7.10.08

IRREVERSIBILIDADE, DIZEM ELES



Portugal, nas pessoas do Prof. Cavaco e do eng.º Sócrates, reconheceu a independência do Kosovo. Parece que houve uma "evolução" que é o termo diplomaticamente correcto para "engolir sapos". Primeiro, não queriam reconhecer. Depois hesitaram. Agora foram atrás, suponho que em nome da "responsabilidade" e da alegria da dra. Ana Gomes. A dra. Manuela Ferreira Leite até se mexeu vagamente por causa daquela melancólica e remota ficção digna do pior eslavismo. Ainda hoje de manhã ouvia na rádio o comandante da tropa portuguesa parada na referida província sérvia que se auto-proclamou "independente". O senhor major-general explicou, em português escorreito, o que é um "estado fantoche" e o nada que as "forças internacionais" estão ali a fazer. "Maria-vai-com-as-outras", Portugal, na sua secular irrelevância, não quis ficar para trás no retrato europeu. Chamam-lhe "irreversibilidade". Como os dias recentes não se têm cansado de demonstrar, o que está na moda é justamente o contrário da "irreversibilidade". Em tudo e por todo o lado. Ainda vai custar caro à Europa - nós contamos pouco - esta língua de pau.

7 comentários:

VANGUARDISTA disse...

É a insustentável irreversibilidade da politica portuguesa.

Anónimo disse...

Embora os Balkans sejam um molho de bróculos sobre cujos problemas é sempre arriscado tecer considerações simplistas,é óbvio que o Kossovo será sempre invocado como precedente para questões imediatas entre vizinhos,a República Srbska,por exemplo,e depois as Transdnistrias várias,até chegar às regiões que,ao contrário do Kossovo,até têem substracto económico e histórico para a independência,como a Catalunha e o País Basco. O fim do Império austro-húngaro foi um dos muitos desastres que a 1ª Guerra nos legou,mas o apressado reconhecimento da Croácia pela Alemanha,que iniciou o processo da desagregação da Jugoslávia,que tant bien que mal se ia aguentando,pelo menos sem os massacres e os becos sem saída políticos que lhe sucederam,é um recente exemplo de asneiras arrogantes(em que a Alemanha é especialista) com consequências trágicas e sem fim à vista. Estávamos muito bem sem reconhecer o aborto do Kossovo,mas alguma razão terá havido,que não evidentemente as invocadas pelo dr. Amado. Um dia saberemos.

Anónimo disse...

Hitler dizia que portugal se conquistava pelo telefone. a situação actual é bem pior. o estado de constante mendicidade de zé chavez de magalhães obriga a estes golpes de rins. no meu tempo de coimbra um prof. de medicina mudou de quadrante politico. chamavam-lhe max, o trapezista. o circo continua só com palhaços pobres.
convidem o sr. putin para vir agradecer

Anónimo disse...

Bom post.Nada a acrescentar

Bmonteiro disse...

Das Kosovo:
Admirável, o que eles (os figurões da política:PS e PSD)inventam, para autojustificarem as suas proezas ou malabarismos:
leio no DN de hoje:... porque é do «interesse nacional» (!?).
Brilhante.
Como aquela do macio ministro dos Estrangeiros, querer calar os críticos dos voos da CIA, com a resposta de que «não iam complicar a vida ao 'nosso' distinto agente na Comissão Europeia. Há que poupá-lo!
Brilhante, como eles se protegem.
Aproveito, para dar conta da minha opinião no DN de hoje: a legislatura falhada deste governo, na Defesa.
BM

VANGUARDISTA disse...

Ou, a irreversivel insustentabilidade dos actuais politicos portugueses.

É de gente sapiente aderir a um novo "precedente" de "Direito Internacional" que pode transformar a vizinha Espanha numa manta de retalhos, com a imprescindível, "guerra cívil" que saltaria para o lado de cá da fronteira (p. exp. através da Galiza).
Talvez, no meio da confusão, se recupere Olivença ( será isso que o nosso desgoverno pensou ?)!
E, depois, até temos a Madeira (porque não , também, os Açores), para dar igual exemplo independentista.
Aliás, os "tempos" que estamos a viver, são o prenuncio de grandes confusões ( a II G Guerra não foi logo a seguir a 1929 ?).

Anónimo disse...

O que chateia é que essas decisões são tomadas em nome de (nebulosos) superiores interesses, mas a factura, em "dinheiro, sangue, suor e lágrimas" nunca é paga por quem as toma.
Essa decisão, cujas consequências políticas podem vir a ser dramáticas para a Europa, espero que não tenha sido tomada apenas para não desapontar os "nossos amigos e aliados".