A longa entrevista de Sócrates ao DN - na verdade, três em uma, com texto, rádio e imagem - "marca" o início das hostilidades para 2009. Complacente com Cavaco e duro com os outros, Sócrates aparece como quase "incontornável". A pose - uma cadeira estrategicamente colocada numa sala de São Bento com "mantelpiece" atrás, camisa e gravata e os jornalistas de costas para a solitária e grave figura- recorda a Sala Oval ainda desprovida do "herói" Obama. De qualquer forma, exibe poder. Foi o que Sócrates, num momento de incerteza planetária, quis revelar. Poder. De resto, nada de extraordinário foi anunciado que nós não soubéssemos já. A também nada de excepcional se comprometeu. À medida que as coisas se complicarem, Sócrates vai recorrer mais a esta "pose" ("eu já cá estou e já conheço os cantos à casa") do que propriamente às "ideias" que nunca teve. O "disco" das "corporações" que o seu alegado "reformismo" anda a combater, está demasiado riscado. De Gaulle "estava só com a França" ("seul avec la France"). Sócrates faz questão em estar só contra Portugal, preferencialmente em maioria absoluta. Ou então com "empreendedores" como o presidente da Mota-Engil, o sr. Mota, que em artigo no mesmo DN, chama à entrevista "motivadora". Sócrates é quem define o bem colectivo a partir daquela cadeira simbólica de São Bento como os "empreendedores" como o sr. Mota gostam. Eu não gosto nem me intimido, mas aquilo é poder.
14 comentários:
eu queria ver (não quero)o que se está a passar pela Europa rica se fosse aqui com o Socrates... O homem pode ser arrogante etc e tal mas temos um politico que de cadeira ou sem ela não desata a fugir ou a ir de lenço amarrado na cabeça passear pelas Caraibas a convite de uma imprensa que se diz cor de rosa. Não somos tão maus como nos queremos fazer.
Reduzamos a coisa às suas devidas proporções : o regedor a publicitar-se perante as suas servis caixas de ressonância(cá na paróquia tomam-nas por "jornalistas",como há lá fora...)
Eu gosto deste homem que, apesar de ser do Partido Socialista, não tem medo nem problemas de dizer que admira Sarkosy e o considera o líder da Europa.
que pena a cadeira não se ter partido já!!!
se este vendedor de ilusões fosse professor já há muito teria pedido à sua impante ministra a reintrodução dos estrados nas escolas. pensando bem, até não era mal pensado. poderia ser que restituísse, simbolicamente, um pouco mais da autoridade aos professores, já que na prática estas pseudo reformas da educação, não fazem senão miná-la! shalom
Sem que esquecer que a entrevista foi feita por dois arregimentados da central de propaganda tóxica Socratariana...
Quando em breve a crise chegar aqui com toda a força vai fugir como um Coelho assustado de Mota e só pára quando pedir asilo politico em Guterres.
Qualquer dia Sócrates fica só com o Sr. Mota, mais um trazido para o PS pela mão do Sr. Coelho!!!
Pessoalmente considero que, tal como dizes, o Sócrates nunca foi um homem de grandes ideias. A verdade é que, apesar de toda a merda, ainda continua no poder (e com sondagens favoráveis).
Pena é que neste Portugal onde nós vivemos a publicidade política ainda continue a dar frutos.
Saudações Tasqueiras.
As loas a Sócrates são feitas sempre pelos mesmos que, por um conjunto de facilidades concedidas pelo poder socialista, ocupam o espaço mediático. Eles escrevem nos jornais, falam nas rádios e televisões repetindo o que o Vitalino ou o Santos Silva dizem. São já conhecidos pelos vitalinos, o porta-voz socialista. No último 'Expresso da Meia-Noite', o director do 'Diário Económico' ficou, curiosamente,sentado ao lado do secretário de Estado Paulo Campos. Não podia ser mais lambe-botas do Campos quando se debateu o custo das grandes obras públicas.
No tempo de Marcelo Caetano, também era assim. O Dutra Faria, o Barradas de Oliveira, o João Coito escreviam e comentavam na RTP com permanentes loas ao regime. Quem os ouvisse, estava tudo bem em Portugal e o que estava mal era apenas a oposição, que só dizia mal 'coisas boas'. A diferença entre os bajuladores do antigamente e os actuais é que, em relação àqueles, sabiamos que estavam alinhados convictamente com o regime; em relação aos actuais, estão tão alinhados com o poder socialista, mas querem fazer-se passar por 'isentos', para o que der e vier no futuro. A gente já os topa.
Quanto ao primeiro comentário, é claro que Sócrates não se quer ir embora.
Enquanto lá estiver há muitos assuntos que estão controlados... Quando cair da cadeira, talvez alguns saiam do seu controlo, a menos que traga muitos segredos para conseguir continuar a controlar certos assuntos...
Talvez não seja por acaso que tem tanto zelo em controlar as polícias e os tribunais...
Por trás do ouro com que querem revestir o menino, há muito ferro enferrujado e muito pau carunchoso...
A entrevista do PM é muito informativa e deve ser analisada com toda a atenção. Na forma, a postura transpira confiança, provavelmente ditada pela sua percepção que cavalgou a crise financeira sem grandes estragos na sua imagem ou na do governo. No conteúdo, este sentimento é novamente revelado quando afiança que "não exigirá" (ao contrario de outros) nada a ninguém. Lá chegaremos, digo eu, se a crise económica apertar. Por enquanto, ainda não há necessidade disso. Mas foi dizendo que a escolha será entre o seu governo que representa o "o interesse geral" e os (perversos) interesses das corporações. Estamos portanto a regressar ao futuro. "o país precisa de um Governo que tenha a capacidade para conduzir as mudanças e as reformas", e sem maioria absoluta nada feito. Ele, que já anda por aqui há algum tempo, sabe muito bem a falta que uma maioriazinha absoluta faz para que se possa evitar essa maçada que é, ao "fazer reformas", ter que negociar com os parceiros sociais. Assim, é "2,8% de aumento" à entrada e à saída e pronto, é tudo o que há, se não quiserem deixem ao cantinho do prato!.
É caso para perguntar ao PM (não com certeza pelos jornalistas de Carnaval que o "entrevistaram"): se ainda é necessário fazer tanta mudança e tanta reforma e ainda há tanta corporação maligna a abater, o que andou a fazer durante os últimos três anos? Ou as reformas não ficaram bem feitas?
Sócrates, profissional da política, sabe que os portugueses angustiados gostam de mensagens que os confortem neste vale de lágrimas. E lá está o nosso primeiro, em plena crise global de recessão económica a dizer que iremos sobreviver à hecatombe. Teve o mérito, à custa dos sacrifícios impostos a todos nós, de equilibrar as finanças públicas.
Os seus discursos optimistas é para consumo interno. As grandes obras públicas que se avizinham darão algum alento à economia. Sócrates é um sobrevivente, mesmo quando o barco se afunda com a recessão, o desemprego, um crescimento económico irrelevante. Mas agora é a crise económica mundial que justifica os fracassos deste governo. Até quando?
Esta fotografia é obscena. Para que é o incerto eng. tirou o casaco?
Estamos lixados! Pela forma como as coisas estão a correr vamos ter que gramar com isto mais 4 anos:
Pose, discursos de ocasião (vazios, velhos mas que infelizmente ainda não caem em saco routo), dessimulação, ocultação e mentira.
Daqui a 4 anos ainda lhe oviremos falar da "ruptura com o passado" e da culpa dos governos Durão Barroso - Santana Lopes na (má)situação que na altura continuaremos a viver.
(Em boa parte a culpa também é de Paulo Portas que nunca mais tira a tal sabática, automaticamente renovável por 20 vezes).
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