Meu caro João, O suicídio nunca pode ser tido como um gesto grandioso, porque nele se revela o que de mais inferior tem o ser humano, o medo insuperável e a cobardia aliados à capacidade de autodestruição. Aos 84 anos foi apenas antecipar o inevitável.
Tenha calma. Dizer que este suicídio é um acto grandioso é um exagero. Sabe aquele caso, penso na última semana, da mãe que se suicidou depois de matar os dois filhos? Ou daquela mãe que se atirou de carro abaixo do penhasco com dois filhos??
«nele se revela o que de mais inferior tem o ser humano, o medo insuperável e a cobardia»
Ó vanguardista, ó vanguardista ... O que é que sabemos ? O medo insuperável e a cobardia ... somos nós que temos o medo insuperável e a cobardia, daí que a projectemos no «Outro». O silêncio, neste particular, é de oiro.
Como EU o ENTENDO ... Mas tambem há, por vezes quem ande “NO MEIO DA NUBLINA e NADA VÊ!” disse alguem e, é bem verdade ...
Como CRENTE que sou não me SUICIDARÍA
... A JUSTIÇA DIVINA é IMPLACAVEL ...
Porem, como CRENTE que sou e, TENTANDO a cada MOMENTO e, na medida do possível como SER HUMANO inserido nesta SOCIEDADE CRETINA ... “PEÇO” nas MINHAS ORAÇÕES, que EU possa FAZER a PASSAGEM com a PESSOA que TANTO AMO (mesmo em SILÊNCIO ...) e, que este AMOR permaneça pela ETERNIDADE ...
PEÇO-O a cada MOMENTO que me é POSSÍVEL ... porque ELE OUVE-NOS e SABE como O FAZER ...
«“PEÇO” nas MINHAS ORAÇÕES, que EU possa FAZER a PASSAGEM com a PESSOA que TANTO AMO (mesmo em SILÊNCIO ...) e, que este AMOR permaneça pela ETERNIDADE ...».
Com certeza que permanecerá. Tenho exactamente este mesmo exemplo em casa dos meus (octogenários) Pais.
A fazer lembrar o acto de Paul Lafargue e da mulher na curva existencial descendente. Não os vejo, hoje, como actos grandiosos. Antes, de desilusão, de revolta, ou de afirmação…Um suicídio num pacto, que surpreende a todos, particularmente aqueles que procuram a vida.
Não olho para o suicídio como um acto de cobardia ; penso que quem o comete, ao rejeitar a vida, está profundamente perturbado, é portador de uma enorme infelicidade e, quem sabe (?), para pôr fim a um sofrimento insuportável, está sòzinho e não encontra outra saída.
Também penso que, por vezes, talvez pudessemos evitar esses tresloucados actos, estendendo a mão ou oferecendo um ombro amigo ao nosso semelhante.
Trocar a vida pela morte, poderá não ser um acto heróico mas talvez seja a solução para acabar com todos os problemas insolúveis que nos assombram.
15 comentários:
Meu caro João,
O suicídio nunca pode ser tido como um gesto grandioso, porque nele se revela o que de mais inferior tem o ser humano, o medo insuperável e a cobardia aliados à capacidade de autodestruição.
Aos 84 anos foi apenas antecipar o inevitável.
Gesto grandioso... suicidar-se...?!!!
caro João Gonçalves
Tenha calma. Dizer que este suicídio é um acto grandioso é um exagero.
Sabe aquele caso, penso na última semana, da mãe que se suicidou depois de matar os dois filhos? Ou daquela mãe que se atirou de carro abaixo do penhasco com dois filhos??
Vejo muita fustração e doênça nisto tudo.
Não sei o que pense nem o que diga.
Talvez Clara Malraux :
- «La vie est une fête déséspérée».
será que devia ao fisco?
«nele se revela o que de mais inferior tem o ser humano, o medo insuperável e a cobardia»
Ó vanguardista, ó vanguardista ... O que é que sabemos ? O medo insuperável e a cobardia ... somos nós que temos o medo insuperável e a cobardia, daí que a projectemos no «Outro».
O silêncio, neste particular, é de oiro.
Como EU o ENTENDO ...
Mas tambem há, por vezes quem ande “NO MEIO DA NUBLINA e NADA VÊ!” disse alguem e, é bem verdade ...
Como CRENTE que sou não me SUICIDARÍA
... A JUSTIÇA DIVINA é IMPLACAVEL ...
Porem, como CRENTE que sou
e, TENTANDO a cada MOMENTO e, na medida do possível como SER HUMANO inserido nesta SOCIEDADE CRETINA
... “PEÇO” nas MINHAS ORAÇÕES, que EU possa FAZER a PASSAGEM com a PESSOA que TANTO AMO (mesmo em SILÊNCIO ...) e, que este AMOR permaneça pela ETERNIDADE ...
PEÇO-O a cada MOMENTO que me é POSSÍVEL ... porque ELE OUVE-NOS e SABE como O FAZER ...
“Pede e serás ouvido” – LUCAS
STENDAL
A Cartuxa de Parma
LINDO!
Bem Haja
«“PEÇO” nas MINHAS ORAÇÕES, que EU possa FAZER a PASSAGEM com a PESSOA que TANTO AMO (mesmo em SILÊNCIO ...) e, que este AMOR permaneça pela ETERNIDADE ...».
Com certeza que permanecerá.
Tenho exactamente este mesmo exemplo em casa dos meus (octogenários) Pais.
A fazer lembrar o acto de Paul Lafargue e da mulher na curva existencial descendente. Não os vejo, hoje, como actos grandiosos. Antes, de desilusão, de revolta, ou de afirmação…Um suicídio num pacto, que surpreende a todos, particularmente aqueles que procuram a vida.
Mas sou eu que estou loira ou o João Gonçalves estava a ser (cruelmente) irónico???
Gostava de perceber. Obrigada
Não olho para o suicídio como um acto de cobardia ; penso que quem o comete, ao rejeitar a vida, está profundamente perturbado, é portador de uma enorme infelicidade e, quem sabe (?), para pôr fim a um sofrimento insuportável, está sòzinho e não encontra outra saída.
Também penso que, por vezes, talvez pudessemos evitar esses tresloucados actos, estendendo a mão ou oferecendo um ombro amigo ao nosso semelhante.
Trocar a vida pela morte, poderá não ser um acto heróico mas talvez seja a solução para acabar com todos os problemas insolúveis que nos assombram.
Não é grandioso João, é teatral.Há quem não consiga estar longe da boca de cena.
E, afinal, bastava esperarem sentados!
Mas, concordo, com a eutanásia com os limites e nas condições já praticadas em vários países.
Ainda a semana passada uma pessoa que conhecia desde criança, faleceu sem dores,sem dramas e sem medos.
Isso,sim!
João Gonçalves, acredito que não temos esse direito e que o preço é muito alto.
Jacques Lacan, conhecidíssimo psicanalista francês, dizia que o suicídio «est le seul acte réussi dans la vie». Agora, se quiserem, reflictam.
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