Uma das coisas que revela a nossa periferia física e mental é, por exemplo, a obsessão por carros "topo de gama". Do tráfico de influências ao marido corno que não está para se maçar e que dota a esposa com um para pastar as amigas e as crianças, toda a gente quer um "topo de gama", um carro em forma de jipe ou um jipe em forma de carro. No mais recente "caso" apelidado de "face oculta" parece que uns "altos quadros" que, afinal, são trolhas básicos reclamaram logo uns "topo de gama" para propiciarem fretes. O "topo de gama" também explica por que não vamos nunca a lado algum.
9 comentários:
Conheço alguns estrangeiros (de países não periféricos) que têm as mesmas ambições. Aliás são eles que os fabricam. Não sei por que motivo há esta tendência para embutir estas mundanidades no carácter de um País ou de um povo. Já que anda a ler Wittgenstein, pense nos "enunciados" que formula.
Javali... como calcula, os meus enunciados estão-se nas tintas para os estrangeiros no meu argumento. A menos que V. ache que um alemão ou um japonês é uma ocorrência feliz de um português.
Boa resposta!Como se a bimbalhice de outros, nascidos noutros lugares, mudasse alguma coisa. E aposto que quem salta assim logo a dizer que os outros meninos também querem o mesmo deve julgar-se muito patriota ao fazê-lo.
Quando falou em "periferia física" é impossível não incluir um sentimento negativo da nossa nacionalidade (que só existe porque há outras) no que estava a dizer. Só queria salientar que essa "periferia física e mental", com os argumentos que estava a utilizar, não é exclusivamente nossa - e que portanto é um postulado enganador. Mas compreendo que o objectivo do post é outro.
Nem estou a dizer que não é verdade que sejamos governados por uma catrefada de trolhas básicos. Isso é verdade. E concordo que, em parte, é isso que determina que vivamos nos subúrbios de nós próprios.
Quando não se é, tem que parecer. O carrito é uma extensão do pénis!
Esta discussão dos topos de gama descambou para "opinas" sobre quem quer carros "topo de gama"...
Meus caros, quem se esforçar e trabalhar para isso, enchanté.
A questão é que este básicos que o JG refere são uns analfabrutos armados em "doutores" a fazerem uns favores a troco de... carros "topo de gama".
Deixem que os "topos de gama" se vendam, a quem trabalha para os ter.
PC
Nota: não sei se um BMW série 3 de 2001 é um topo de gama... mas paguei-o com dinheiro ganho a trabalhar, não foi um "vara" qualquer que o ofereceu.
Um topo de gama dá status e os trolhas gostam de mostrar que têm dinheiro. E o exemplo vem de cima. Ainda hoje na tomada de posse dos secretários de Estado, no pátio do palácio da Ajuda só se viam topos de gama, 90% BMWs. Eram às dezenas.
Mais os motoristas que aguardavam pela vinda dos novos patrões. Tudo à custa do contribuinte. É o fartar vilanagem. Até quando?
Há uns anos fiquei a saber, pela boca de uma simpática marxista-leninista, que era materialista por não trocar de carro em cada três anos. Ora, o Twingo ocre está prestes a fazer 16 anos, o que certamente confirma a tese da minha amiga.
Cumprimentos,
Carla Jané
Enviar um comentário