«Todos nós achámos que vinha uma nova luz ao mundo», disse Adriano Moreira a Mário Crespo a propósito de um ano de Obama. Salazar lá se riu, de novo, deste seu antigo ministro na tumba rasa do Vimieiro. Soares não diria melhor e a RTP também não. Se eu fosse americano, teria votado Obama naquela "linha" do melhor do que não presta. Mas como não sou cego, surdo e mudo nem aspiro a ser bajulado em lado algum, parece que está a ficar razoavelmente claro que Obama é mais um presidente dos EUA e não uma "luz" qualquer. O que há de bom nos EUA, como, por exemplo, as universidades e as bibliotecas, antecede a "luz" e ficará para além da "luz". Obama é apenas mais um demagogo. Passará.
15 comentários:
BO é ,tão somente, um sub-poduto do "entertainment" Americano.
E o "europeísmo sofisticado", que presume desprezo por Hollywood & Ca., desta vez aplaudiu a mãos ambas um produto de retinta fancaria.
Claro que ajudou a fita ser a preto e branco...
E nós completamente às escuras!
Deixei o seguinte comentário numa caixa de comentários do Público (eu sei, eu sei - aquilo é o círculo do Inferno onde até os que não são imbecis se queimam, ou coisa parecida...)
Foi acerca desta notícia: http://www.publico.pt/Media/rtp-quer-que-marcelo-continue-na-estacao_1418883#Comentarios
Gostaria de ter algum retorno, mesmo que indirectamente, sobre as ideias que expus. Afinal, é para isso que aqui estamos. Ou não?
Em resumo: gostaria de saber qual é a opinião do autor e colaboradores deste blogue sobre este assunto.
O meu comentário foi este:
"Eu quero que a RTP acabe. Já não faz sentido existir em Portugal uma estação pública. Não só é um sorvedouro de dinheiros públicos para fins poucos instrutivos (basicamente, é só conversa de chacha, telenovelas e séries de
3ª categoria) bem como é um instrumento de propaganda pago por nós todos - mesmo os que votaram contra o regime. A RTP será sempre alvo de manipulação por parte deste Governo, do próximo e de todos os que estão por
vir. Acabe-se com essa coisa de uma vez por todas. Foi muito giro e útil no seu tempo - justiça seja feita-, mas agora é apenas mais um sinal da monotonia e da indolência que vigora no funcionalismo público, e dos piores desejos do Estado - tudo isso coisas que verdadeiramente os portugueses não deveriam ser obrigados a sustentar. Temos que crescer. Temos que nos livrar da voz paternalista do Estado se quisermos ser pessoas e ser um povo. Caso contrário, seremos o povo que eles dizem (nas televisões) que somos e que, é mais do que evidente, não deveremos ser."
Não creio que esteja a ser excêntrico.
O problema nos EUA, assim como no resto do mundo humano, é que não basta vencer as eleições. Se nós achamos que temos lobbies em Portugal, os americanos que fazem tudo melhor ganham-nos aos pontos.
Não menosprezo ainda o capital de Obama. Espero para ver e não saio derrotado... ainda. Se Deus levou sete dias a fazer o mundo esperemos mais alguns para ver o que Obama realmente consegue (quer) fazer. Um facto: ele ainda só lá está há um ano. Pode ser que ainda nos surpreenda. Pelo menos é diferente e consegue articular uma frase...
Penso que foi Medina Carreira que nos caracterizou, a nós, portugueses, como uns "achadores". Em vez de nos esforçarmos por saber, "achamos". Esta entrevista com Adriano Moreira mostrou, para quem tivesse dúvidas, que é mais um dos que "acha".
«Obama é mais um presidente dos EUA e não uma "luz" qualquer» Do que temos, todos, de dar graças!
Na minha modesta opinião ele nem consegue articular uma frase. Bem adestrado por um staff de imagem com a lição estudada, um tele-prompt infalível e uma família que o acompanha, mas apenas quando não melindra a audiência, é um vazio a falar para o vácuo. Baloiça a cabeça para a direita e depois para a esquerda, curva-se bem perante quem não deve mas de resto ... é um zero.
Cultura, carisma, alma? Zero pleno.
Mas quem é que acredita que este sokas "moreno" vale mais que um tostão furado?
Antes a Sarah Palin!
PC
Completamente de acordo com o comentário do Nuno Oliveira. Um ano é pouco, sobretudo se considerarmos que a conjuntura que Obama herdou é muito difícil, tanto no plano económico e financeiro como político. Pelo menos tem contribuído para diminuir a tensão entre os grandes deste mundo. Dizer-se que é um demagogo é algo gratuito que não esperava de um analista como o JG.
É triste ver tanta falta de luz. Obama não é um demagogo, antes o produto do 'melhor da América'. Não é a luz, mas o representante de poderosíssimos interesses e da central do pensamento único. Se Bush e todos os outros, o amado casal Cinton, representavam a grande indústria do petróleo e do armamento, Obama representa a grande indústria da tv, cinema, petróleo e armamento. Com uma enorme vantagem: pode fazer a guerra que ninguém o criticará por isso. Obama é a favor do aborto, da investigação em embriões humanos, do casamento de homossexuais e de toda essa tralha logo é bom, é a luz.
"Todos achamos...?"
O Senhor Professor julga o país, pelo discurso num único sentido, a partir da cátedra.
Todos achamos, uma ova!!! Alguns acham, acharam!!!
A Sic e Mário Crespo desde que se emproaram em fazer PR's como dizia o rangel, dedicam-se a estas patetices, com uma colecção de comentaristas ad nauseum, sempre com o deslumbrado MC convencido que, cada entrevista, é um contributo para um inesquecível e único registo mediático.
E que todas as noites são noites históricas.
O provincianismo bem português já não está, há muito tempo, na Província. Instalou-se há muito nesta saloice museológica, que viaja, mas verdadeiramente, não sai de cá, não evolui e limita-se a botar o discurso politicamente correcto.
Tivesse o Obama levado com dois boeings numas torres e aí veriamos qual a "luz" que se alumiava...
Eu sempre soube (e disse-o aqui no "Portugal dos pequeninos durante a campanha para as presidênciais americanas) que Obama era um homem que, na melhor das hipóteses, iria tentar fazer o melhor possível (outra vez na melhor das hipóteses) de acordo com a sua consciência.
Uma lição que já devíamos todos ter aprendido com a História é que um homem, mesmo o mais poderoso, pode pouco. Um homem apenas, mesmo o mais poderoso, não consegue mudar o mundo. Em todos os casos, o Mundo, na melhor das hipóteses depois de um pequeno "soluço", ficou na mesma.
A minha dúvida, portanto, em relação a Obama era se o seu discurso era fruto de uma grande ignorância ou de de enorme soberba; se seria fruto de alguma ingenuidade ou de uma hipócrita demagogia. Provavelmente era (e é) um pouco de tudo.
Para mim o óbvio é que Obama iria pôr sempre em primeiro lugar o aquilo que ele julgasse ser o seu interesse e o interesse americano.
Por isso eu pessoalmente não estou desiludido com Obama. Ele está a ser o presidente que eu achava que ia ser e, de forma geral, a fazer e a conseguir fazer o que eu achava que iria conseguir fazer. Ou seja, Obama não conseguiu mudar o mundo.
Por último, uma referência sobre o argumento do "ele só lá está há um ano": é um bom argumento, é de facto pouco tempo. Mas é preciso usar mesmo critério ao julgar outros governos, como por exemplo, o do dr. Santana Lopes, que governou pouco mais de 6 meses. Eu, que nunca votei no PSD, uso-o sempre quando critico o seu governo.
Concordo Miguel Neto. Santana estava queimado antes de ter assumido o cargo de PM. E até acho que merece a "tal cruz" por ter sido completamente massacrado por "os seus amigos". Os tais que agora queimam o PPC. Os que não querem que isto mude. Não digo que o PSL teria sido um bom PM. Mas vai subsistir a dúvida até que ele volte a ser. E, se calhar, ainda volta. E se calhar o PPC pode ser um bom PM. Se ajudou a queimar os actuais dirigentes, não sei. Não o sigo. Mas disse algumas verdades inconvenientes. Em alturas inconvenientes, é certo. Podia ter ficado calado, também é certo. Esperar a sua oportunidade. Também é certo que ninguém quer assumir as despesas da liderança. Veremos.
O Obama teve um discurso, pelo menos, refrescante. E, ao contrário do que os eleitores americanos votaram, não querem deixá-lo implementar as reformas que ele prometeu. A derrota não é dele. É do povo que vota.
O Obama pode até ser uma "fraude". A culpa, na minha modesta opinião, é dos média. O quarto poder. Que são na realidade o segundo atrás dos interesses pessoais que movem a economia global. Que nos adormecem com palavras doces encorajando a letargia da sociedade. Provocam a célebre divisão para assim "reinarem". Utilisam as emoções mais nobres do ser humano para cegar os "crentes" sentados à frente do televisor. Até o milho já paga taxas de audiovisual...
Ah! Doce rebanho!
Obama está a ser mais incompetente do que eu pensava. Para mim isso é uma boa notícia, já que a Visão Obama -Com isto quero dizer também os que estão com ele e fazem as coisas mover ou não, porque Obama pessoa é difícil definir, agarrar para lá da vacuidade, por qualquer razão sempre me pareceu uma personagem de Shakespeare- é próxima da habitual visão Europeia Narcisista que é a única medida de todas as coisas.
lucklucky
The Audacity of Hype.
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