1.10.09

WHAT ARE YOU? - 2

8 comentários:

Eduardo Freitas disse...

Parece-me evidente, passado o repentismo da reacção a quente, que aquilo que Pacheco Pereira escreve, com o rigor a que sempre nos habituou, corresponde ao essencial do conteúdo da mensagem do PR.

E quem não percebe que a forma e o timing que o PR usou na sua mensagem eram aqueles, aqueles únicos, que poderia ter usado - muito provavelmente tendo terminado, de vez, com a hipótese de uma reeleição - nunca percebeu de que massa é feito Cavaco Silva.

Não quero com isto dizer, e continuo de acordo com Pacheco Pereira que, de um ponto de vista dos efeitos produzidos o PR não tenha "errado". "Errou", com toda a certeza. Mas, quando não pode ser de outra forma, porque se atingiram os limites «do tolerável e da decência»...

Garganta Funda... disse...

Se dúvidas houvesse quanto ao "aggiornamento" da comunicação "sucial", telecomandada à distância pelas agências de fabrição de «nutícias», basta reparar nos títulos e nos temas, designadamente o diferendo PR/PM,que os jornais publicaram ontem e hoje (ex: Diário Económico e Jornal de Negócios).

Também é curioso notar que os mesmos "empresários subsidiados" que há uma semana reivindicavam uma maioria absoluta para garantir "estabilidade", são os mesmos que agora vêm muitas virtualidades num governo minoritário do PS (vide declarações do gelatinoso Van Zeller e quejandos).

Será que estão com receio que o Admirável não seja indigitado?

Ou o receio é outro, e prende-se com a retribuição dos "favores" que ao longo dos últimos anos foram concedendo?

Será que foi um "investimento com capital garantido" mais uns "pózinhos" ?

Mani Pulite disse...

Com a guerra declarada, se o PR quer vencer deverá substituir rapidamente na ementa de Belém os pasteis,muito moles,por uma boa dúzia de rijos e redondos brigadeiros.

ana laura disse...

Não tenho que pedir explicações ao Presidente da República. Agiu quando entendeu. Se em boa ou má hora para os partidos, problema deles. Hoje o Presidente chama a Belém secretário-geral do PS. Estalada de luva branca. Sócrates não passa disso. Senhor Presidente, embora isso pouco importe, tem o meu apoio e confiança institucional.

Anónimo disse...

A pergunta é boa, e valerá um milhão de dólares, mas não é, de longe, de todas a mais cara, a de maior valor acrescentado.

Quanto a mim, essa é a seguinte: a quem mais interessa esta situação? Sabe-se, como acontece com muitos apêndices que tem espalhados pelas empresas públicas, governo ou onde chega o seu poder, Sócrates vive mal, como peixe fora de água, sem uma conflituosidade continuada, mas por si fabricada porque, assim, pode gerir todo o cenário onde esta decorre.

É evidente que, perante o Portugal de 2006/07 e 08, até hoje, diga-se, Sócrates não tinha gente em quem bater com um mínimo de resistência... excepto em Cavaco Silva. E não pensou muito, arrefinfou-lhe como uma forma de obter o seu húmus vital.

E assim chegamos ao que temos hoje. Cavaco foi acossado, percebeu a intenção, desenhada paulatina e profissionalmente, mas só lhe resistiu enquanto isso foi humanamente possível. Perdeu ao arregaçar as mangas para a pancadaria.

E que maior humuilhação poderia receber quando quem o "obrigou" a sair a terreiro de varapau na mão, lhe diz depois que não está para contribuir para cenas que não dignificam as instituições. Ora, o homem, Cavaco, encontrou um desafiador à sua altura.

Agora, como as coisas estão, já não na área do cérebro mas sim na zona das tripas, Cavaco até já admite não ser reeleito. Os tais prejuizos pessoais, mas está decidido a enterrar Sócrates. E vai fazê-lo. Como? Simples: Sócrates ficou sem maioria, condição essencial para desenhar o contra-ataque, estão a chegar as autárquicas, onde a derrota do PS é natural mas outro instrumento para o que se segue. E quando começar a governar não vão faltar oportnidades para o ir enterrando de forma tão paulatina como Sócrates foi obrigando Cavaco a entrar na guerra.

Que hipóteses de sobrevivência tem Sócrates de sobreviver acossado pela esquerda, BE e PCP, pelo PSD e por Cavaco?! Apenas uma: Paulo Portas, mas essa está a ser anulada, ou melhor, afundada em submarinos.

Em suma, epílogo e corolário, Cavaco Silva declarou guerra total a Sócrates.

E, agora já na sua torre, com o cinismo habitual. Começou por o convidar a ir a Belém... hoje!

Vai ser um fartote de riso, este POrtugal até meados de 2010.

Rita

JP disse...

Há alguns aspectos que gostaria de partilhar para discussão.

1. O Governo está fragilizado com a perda da maioria e a precisar de apoios no Parlamento; com o PSD a entrar em nova fase de luta interna, é o PR o rosto da oposição ao Governo.

2. Como economista que é, o PR sabe que os dados económicos do país vão piorar. A dívida pública poderá passar os 80% do PIB e chegar aos 100% em 2010; o défice previsto pelo INE é de 5,9% mas há cálculos que o levam até aos 8-9%. Há já vários sinais de que a crise económica vai entrar numa segunda fase, o que vai agravar a situação do país e deixar o Governo em maus lençóis. Nestas circunstâncias, torna-se impossível ao PM convocar novas eleições sob pena de pesada derrota.

3. A questão da compra dos submarinos vai atingir, cedo ou tarde, Paulo Portas e pode funcionar como arma do Governo para suavizar a oposição do CDS-PP e levá-lo a colaborar mais facilmente com um Governo em dificuldades. Se isto acontecer, torna-se mais difícil para o BE e o PCP juntarem-se ao PS no apoio presidencial a Manuel Alegre, o que não deixará de beneficiar Cavaco Silva para ganhar o segundo mandato, especialmente com a situação económica a piorar e o Governo a sofrer o descontentamente da população e sendo ele o rosto da oposição ao governo.

4. A conquista do segundo mandato nestas circunstâncias e a fragmentação do espectro político nacional, depois de uma guerra com o PS, a permitir-lhe mostrar-se como o único garante de estabilidade praticamente o tornam na única figura que pode salvar o país e colocam-lhe o poder no colo.

Não digo que seja este o plano do PR, mas ao adiar a declaração para depois das eleições, o PR destruiu o PSD. Quanto ao PS, será a minoria no Parlamento e a economia que o vão destruir. Com os dois principais partidos nessa situação, para quem é que as pessoas se vão voltar? Não será com certeza para um BE radicalizado e estridente com a perspectiva de poder chegar ao poder. Isso poderá mesmo ser o factor que lança o país inteiro para os braços do PR.

Anónimo disse...

Cavaco tem o Sócrates na mão. Daí toda esta vozearia.

Cáustico disse...

Só desejo que alguém, seja lá quem for, PR,oposição ou a própria canalha que o incensa, reduzam rapidamente o aldrabão a cisco.