disse...

A pseudo entrevista parecia mais um tempo de antena de um partido politico, no caso o PS. Daqueles tempos de antena em que um profissional da comunicação social, simpatizante do partido, faz umas perguntas previamente combinadas para o entrevistado dar as respostas previamente preparadas. Não tenho nada contra esse tipo de tempos de antena tal como não teria nada contra esta pseudo entrevista se ela tivesse sido anunciada como um simples tempo de antena partidário....agora anunciar uma coisa daquelas como sendo uma entrevista de cariz jornalistico , é que é estar mesmo a gozar com os telespectadores.

João Sousa disse...

Em atenção para com a minha tensão arterial, limitei-me a ver uns excertos da entrevista. Eu já levo algumas décadas de mundo e não me recordo de assistir a um tão monumental exercício de hipocrisia.

Anónimo disse...

SANCTUS.

A expiação dos pecados é a nossa (e dele) salvação.

A

Rui

PS. Vou já tratar de enviar o mp3 respectivo para se "validado / liberado". :D

Anónimo disse...

AQUI O ZÉ POVINHO ESTÁ COM O CORAÇÃO PARTIDO................

Obviamente demito-o disse...

Regime=SIC

Não me canso.

O engenheiro sanitário e a especialista em limpezas com lixívia devia trabalhar numa lavandaria. Não sei se é Prozac se é Xanax, é qualquer coisa com a garra e personalidade, que uma jornalista deve ter, da espessura de uma folha de papel.
Devia juntar os seus vários convidados desde Freeport Socrates a Fruta Pinto da Costa, juntavam-se-lhes o Major Valentim das batatas, mais a Fatinha Felgueiras e faziam um debate a quatro, mais um bidão de 100 litros de lixívia como convidado especial.

joshua disse...

Dei por mim a rir às gargalhadas em alguns momentos com a Grande Pantomina-Xanax de Sócrates no Dia D. Como a dissimulação pode ser desfigurante e Pútrido um carácter moralmente asqueroso! Alguém que não olha a meios e trucida o que lhe apareça pelo caminho surge agora o Seráfico dos Sussurros, o Querubim melífluo das doçuras verbais.

Subscrevo o que a seguir reproduzo, da lavra do comentador "Garganta Funda", algo que todo me roo por não ter escrito: «Se alguém ainda tivesse dúvidas sobre o mau carácter e a capacidade embusteira desta eucaliptal personagem que é o Kerido e Admirável Líder, a prestação parlamentar e a entrevista concedida à monolitica SIC-Notícias, certamente que ficou bem esclarecido.

Um indívidio escorregadio, mentiroso, embusteiro, pantomineiro, enfim, um indíviduo perigoso, não só no plano politico, mas também no plano humano.

Os parvalhões dos assessores ou dos responsáveis da agit-prop da criatura (pagos a peso de ouro!), bem podem arranjar as embalagens que quiserem, pois não vão modificar a qualidade do produto, que é má e nefasta.

Os portugueses já fizeram a cova para a besta 666 da politica portuguesa se enterrar!»

Zorro disse...

Parece que a mosca não percebeu com a pancada que levou no dia 7.
Da próxima vamos ter de de lhe dar com mais força, e sem piedade.
Por Portugal!