O mundo moderno é isto. Um emigrante português - um homem - esteve dois anos morto em casa, perto de Paris, sem ninguém dar por isso. Descobriram segunda-feira. A morte - um acto a que os antigos conferiam nobreza - durou dois obscuros anos da vida daquele homem. A morte que é, afinal, a vida costuma durar mais. Até nisso aquele homem sofreu. Não se preparou - ninguém o preparou - para tão curta experiência. De morte e de vida, a mesma coisa.
3 comentários:
O isolamento no meio da multidão é o mais cruel. Aí é-se mais anónimo e ignorado.
Infelizmente este é o fim do Homem, pelos seus próprios passos.
Não é caso inédito. Já aconteceu em Inglaterra, e o homem ficou quatro anos morto sem que ninguém se lembrasse de investigar o seu desaparecimento.
Enviar um comentário