8.1.10

ISMOS MEUS, MÁ FORTUNA



O “problema” destas argumentações é que, ao contrário do que os autores possam pensar, acabam em conclusões muito verdadeiras. O Rui Crull Tabosa julga que dando um ar de sarcasmo torna as teses ridículas, mas não. Apenas faz pensar – facto que lhe deveríamos agradecer.
Não existe motivo para que uma relação entre dois familiares próximos não poder ser legal e para que, a quererem, dois familiares próximos não possam assumir um compromisso escrito que os obrigue a determinadas cláusulas. Não existe a violação de nenhum princípio moral aceite, tirando os da moral religiosa que há muito perderam a força de lei. Nenhuma reflexão coerente de que tenha tido conhecimento até hoje justifica a proibição de uniões sexuais entre familiares próximos. Mas, não tenhamos dúvidas, isto é o meu “progressismo”, “modernismo” e mais uns tantos “ismos” a falar.

11 comentários:

João Gonçalves disse...

Podemos chamar à tua "visão" uma visão monárquica. Como sabes, a endogamia é uma das características de algumas monarquias históricas com alguns resultados maravilhosos em matéria de crias. No sentido apontado no post, a união sexual entre um homem e uma galinha, uma vaca ou uma melancia também está plenamente adequada. Nenhuma "reflexão coerente", literalmente, a proíbe.

Anónimo disse...

A proibição do incesto, é a raíz universal de todas as civilizações. Mexam, mexam nessa caxinha ...

Tiago Moreira Ramalho disse...

João,

Ao que sei, uma galinha está impossibilitada de assumir um compromisso. A zoofilia é aceitável se não acreditares nos direitos dos animais. Eu até sou dos que acreditam.

João Cardiga disse...

Oi Tiago,

Concordo totalmente contigo. Só tenho dúvidas relativamente a pais com filhos e entre irmãos, pois não sei até que ponto é que se pode garantir que é uma decisão realmente livre.

João,

A união (casamento civil), tal como qualquer contrato implica que os contraentes sejam cidadãos de um país...

Melhores Cumprimentos,

João Cardiga

João Gonçalves disse...

Às primas e demais parentela endogâmica, no exemplo que dei, também ninguém lhes perguntava se era "aquele" compromisso que queriam assumir. O "compromisso" era um acordo político não era nada de pessoal. Luís XIV ficou paralisado quando viu a "noiva" - e,depois, mulher - que lhe destinaram. Qual compromisso.

Tiago Moreira Ramalho disse...

Ó Johnny, já não estamos no tempo do Luís XIV. Hoje em dia (tu sabes isto, não te faças de desentendido...) um contrato só é válido se voluntário :)

João Sousa disse...

A questão é: qual é o argumento válido que defenda que o Estado não tem que aceitar quaisquer duas pessoas que se queiram casar?

Dazulpintado disse...

Tiago Moreira Ramalho disse...

"Ao que sei, uma galinha está impossibilitada de assumir um compromisso"

Já se for um papagaio, bastaria ensinar-lhe a dizer Sim.

Xico disse...

Tiago Moreira Ramalho
No tempo de Luis XIV também era obrigatório o consentimento de ambas as partes.
Fico sinceramente contente pelos casais do mesmo sexo que queiram casar.
Sinto-me triste e deprimido porque a união, e toda a tensão subjacente, entre um homem e uma mulher, os dois únicos grupos verdadeiramente diferentes da humanidade, perdeu valor ao ser desconsiderado o facto de ser uma união entre diferentes, para projectar o futuro e passar a ser unicamente uma união entre dois parceiros independentemente da diferença entre eles. (era nessa diferença que residia todo o sentido do casamento).
Não me movendo qualquer preconceito ou qualquer valor moral, (e portanto aberto a ser convencido do contrário), julgo no entanto que ganhámos muito pouco e perdemos muito mais. Homossexuais incluídos.
O casamento desaparecerá em breve por ser destituído de sentido. Sei que isso agrada ao João Gonçalves, mas acho que será um retrocesso civilizacional se tal acontecer.

Anónimo disse...

Esta discussão revela como é ridícula a lei paneloka... Esperem para ver as cerimónias boçais que os militantes do detergente com "H" vão patrocinar. É o sonho da vida deles... O dia mais feliz... Internem-nos!

PC

Daniel Santos disse...

não acredito no radicalizar de opções.