2.9.07

ESTATÍSTICA


As "autoridades" rodoviárias contentam-se com números. Se houve menos mortos e feridos na estrada "do que em relação ao mesmo período no ano transacto", proclamam vitória. Mesmo que tenham morrido vinte ou trinta, isso é mais animador que os quarenta ou cinquenta anteriores. Acontece que não é. Não só não é como revela a impotência de quem "pensa" e "controla" estas questões do trânsito, agora agravadas pela exibição televisiva dos senhores agentes a introduzirem uns objectos na boca dos condutores para apurarem da sua perícia para o volante. O condutor português é iletrado, automobilisticamente falando. É violento, leviano e ignora o outro como a si mesmo. Não há "pedagogia" que lhe resista. Na sua cabeça, o carro é um artefacto com um acelerador que se fez precisamente para ser empurrado com o pé até ao fim. Mesmo que o fim seja uma árvore, um muro, a família dele ou a dos outros. O condutor português médio é quase tão assassino como os dos tiros na noite anónima. Não se trata uma doença destas com estatística.

11 comentários:

Pedro Barbosa Pinto disse...

Com este governo tudo "melhora".
Caso neste Agosto tivessem morrido mais que em Agosto do ano passado, a noticia seria, este mês morreram menos que em Julho. Se por acaso fossem mais que em Julho, a noticia seria, desde o inicio do ano morreram menos que no ano passado... e assim se vão dando as noticias.
A culpa não é do governo mas dos "jornalistas".
O Second life dá-lhes jeito porque assim, se na realidade não houverem termos de comparação piores que os do momento, podem-se sempre criar lá e mostrar depois as melhorias estatisticas.

Anónimo disse...

Completamente de acordo. O português médio dirige um carro como dirige a sua vida, iletradamente. As estatísticas não revelam evoluções positivas ou negativas, pois não são mais do que fruto do acaso dessa iliteracia de que fala, para não lhe chamar outra coisa.
É tudo tão reles...

Anónimo disse...

As estradas em Portugal são uma autêntica Bagdad. Tem de haver uma repressão brutal para o excesso de velocidade. A SIC mostrou imagens que mais pareciam relevar de desastre aéreo. Insuportável.

Anónimo disse...

Quem não é capaz de escolher um governo decente não é capaz de conduzir seja o que for

Anónimo disse...

É tudo uma questão de educação e de respeito (ou da falta de ambos), antes de mais nada. A estupidez, o masoquismo e a selvajaria vêm depois.

Aladdin Sane disse...

� tudo verdade, mas claro que na blogosfera n�o h� condutores portugueses. "Eles" s�o uma entidade abstracta.

Eles somos n�s!

Anónimo disse...

Estatísticas são enganadoras, apenas os que morrem na estrada são contabilizados, ficam por contar os que morrem no hospital...

Anónimo disse...

Pior que a condução é a posterior "condução na justiça" no reparo às vitimas inocentes dos acidentes.
Um "assassino" com um carro na mão nunca é incriminado.
A "estrada" moral e ética em portugal é uma lama nojenta...

Anónimo disse...

Excelente post!
Só com repressão é que a maioria dos automobilistas perceberá(?) que, o facto de possuir carta de condução não lhes dá o direito de achar que o seu pó-pó é uma espécie de castelo, do qual eles são reis absolutos, mal-criados, estúpidos e, no limite, bandidos...

Anónimo disse...

Com o envelhecimento da população e com a morte de muitos de nós, o problema fica naturalmente resolvido até 2070

Anónimo disse...

As "autoridades"!

Na cidade onde vivo, só numa semana houve três atropelamentos mortais - em passadeiras!!!!-

Depois, as autoridades explicam tudo! menos uma coisa: medidas eficazes contra a contravenção que na maior parte dos casos é consciente. Pois nesta cidade o Plano de Acção da PSP é executado (que se veja) em dois troços de via com aspecto de via rápida (4 faixas) mas que, legalmente, têm o limite de 50km. De quando em quando lá montam a banquinha e apanham meia dúzia de incautos, normalmente de fora que ainda não conhecem o terreno e os jogos de avisos, depois levantam ferro, passados uns dias vão ao outro troço e assim vão cumprindo as metas do Plano ( superando-as talvez em 5 ou 10%, digo eu..) e o resto das vias está literalmente entregue à fauna que não respeita nem os outros nem a si própria nem aos seus. Não sou psi mas gostava de ver uma teoria (não digo explicação) que me desses uma interpretação lógica para este desvairo colectivo. Obviamente concordo com o autor do Blog.