2.1.12

ACORDO ORTOGRÁFICO?


Claro que não, salvo em documentos oficiais porque a "aparelhagem" já foi formatada. Aqui não entra. Como escreveu Sousa Tavares no Expresso (que pratica a coisa há muito tempo, mas nem ele, Mexia ou Cutileiro o fazem e não deve ser por acaso), «a história do acordo ortográfico é um exemplo brilhante de como, por passividade e deixar andar, se consuma um crime contra o património». Com a agravante que, dos oito países falantes da língua, apenas três ratificaram isto enquanto cinco continuam com o português - cito de novo MST - «que nós traímos».

17 comentários:

H.R. disse...

Uma história muito mal contada ao público português....muitos interessezinhos mesquinhos de uns tantos que por lá andaram a governar-se e a pavonear-se...uma tristeza! E os (ir)responsáveis que nos (des)govenavam foram atrás, sem parar para pensar um bocadinho que fosse na treta das "razões" que nos foram impingindo num "politicamente correcto"sem benefício para Portugal ou para a lusofonia.

Isabel disse...

Bem, MST, raramente me merece apreço. Mas hoje acontece!

Blondewithaphd disse...

O acordo é um prurido de país desnorteado que inventa falsos problemas e não resolve os que realmente interessam. Só vou usar no estritamente oficial. No resto, deu-me muito trabalho aprender esta língua para agora desaprender o pouco que sei.

Anónimo disse...

Não vou usar nunca, nem em circunstância nenhuma.
Esta alarvidade é um crime, e um crime sem precedentes, apenas concebível - e com alguma perversa imaginação - num regime totalitário. A medida do avanço do «acordo» é a medida da nossa incapacidade enquanto sociedade de nos defendermos de um poder caprichoso, abusador e medíocre.
Creio, no entanto, que a quota de descontentes - embora só agora comece visível com mais nitidez (contribuiu para a sua ocultação o silêncio imposto pelos media) ultrapassa em muito o habitual - e esperado - para uma «medida impopular».
E a verdade é que a Língua Materna não pode, simplesmente não pode, ser um factor de desunião e dissensão entre portugueses, onde não havia antes qualquer problema. Até os políticos portugueses devem perceber isso!

vasco disse...

Anónimo: eles não têm massa encefálica suficiente para perceber isso. São estúpidos e mal-formados quase sem excepção. Além de cobardes, evidentemente, mas isso é outra história.

Gallagher disse...

Li há bocado que a SIC se vai enterrar ainda mais na latrina em que está metida. Diz que "adotou" o acordo ortográfico.

Anónimo disse...

Recuso-me a escrever "manufatura", "setor" ou "exceção" enquanto os brasucas continuam a escrever como deve ser...

Quem se meteu a fazer esta bodega deste acordo merece um enxerto de porrada no lombo!

PC

Eduardo Saraiva disse...

No 1º. dia do ano-2012 coloquei no blog uma Declaração como não vou "adotar" o novo Acordo Ortográfico.
Este novo Acordo nunca foi bem explicado. Cheira-me mais a um acordo de interesses.
Olhando para outros países, não conheço qualquer acordo entre a América e a Inglaterra.
Vou continuar a escrever "adoptando o velho acordo".

observador disse...

Efectivamente, este acordo é um teto mal pintado....

Anónimo disse...

Esta é um presente:
Do Dr. Pacheco Pereira no Abrupto:
«[...]Trata-se de uma medida burocrática, abusiva e infelizmente conforme com os tempos e com a indiferença e a ignorância cultural das nossas elites políticas».
Mas a «implementação do acordês» na AR foi votada por... unanimidade e Pacheco não apenas era deputado como.... estava presente da sessão...

Anónimo disse...

Eu NUNCA usarei essa "merda de acordo".(ler merda de acordo - com pronúncia brasileira.obrigado)

jaa disse...

Apoiado. Mas não creio que tenha sido apenas passividade e deixar andar (embora estes tenham sido, como é tradicional entre nós, os factores principais). Há também uma ideia de modernidade e de simplicidade que muita gente acha atraente. Notei isso há cerca de um ano, ao tentar recolher assinaturas para o iniciativa legislativa contra o acordo. Escrevi, até, sobre o assunto:
http://escafandro.blogs.sapo.pt/265290.html

Vasco disse...

Mas escrever como um bruto contém alguma modernidade? Simplicidade não duvido que tenha - se perguntassem a um tijolo se preferia escrever como fala o tijolo diria que sim.

Anónimo disse...

jaa, Não é apenas passividade e deixa andar: é uma estratégia bem concertada, que usa argumentos como os da «evolução e simplificação». Mas tais argumentos, verdadeiros homeless da lógica podem ser desmontados, apresentando-lhes o inglês e o francês, que tem a mesma ortografia há séculos. É algo que qualquer director de jornal perceberia. As «adesões» ao acordo têm outras explicações, a começar pelo apoio da maçonaria, portuguesa e brasileira (e acrescente o nacionalismo imperial brasileiro). E maçons eram quase todos os que se encarregaram de estilhaçar o português em 1911 como são os que hoje se encarregam das necessárias pressões. Aliás, este «acordo» de 1990 começou com o venerável irmão Sarney...
O que diz poderia explicar adesões de gente pouco pensadora, não do grupo impresa... Siga o avental, meu caro e descobrirá o móbil do crime.
Dia 9, segunda-feira, às 19, no Instituto Goethe, há uma conversa com Vasco Graça Moura, Maria Alzira Seixo e Rui Zink.

Javali disse...

"A medida do avanço do «acordo» é a medida da nossa incapacidade enquanto sociedade de nos defendermos de um poder caprichoso, abusador e medíocre."... Muito bem dito.

jaa disse...

Vasco e anónimo: independentemente de poder existir quem manobre os cordelinhos e da questão da modernidade, ou da evolução, ser uma falácia, a verdade é que esta tendência para se eliminar tudo o que pareça exigir esforço e ser desnecessário (tudo o que não se entenda à primeira, no fundo) é transversal a muitas áreas. Apesar do risco do João Gonçalves me desfazer, caso eu escreva qualquer coisa estúpida, ser enorme, estando neste blogue não resisto a dar como exemplo a tendência de ‘modernização’ que a encenação de óperas escritas há cem ou duzentos anos e com enredos localizados em épocas ainda mais antigas vem apresentando nos últimos anos. Tudo em nome da acessibilidade e da evolução.

Anónimo disse...

jaa, as últimas descobertas das ciências cognitivas fariam com que se percebesse que a ideia mesma de «modernizar e simplificar» a ortografia é errónea e... ultrapassada, com cotão de 150 anos.