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20.11.10

QUEM É QUE NOS PREVINE DELA?


Como leio pouco os jornais, não sei onde é que a ainda ministra da cultura, D. Canavilhas, falou. Mas pelos rodapés das televisões vejo passar os seus dislates. Diz ela que é preciso uma "estratégia preventiva" para o sector do património quando, a ser necessária alguma coisa, o que é preciso é prevenirmo-nos contra a insane Canavilhas. Que consente enfiar (ou seja, anular) os teatros nacionais todos na aberrante OPART, apesar de, finalmente, ter percebido que, no caso do São Carlos, 90% do orçamento é para funcionamento e só 10% resta para a produção (este blogue começou há sete anos justamente por afirmar isso vezes sem conta). O balanço destes anos Sócrates, na cultura, consiste numa assustadora espiral de mediocridade que Canavilhas, na sua inconsequência, encerra de forma lapidar. Repito. Mais valia ter fechado a Ajuda.

11.5.09

O AGENTE DE EXECUÇÃO


Por diversas vezes neste blogue se escreveu que, praticamente desde Julho de 2000 - ou seja, desde que Manuel Maria Carrilho se demitiu do governo de Guterres -, não existe nem ministro nem ministério da Cultura. O Público, através de Luís Miguel Queirós, dedica um interessante artigo ao assunto. Na prática, todos os intervenientes - ex-directores-gerais, ex-assessores no sector e um antigo secretário de Estado - reconhecem este défice. E dão, em geral, razão a Carrilho quando apresentou publicamente este documento. A legislatura "socrática" também falhou aqui. Pires de Lima foi o que foi e Pinto Ribeiro emerge muito mais como "agente de execução" (para recorrer a um termo da acção executiva civil) do processo de falência política do ministério do que outra coisa qualquer. «Um ministro da Cultura, além de ter de estar tecnicamente preparado para o cargo, precisa de peso político. Carrilho acha que a própria heterogeneidade do campo de intervenção das políticas culturais torna difícil que a solução possa passar por um profissional do sector. "Tem que ser alguém que saiba e que goste de fazer política." Pois.

3.8.08

O TEMPO QUE RESTA


«Barbaridades que se hacen en ese teatro»,«bandidaje». "Deixas" de zarzuela? Não. Consta do despacho de remoção do "professor doutor Carlos Fragateiro", e respectiva administração, do Dona Maria. Mário Vieira de Carvalho e Isabel Pires de Lima ficarão na história do consulado "cultural" de Sócrates como um "exemplo" que jamais deve ser seguido. Se Pinto Ribeiro, no tempo que lhe resta, conseguir "vassourar" os organismos que estão sob a sua tutela, como o fez em relação ao Dona Maria, revela que é, no sentido que Diógenes lhe dava, um homem.

25.6.08

ENCENAÇÕES


Num artigo no Público, Luís Miguel Cintra - um misto de Amélia Rey Colaço com Robles Monteiro do regime - saiu em defesa do Gilberto Madaíl da Cinemateca Nacional, o nosso eterno Bénard contra a deputada do PS, Isabel Pires de Lima. O argumentário? O que, de certeza, não utilizou contra aquela no pouco tempo em que foi ministra. Bénard é um "gigante" que está director-geral há dezassete anos e Pires de Lima (e os portuenses, por extensão) não passa de uma pirosa que quer ver os "clássicos" exibidos no Porto. Cintra, cujo umbigo é demasiado para o país que o sustenta através do ministério da Cultura, amesquinha Pires de Lima para defender o enorme Bénard. A antiga ministra da Cultura foi aqui zurzida por muitos motivos, incluindo o que suscitou o artigo nervoso de Cintra: ter cedido à chantagem do milieu para manter Bénard como director-geral, para além de todos os limites legais impostos à correspondente comissão de serviço, tornando-o em mais um "indispensável" com "licença especial". Quem serve o milieu sem perceber que o ministério da Cultura "faz" (ou devia fazer) política e não proselitismo, mais tarde ou mais cedo morre às mãos do milieu. Pires de Lima vai pagar a factura durante muito tempo. Esta gente, quando morde, não larga. É bem feito.

19.6.08

O INSUBSTITUÍVEL

Pinto Ribeiro apareceu ontem para zurzir em Pires de Lima. A "produção fictícia" que ocupa a pasta da cultura emergiu apenas porque alguém lhe soprou que era necessário defender o ex libris Bénard da Costa contra uma deputada do partido da maioria. O "salazarinho" da Cinemateca pode realmente muito. Tanto que até obriga Pinto Ribeiro a mostrar que existe. País tão cheio de insubstituíveis como os cemitérios.

18.6.08

A BELA E O MONSTRO

Em artigo no Público, Bénard da Costa apelida Isabel Pires de Lima de "ruim defunta". "Meta-se com gente do seu tamanho e haja respeitinho por quem não tem nem idade, nem percurso profissional, nem posição social para gastar mais cera com tão ruim defunta", escreve esta verdadeira figura de cera apascentada pelo "centrão". "Porque eu sou e ela foi", conclui delicadamente. Tudo a propósito de um pólo da Cinemateca Nacional (que Bénard dirige como um senhor feudal) no Porto, com conivências várias. Pires de Lima prova, afinal, do fel que, juntamente com todos os que a antecederam, ajudou a fermentar. Bénard "é" porque o regime, de Belém a São Bento, consente que ele seja. Existe um inexplicável temor reverencial pela criatura que lhe permite, ao arrepio do mais elementar bom senso, perpetuar-se e exigir, literalmente, "respeitinho". Inventaram-no e alimentaram-no. Agora aguentem-no.

7.6.08

A CINEMATECA BENARDIANA


Isabel Pires de Lima é seguramente melhor deputada do que foi ministra. E cumpre melhor como deputada do que Pinto Ribeiro como ministro. Primeiro, por causa do "acordo ortográfico". E, agora, num artigo no Público, sobre Bénard da Costa e as "dúvidas" do "only one" sobre a criação de um "pólo de programação da Cinemateca" no Porto. É bem feito para Isabel. Aquando da procissão a favor da continuação daquele director-geral em funções para além do legal limite de idade, Pires de Lima, então ministra, "cedeu" à pressão da vasta confraria "benardiana". Bénard, graças ao raro privilégio de que goza no regime, trata a Cinemateca não como nacional mas como coisa sua. A "confraria", aliás, não admitiria outro propósito. Desconheço a intenção de Pinto Ribeiro em colocar Pedro Mexia como "número dois" de Bénard. Espero que não tenha sido para o envelhecer precocemente e, pior do que isso, no mesmo sentido do seu vitalício director. Não convinha que Mexia estivesse já a pensar na Cinemateca como uma futura coutada pessoal, seguindo o mau exemplo do benemérito e venerando Bénard. A Cinemateca existe para prestar serviço nacional. Não é só de Lisboa. Nem, sobretudo, é só de Bénard.

3.6.08

O ECLIPSADO

Foi preciso deixar de ser ministra da Cultura para Isabel Pires de Lima, por uma vez, ter razão. «Não será o Acordo que fará o português ganhar um único leitor, um só falante ou o direito a ser língua veicular num único forum internacional», escreveu ontem no DN. O seu sucessor, o fantasticamente inócuo Pinto Ribeiro, não pensa assim. Anda com o "acordo ortográfico" ao colo em todas as visitas que faz lá fora (é só o que tem feito) e usa um argumentário confrangedor para o sustentar. Ribeiro não sabe defender a língua portuguesa. Não existe como ministro nem garante os "mínimos" como tal. Não vale politicamente nada.

29.1.08

"O ASSUNTO TAMBÉM É ESTE" - 2


Quatro milhões? Realmente convinha apurar. À frente da OPARTE está um professor catedrático do ISCTE, imagino que de gestão. O que é que os media estão à espera para lhe perguntar? Ou o São Carlos é um laboratório do experimentalismo do musicólogo que está secretário de Estado da Cultura, um laboratório para além disso pago pelos contribuintes?


Adenda: A senhora da fotografia passou, felizmente para ela, à condição de mera professora universitária a qual nunca devia ter abandonado. A má notícia é que Mário Vieira de Carvalho está e fica secretário de Estado, em perfeitas condições de "dominar" o vaidoso advogado Pinto Ribeiro e membro da Fundação Berardo que, sabe-se lá porquê, substitui a senhora como ministro. Quanto ao resto - remoção de Correia de Campos - é um mero acto piedoso que só peca por tardio.

Adenda (2): Mário Vieira de Carvalho fica SEC? Não devia. Cai formalmente com Pires de Lima e, se ficar, deverá tomar posse outra vez, como me recordou há pouco o Augusto ao telefone. Escrevo, pois, no pressuposto que Pinto Ribeiro o mantém. Não há notícia, para já, de mais "tomadas de posse" de secretários de Estado, para além do dos Assuntos Fiscais. A ver vamos.

27.1.08

"O ASSUNTO TAMBÉM É ESTE"


1. «O Teatro de São Carlos estava cheio às 20h, no início da estreia mundial da ópera de Emmanuel Nunes. Ao intervalo, duas horas depois, as desistências eram muitas. Cerca de metade do público tinha abandonado a sala. A primeira ópera do compositor português é uma co-produção do São Carlos, da Gulbenkian, da Casa da Música e do IRCAM (instituto francês dedicado à investigação e à criação de música contemporânea). As expectativas à volta desta produção eram muitas. Encomenda ainda da direcção de Paolo Pinamonti, Das Märchen (O Conto) passou por algumas peripécias até ao dia da estreia, incluindo vários adiamentos e algumas discussões que vieram a público entre o compositor e o director do São Carlos. Lembrar este contexto e sobretudo o grande investimento institucional nesta ópera é importante para pensar o objecto estético apresentado na sexta-feira. Até porque Das Märchen pode ser vista, entre outras coisas, como uma reflexão (artística) sobre a arte e a sua autonomia. No prólogo que dá início ao espectáculo, fala-se da faculdade da "imaginação", aquela sem a qual a arte não existe. "Ela não se prende a nenhum objecto", diz o libreto. "Ela não faz quaisquer planos, não escolhe nenhum caminho", ouve-se depois. Quem escreveu estas palavras foi Goethe (1749-1832), o autor do conto original em que se baseia a ópera Das Märchen, e uma das figuras centrais do primeiro romantismo alemão. Goethe e Schiller desenharam, desde fins do século XVIII, os contornos da ideia romântica de uma arte autónoma e definiram, nesse processo, a posição do artista, as condições do "livre jogo da imaginação" e as qualidades do génio criador.Mas já não estamos no fim do século XVIII. E é natural que esta enigmática (para não dizer esotérica) ópera de Emmanuel Nunes cause alguma perplexidade. A afirmação da autonomia absoluta do artista e da sua arte independente (no modelo a que alguns chamaram "arte pela arte") em tudo é contradita pela própria natureza da produção operática, e ainda mais neste caso de Das Märchen, onde há música, dança, teatro, projecção vídeo, electrónica ao vivo, cenografia, luz, etc. Embora o nome de autor tenha o peso que se sabe, o criador de Das Märchen não é só Emmanuel Nunes. E a arte na principal sala de ópera portuguesa não está sujeita apenas ao "livre jogo da imaginação dos artistas". Depende do Estado, de patrocinadores que mexem em muito dinheiro (por exemplo o BCP) e de várias instituições culturais. Dirão que estou a fugir ao assunto. Não: o assunto também é este.»



2. «Esta obra abre novos parâmetros de autismo devido ao desfasamento total do compositor relativamente ao mundo real, o mundo do público, e à estética. A obra não é contemporânea no verdadeiro sentido, é uma obra formada de elementos oriundos dos anos cinquenta e sessenta do século XX, é uma obra sem rasgo, uma repetição sistemática de acordes e elementos seriais, uma obra sem forma, sem corpo e sem estrutura, uma obra autista e fechada, não transgressora, reaccionária. Uma desgraça que custou mais de um milhão de euros. Uma obra megalómana e mediocre que custou (entre outras coisas) o lugar a Pinamonti. Uma ofensa ao público e a quem paga impostos. Uma obra à qual se percebem os referentes, Boulez e Stockausen, mas que nem de perto se aproxima. Onde está a luminosa e genial claridade e complexidade de Licht? Onde está a qualidade da música de Boulez? Não será em "Das Märchen", uma obra condenada a cair no esquecimento, uma primeira montagem e já está, é o meu vaticínio depois de sair desta estreia. Uma obra bem inferior às do Keil e do Machado.Lamentáveis as críticas entretanto saídas nos jornais, sem se comprometerem, sem meterem as mãos na massa, são críticas empasteladas, viscosas, que serpentando quais enguias, fogem descaradamente ao assunto. Uma chega ao ponto de afirmar: "Quem escreveu estas palavras foi Goethe (1749-1832), o autor do conto original em que se baseia a ópera Das Märchen, e uma das figuras centrais do primeiro romantismo alemão" (Pedro Bolèo no "O Público"). Romantismo alemão? Goethe? Não quererá dizer antes: classicismo alemão? Por outro lado sairam da sala muito mais de metade das pessoas da assistência (número apontado pelo "O Público") que enchia o S. Carlos no início. Saíram pelo menos dois terços, com muita tolerância...»


27.12.07

TUTELA O QUÊ?


Por falar em mínimo ético, quando foi conhecida a auditoria do Tribunal de Contas à Companhia Nacional de Bailado (CNB) dei conta da minha posição - aqui, aqui e aqui - apenas por ter estado na direcção do Teatro Nacional de São Carlos, agora "fundido" pelos profs. Vieira de Carvalho e Pires de Lima com a CNB, para efeitos de gestão, na OPARTE. Se se confirmar esta notícia, a pessoa em causa devia colocar o lugar que ocupa na OPARTE à disposição da tutela, não por estar condenada em coisa alguma, mas precisamente por um pressuposto ético-político, se é que intui algum. Caso não o faça, espero que a tutela tire as devidas ilações. Afinal, a tutela tutela o quê?

19.12.07

UMA MINISTRA EM PILATES


«Com o “dirigismo” instituído veio também a irresponsabilidade da mania das grandezas, que afinal vai de par com a fotografia do poder, a da própria governação da Ajuda, que se colhe de uma operação tão lamentável e dispendiosa como a exposição do Hermitage ora aí mesmo patente. Para memória futura, deve pois ser devidamente sublinhado esse outro grande projecto anunciado pela Profª. Isabel Pires de Lima, na entrevista ao “Notícias Magazine” de 16-09-07: “Gostava de ver lançado um grande festival ligado à ópera, os termos ainda não estão bem definidos. Teríamos de criar um festival de ópera que fosse o último da temporada europeia. Uma coisa que poderia ter poderia lugar no mês de Setembro, com produção do Teatro Nacional de São Carlos, mas realizado em vários espaços ao mesmo tempo e eventualmente em espaços ao ar livre, para isso já tive um encontro com o presidente da câmara. Tivemos uma audiência muito frutuosa”. Habituámo-nos em Isabel Pires de Lima àquele inconfundível estilo de uma professora catedrática incapaz de dizer uma frase correctamente articulada em português, com princípio, meio e fim. Mas que ela gostava de ver lançada “uma coisa” que seria um grande festival de ópera, o último da temporada europeia, em Setembro (após o fim de Salzburgo, Bayreuth e Glyndebourne), isso é indesmentível. Seria caso para dizer que se trata de uma cena “buffa”, não soubessemos também já que a ministra da Cultura se toma muito a sério, e que não teria iniciado as diligências (que não se imagina como poderão ter provimento junto da Câmara da Lisboa, na situação financeira em que se encontra) se o projecto não fosse oriundo do próprio intendente-geral dos teatros nacionais e da Opart, o secretário de Estado Vieira de Carvalho. Enquanto no concreto palco do São Carlos se assiste por ora a um vazio de perspectiva, o “dirigismo esclarecido” de Suas Excelências atinge o ponto de delírio de se imaginarem príncipes de “um grande festival de ópera que fosse o último da temporada europeia”, eventualmente até em espaços ao ar livre, talvez junto ao rio, qual nova Ópera de Tejo, como a de D. José que o terramoto destruíu. »


12.12.07

RIGOLETTO PÁTIO BAGATELA - 2

«Como é possível esta m.?». Henrique Silveira imolou-se pela segunda vez, e com o segundo elenco, na barbaridade em cena no São Carlos. Para já, Christoph Damman em "part-time" não chega. Pires de Lima e Vieira de Carvalho também não, mas isso é outra música.

13.11.07

MC

Isabel Pires de Lima, o equívoco ambulante da Cultura, está muito contente porque o "seu" orçamento cresceu. Acontece que nada no desempenho da ministra aconselhava que crescesse. Pires de Lima e o seu acólito secretário de Estado têm-se distinguido por duas ou três coisas pouco recomendáveis e pouco subsidiáveis. Os assuntos "Casa da Música" e "colecção Berardo", o "activo" destes dois missionários, não dependeram deles. Foi preciso entrar Sócrates para encerrar os dossiês. O que dependeu deles - substituição e manutenção de pessoal dirigente - é confrangedor. Numa casa em que o hábito é cada um tratar o melhor possível da sua vida privada à custa da notoriedade e do erário públicos, Isabel Pires de Lima não conta apesar de se achar subtil e mandona. E até faz questão de "empurrar" para organismos que dependem dela coisas como não haver dinheiro para pagar a vigilantes de museus. Não merecia nem mais um tostão.

29.10.07

LER OS OUTROS


Sobre a megalomania cultural doméstica - apesar de se referir às artes pictóricas, pode perfeitamente aplicar-se a outras, todas permanentemente entregues aos mesmos mandarins de opereta -, este post do Eduardo Pitta. Na ópera, por exemplo, era bom que os "senhores OPART" (essa sublime invenção do dueto da Ajuda para o São Carlos e para a CNB), antes de começar o circuito infernal da temporada, dessem pública notícia das contas. Das que encontraram e das que vão gerir. É que o contribuinte é sempre o mesmo independentemente do nome da coisa, dos gestores e dos directore artísticos.

29.9.07

TONTINHA

A ministra da cultura dá uma entrevista ao Expresso, por entre comes e bebes. Por si só, o texto é concludente no que respeita à inutilidade de um ministro da cultura, esta mulher ou outro ou outra qualquer. Pires de Lima, ainda por cima universitária, é o arrivismo pedante e irrelevante em pessoa. Berardo e Mega? Entendam-se, mas "com certeza" que, se alguém tiver de sair, sai Mega. Pinamonti? Aspectos "positivos", mas com muitas insuficiências, como se ela percebesse alguma coisa de ópera. O "marxismo" ainda é um modelo de "análise" com aspectos "interessantes" que a ela não lhe passa pela cabeça colocar na gaveta. Finalmente, ela acha que veio para ficar porque sim (num exercício risível de auto-avaliação narcísica). Depois de lidos aqueles penosos parágrafos, é caso para perguntar se a ministra tem cabeça.

30.8.07

DALILA, CAVACO E MENDES OU A FÁBULA DO GATO E DO RATO

José Pacheco Pereira colocou-se ao lado dos dois comissários ex-PC que o PS instalou na Ajuda, contra Mendes e Cavaco, por causa de Dalila Rodrigues, a directora corrida do MNAA. Acusou-a de falta de lealdade e de, no fundo, ser pouco institucional e isenta. Os outros dois também, já que não deviam apaparicar uma despeitada e desrespeitadora da hierarquia. Vasco Pulido Valente tinha exibido a mesma opinião, ou seja, que os altos funcionários do Estado são meros servos acéfalos de Napoleão que comem, calam, se demitem ou são demitidos. Não estão lá para ter pensamento próprio ou exigir o que quer que seja. Inserem-se numa respeitosa hierarquia que deve ser preservada a bem do conceito abstracto de nação que, até prova em contrário, se presume representado pelo governo. Muito bem. Dalila tem ar de "tia" e bom aspecto, e isso paga-se no meio da cultura no qual é suposto as mulheres aparentarem, no mínimo, um ar de camionistas envergonhadas, usar calças ou túnicas até aos pés calçados com sabrinas. Dalida foi excessiva nas críticas à académica Pires de Lima e, em Portugal, não se deve criticar os académicos. Aliás, a professora, como lhe competia, nunca se dignou responder. Respondeu demitindo previamente e com apenas um mês de antecedência. Até na saloia manifestação napoleónica, Pires de Lima não conseguiu cumprir a lei nem a antecedência requerida para o dejecto. Nestas coisas, e ao contrário de JPP e de VPV, sou pouco ou nada institucional. Dalila foi apanhada no meio de um episódio político e respondeu politicamente. Foi tosca? Se calhar foi. E Cavaco e Mendes também responderam politicamente. Não foi um famoso dirigente chinês que afirmou ser-lhe indiferente a cor do gato desde que apanhasse o rato? Nunca fui maoísta mas julgo que o respectivo cálice deve ser bebido até ao fim.

Adenda: Este post do Pedro Picoito. De facto, qual é a diferença entre o líder da oposição ir visitar o MNAA ou um hospital e ser acompanhado pela respectiva direcção? Os museus são do governo ou são nacionais? Pelo menos no museu não lhe foi negada a entrada como num hospital do SNS não sei onde em que a diligente administração não quis desagradar a quem lá a enfiou.

2.8.07

GENTE SEM PALAVRA


Mais importante do que o dinheiro é a palavra. A palavra dada. Estive atento à entrevista de Dalila Rodrigues a Mário Crespo, a directora de saída do Museu de Arte Antiga, mais uma "vítima" dos dois estranhos comissários instalados na Ajuda em nome da "cultura" oficial. Bairrão Oleiro, o presidente do Instituto dos Museus e Conservação desde 2002 - fui à posse dele, ao referido Museu, nessa altura, em representação da direcção do São Carlos de que fazia parte - nem sequer é mau rapaz. É - prova-o o decurso do tempo - um sobrevivente. E, como reza a história, um sobrevivente em cargos de nomeação política deve fazer de morto. Bairrão nem precisava prestar-se a este mau serviço: chamar a directora do Museu e despedi-la com um mês de antecedência com a desculpa de que ela "pôs a boca no trombone". De facto, talvez em Abril de 2005, colocou-se a hipótese de ser indicado para vice-presidente do então Instituto Português de Museus. Duas a três conversas com Isabel Pires de Lima, uma das quais num almoço agradabilíssimo, foram adiando o propósito. Até hoje. Recordo que alguém bem informado em matéria de PS me soprou que Oleiro, apesar de posto no cargo por um governo PSD/CDS, era efectivamente do PS. Que eu o "tratasse bem". Nunca o cheguei a conhecer. Coisas de gente sem palavra, tão diferente dos representados nos painéis da foto.

28.6.07

A "GESTÃO INTEGRADA"

O governo de Sócrates, dito socialista, caracteriza-se por falar alto com os baixinhos e por baixar a bola com os graúdos. A sra. prof.ª Pires de Lima, que passa por ministra da cultura, deve ter ficado um pouco mais desgrenhada do que o habitual com o "clima" instalado no CCB de Berardo. Sim, de Berardo, porque se, de um dia para o outro, o senhor comendador decidisse agarrar na sua colecção e levá-la para a China, a sra. prof.ª e a sua "política cultural" sumiam imediatamente soterradas num contrato que apenas serve os interesses - legítimos - de um particular. Com isto em mente, Pires de Lima afirmou que o comendador e o cada vez menos presidente do Centro Cultural de Belém, o contorcionista Mega Ferreira, têm "forçosamente que se entender" sobre o Museu do primeiro. E espera - bem pode esperar sentada - que se trate "de uma pequena questão", já que "ambos terão forçosamente que se entender" ao nível da "gestão integrada" do Museu. "Gestão integrada" de quê, sra. prof.ª? Será que a senhora julga que o CCB de Berardo é um laboratório e o dono do "acervo" um experimentalista? Meta-se com ele, use mais desse jargão e depois queixe-se.

26.6.07

MEGA BERARDO - 2

A Berardo não chega a demissão da sua fundação. Exige a saída do regimental Mega da presidência do CCB. Assim como assim, como é ele que paga, o melhor mesmo é Isabel Pires de Lima desaparecer no deserto montada no seu camelo. Para o presidente de Serralves, a senhora - e os que se lhe seguirem - não fazem falta alguma. Basta uma secretaria de Estado (ou nem isso, acrescento). Começo a gostar de Berardo e nunca duvidei da inteligência de Gomes de Pinho. Estou bem acompanhado. Como diria outro maldito, "bravo homem: os inimigos dos meus inimigos meus aliados circunstanciais são."