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28.5.11

FICA PARA A PRÓXIMA

Quantos ministros dever ter um governo? E quantos secretários de Estado? É, sim, senhor, uma discussão muito interessante mas, como alguém recordava outro dia, ninguém vai ter tempo para sequer se sentar. Assim sendo, onde o iam arranjar para fazer e desfazer leis orgânicas, alterar materiais de consumo (os timbres nas papeletas, por exemplo, ou os logotipos que dão muito dinheiro que não há a ganhar a tanta gente), inventar ou "desinventar" secretários-gerais e directores-gerais? A não ser para cumprir o estritamente acordado com a CE, o FMI e o BCE, não é verosímil, apesar de popularucho, pensar em "estruturas" ideais quando a casa está arder. Fica para a prõxima.

3.5.11

AS CARTAS

São em número de cinco as cartas que o dr. Eduardo Catroga, pelo PSD, enviou ao governo por causa das negociações com o FMI, BCE e FEEF. Qualquer analfabeto simples sabe que negociações deste tipo são feitas pelo Estado resgatado, representado pelo seu governo (demissionário ou não), com as entidades prestamistas. Por isso, é protocolarmente adequado - e com gente que diz uma coisa num dia e outra completamente diferente no dia seguinte - que exista esta correspondência, apenas e só para salvaguarda do PSD, uma vez que não é este que vai aparecer ao lado da troika a anunciar as medidas. Tanto assim é que o PS envia para rua gnomos intelectuais e políticos como Canas para apelidar de "ridículas" as cartas de Catroga. A tamanho cretino não ocorre que ridículo e ordinário é o governo, na pessoa do clone Pereira, não responder a nenhuma das cartas que não são propriamente de amor. Esse silêncio mistificador, aliás, é bem mais interessante do que o remetente

23.4.11

O CADÁVER ADIADO

Os números do défice nunca são bem aquilo que o governo prevê. Com a despromoção política de Teixeira dos Santos a favor do sr. Vieira da Silva - a sibila das listas socráticas -, foi a este quem coube vir defender as "novas metodologias" do cálculo do dito défice que, pelos vistos, o obrigam a subir. Passos Coelho, há dias, mencionou os "esqueletos no armário". Curiosamente o Bloco recuperou o termo para comentar a elevação do défice. Com esqueletos ou sem eles, certo é que o cadáver adiado que é o governo em funções nos vai custar muito caro.

Adenda (de leitor devidamente identificado): «O socretismo já não pode aldrabar o défice, mas pode escondê-lo o mais que pode. O Instituto Nacional de Estatística divulgou a revisão do défice de 2010 em alta num sábado, e num sábado de Páscoa, quando o país está a banhos e o governo aproveitou para desaparecer de cena. Ninguém ouviu de Sócrates uma palavra sobre o assunto nem do seu querido lugar-tenente Silva Pereira. Eles voltarão com "casos", para tapar o que interessa e achincalhar a vida política em geral e os opositores em particular.»

31.3.11

A "ESCOLA DE PENSAMENTO" DO GOVERNO DE GESTÃO

Que dificuldade estrutural em lidar com as qualificações. Como é que poderiam alguma vez pastorear as dos outros? A partir de agora, os senhores jornalistas que ainda são livres devem começar o dia a ler o Diário da República. Esta "escola de pensamento" vai certamente desenvolver-se muito nas próximas semanas.

30.3.11

A CHAGA


Notável artigo de Vasco Graça Moura que nem sequer é dos "meus" preferidos. Na íntegra, com a devida vénia.

«Ninguém se lembra de ter visto, nos últimos anos, algumas figuras gradas de extracção socialista a chamarem a atenção do Governo de José Sócrates para as barbaridades que estavam a arrastar Portugal para o abismo e para a irresponsabilidade da governação. Deviam tê-lo feito pelo menos dia sim, dia não, mas não o fizeram. O país ia-se arruinando, os portugueses iam resvalando para o beco sem saída em que se encontram hoje, o Governo ia garantindo exactamente o contrário daquilo que se estava a passar e dando provas de uma incompetência e de uma desfaçatez absolutamente clamorosas, mas esses vultos tão veneráveis abstinham-se de fazer a crónica dessa morte anunciada, não se mostravam grandemente impressionados com ela e sobretudo não sentiam o imperativo patriótico de porem cá para fora, preto no branco, numa guinada veemente e irrespondível, o que bem lhes podia ter ido na alma e pelos vistos não ia assim tanto. Devo dizer que não fiquei nada impressionado com os apelos recentes e vibrantes de algumas dessas egrégias personagens, em favor da manutenção do statu quo ante em nome do mesmo interesse nacional que as terá remetido ao mutismo mais prudente sempre que a governação socialista dava mais um passo em frente para estatelar Portugal. Sou levado a concluir que foram sensíveis, não ao descalabro a que a governação socialista acabou por conduzir o país, mas ao desmoronamento do PS enquanto partido de governo. Não lhes faz impressão nenhuma que Portugal esteja na merda por causa dos socialistas. O que os impressiona deveras é que o PS se arrisque a ficar na merda por causa de tudo o que fez. E então, então sim, apressam-se a invocar alvoroçadamente o interesse nacional, secundados por todo o bicho careta lá do clube que se sinta vocacionado para dar o dito por não dito e o mal feito por não feito e também, está claro, para fazer sistematicamente dos outros parvos. Tal apelo surge todavia no ensejo menos adequado. Hoje, só faz sentido invocar o interesse nacional para esperar que o PS seja varrido impiedosamente de qualquer lugar de preponderância política e que a ignomínia da governação socialista fique bem à vista para a conveniente edificação das almas. Os responsáveis por tudo isto e os seus porta-vozes já se começaram a esfalfar, a acusar desvairadamente os outros de terem criado um impasse irremediável para Portugal, a passar uma sórdida esponja de silêncio e manipulação sobre o que foi a actuação dos Governos socialistas desde 1996 e, em especial, desde 2005, a fazer esquecer que é ao PS e ao seu Governo que se devem coisas tão sugestivamente picantes como a crise, o aumento delirante dos impostos, o aperto asfixiante do cinto, a subida incomportável do custo de vida, o desemprego sem esperança, o fim da dignidade nacional. Nessas virtuosas indignações da hipocrisia socialista, já se vê quanta gente do PS anda já por aí a desmultiplicar-se, na rádio, em blogues, um pouco por toda a parte e até aqui nos comentários aos artigos, a jogar na inversão e na distorção de todos os factos e de todos os princípios. Alguns ingénuos talvez deixem mesmo de se perguntar mas afinal que canalha é essa que se diz socialista, para sustentar o insustentável e defender o indefensável. Já toda a gente percebeu que o país só sai desta se tiver uma verdadeira "ditadura da maioria", expressão que, como é sabido, causava calafrios democráticos ao dr. Soares. Amanhã, se nessa maioria entrasse o macabro PS que ele ajudou a fundar, tal conceito ficaria, apesar de tudo, esquecido entre as brumas da memória. E se, como é de esperar e de desejar, o PS for reduzido a cisco em eleições, não nos admiremos por assistirmos em breve à recuperação grandiloquente do chavão. Já se percebeu que a Europa o que quer é que Portugal não faça mais ondas e volte a ser o bom aluno que os próceres socialistas escarneciam tão displicentemente. Deve recordar-se ao dr. Sampaio que, no estado de porcaria pantanosa a que isto chegou e que ele não denunciou a tempo, hélas!, afinal não há muito mais vida para além do orçamento. E mesmo a pouca que houver se vai pagar muito caro. Eu, cá por mim, com a queda desta gente execrável, só posso exclamar: - Aleluia!»

23.3.11

GOLPE DE MISERICÓRDIA

O debate póstumo do PEC4 - porque deveria ter sido prévio a 11 de Março - apenas confirma que deve ser desligada a máquina o mais depressa possível. E Sócrates, com a sua ausência do plenário, a sua concepção norte-coreana da democracia.

22.3.11

A RÃ E O BOI

O PS socrático - nunca confundir com o PS - está em reunião tipo barricada kadhafiana. As declarações são cada vez mais patéticas e, de ministros a peões de brega estilo presidente da antiga FNAT, o redondo Ramalho (e o não menos redondo Ângelo arábico) na sicn, todos recordam o patusco porta-voz de Saddam aqui há uns anos atrás. Roça, aliás, a pornografia vir a público defender isto. Julgavam-se donos e insubstituíveis e, como tal, não deram "cavaco" a ninguém. Mas de donos e de insubstituíveis estão os cemitérios cheios. Agora parecem a rã e o boi. Paciência.

21.3.11

DOWNGRADE


A coisa já está ao "nível" de um Lacão.

18.3.11

O TOMBA MINISTROS DAS FINANÇAS

António Costa, hipoteticamente "nº 2" do PS albanês, proclamou ontem no programa de comentário político do bloco central alargado - denotado pelo título de "quadratura do círculo" - que o ministro das finanças fez o discurso mais desastroso de que há memória, pelo menos no hemisfério norte. Referia-se à apresentação quase confidencial do PEC 4 a semana passada ao mesmo tempo que Sócrates chegava a Bruxelas. Costa, apesar de insuportável, não é um qualquer. Já quando era ministro plenipotenciário de Sócrates maioritário, Costa distiguiu-se por ter pressionado politicamente a saída de Campos e Cunha, um ministro que se anunciava incómodo para as megalomanias que se seguiram. Sócrates não tem coragem para juntar ao PEC 4 uma moção de confiança e impediu os seus mansos deputados de apresentarem uma resolução parlamentar que teria o mesmo efeito. A fala de Costa, porém, é um sinal. Um sinal de que nada neste improviso organizado pode continuar.

17.3.11

O SAQUE

O BECO


«Quem conheça José Sócrates pressentia que o seu semblante durante o discurso de Cavaco Silva era mais de ausência, do que de preocupação. Ou melhor, percebia-se que havia algo que o preocupava mais do que as palavras que estava a ouvir. Mas foi só na 6.ª-feira que se percebeu o que era: nada menos do que engendrar um modo de tapar dois buracos que os técnicos da Comissão Europeia e do BCE tinham descoberto: um no Orçamento deste ano, de cerca de 0,75% do PIB, outro nas contas do orçamentais de 2012, de 2,75%. E de o fazer rapidamente, antes do Conselho Europeu, que iria reunir-se dois dias depois. É que, se não fosse resolvido antes deste Conselho começar, deixaria o primeiro-ministro português ainda mais fragilizado do que tem estado, sem qualquer margem reivindicativa perante os seus pares. A verdade é esta, o resto é conversa. Nasceu assim o PEC IV, a anunciar mais uma vez o que na véspera se tinha garantido não ser necessário fazer: cortes, sempre mais cortes, sem nenhuma luz ao fundo do túnel, que só pode vir de um crescimento da economia, de que há muito, infelizmente, se parece ter desistido.(...) A crise política está instalada, só por calculado cinismo se pode continuar a dizer que ela ainda pode ser evitada. Veremos agora como age o Presidente da República, que depois de se ter "atravessado" com o seu discurso de posse, criou a expectativa de uma intervenção que ajude o País a definir um rumo para sair da crise. O momento é de verdade e de humildade, mas não se pode desistir da grandeza que só um agudo sentido patriótico permite. De "boa notícia" em "boa notícia", eis-nos assim chegados ao previsível beco sem saída desta legislatura. Sócrates diz agora que resistirá, repetindo o que dizem sempre todos os que se deixam encurralar pela cegueira do poder. É coisa de que, a julgar pelo que já todos vimos, não duvido um segundo. Mas o País é que não resiste - nem o PS.»


FARSANTES E ESQUIZOFRÉNICOS

Explicados às criancinhas e aos fanáticos cegos, surdos e mudos por Bagão Félix. «Se a situação é assim tão boa, está tão acima das expectativas com os tais 'superavits', então por que é que foi elaborado um PEC que também tem incidências em 2011 com um esforço adicional correspondente a 0,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)?»

O "DUPLO"

Parece-me que há um episódio da saga "Guerra das Estrelas" chamado "O Regresso dos Clones". No caso deste, não se trata de um regresso porque, lamentavelmente, ainda não nos deixou. A indigência do argumentário - ameaçador, chantagista, dissimulado, em suma, ridículo - concorda com o cinzentismo da personagem cuja "densidade" política é directamente proporcional ao brilhantismo refulgente do Chefe. Um péssimo "duplo".

14.3.11

É PEGAR OU LARGAR

A forma como o governo está a tentar impingir o PEC 4 (e, se o deixarem, irá até aos que forem precisos para se "aguentar") recorda os famosos contratos de adesão. Contratos de adesão são, por exemplo, os que "celebramos" com as águas ou a electricidade e que se caracterizam por serem apresentados prontinhos, sem discussão, devidamente elaborados e escritos por uma das partes, parte esta que fixa logo os direitos e as obrigações de cada um normalmente incluindo claúsulas abusivas. Os camionistas protestam? Têm de assinar o contrato de adesão/PEC 4. O parlamento quer discutir o contrato? Não senhor, só se discute a partir, e tendo como pressuposto, as cláusulas do contrato de adesão/PEC4. O senhor PR não conhecia o contrato de adesão/PEC4? Paciência, nós nem em conselho de ministros discutimos e aprovámos as cláusulas do contrato. Nós - o senhor engenheiro e o senhor MF - somos assim. Não fomos feitos para perder tempo com a democracia. É pegar ou largar.

ENSANDECIMENTO


E que tal dar-lhes umas pancadinhas no rabo com os tacos de golfe? A fuga para a frente vai ser dolorosa de assistir.

13.3.11

NUNCA MAIS

«Não me aflige nada que os jovens criadores saiam do país. Vão e demorem muitos anos», disse Gabriela Canavilhas, a ministra da cultura, não sei em que contexto. Absolutamente nula enquanto membro do governo (num governo que não existe a não ser na magnífica pessoa do Chefe), Canavilhas devia seguir imediatamente o conselho que dá. Também a sua colega Alçada, a escritora infantil, remeteu os professores de educação visual e tecnológica (presumo que seja o antigo "desenho") - que deverão ser sumariamente extintos a bem das contas públicas - para o ministro das finanças. Aparentemente o ministro das finanças já "acumula" a pasta da educação. «Vão e demorem muitos anos», aconselha a azougada Canavilhas. Vão e não voltem. Nunca mais.

Adenda: Ou nas palavras do Pedro Rolo Duarte num momento livre de "joaogobernices" - «Um primeiro-ministro de um país civilizado – ou um primeiro-ministro civilizado, apenas – olharia para este momento com apreensão. Talvez caísse em si. Talvez percebesse que o seu tempo tinha chegado ao fim. Em boa verdade, num país civilizado já teria ido para casa.»

11.3.11

ISTO


Parece que o governo não partilha da ideia que, nas actuais circunstâncias políticas, executivas e parlamentares, tem de haver um limite para os sacrifícios. A intervenção do FMI, com outras circunstâncias políticas, executivas e parlamentares, teria credibilidade. Isto assim é que já não tem credibilidade alguma.

10.3.11

A FALÁCIA DA "ESTABILIDADE"


«As eleições legislativas de 2009 acabaram assim não só por transformar um Governo maioritário num Governo minoritário - elas transformaram também o já pálido reformismo num conservadorismo de trincheira, e o Governo numa mera burocracia. Governo que de resto ficou sem programa ao fim de escassas semanas, quando começou a assumir a realidade da crise até então negada, e de que os números do desemprego são a mais dramática evidência. O imobilismo regressou, e a grande velocidade!... Ficámos desde então todos reféns de uma situação que, com o constante agravar da crise, ameaça intermitentemente conduzir-nos ao abismo. E também de uma estabilidade que se tornou numa forma de chantagem que apenas visa garantir o statu quo. Não é certamente por acaso que a estabilidade é a única ideia da moção que Sócrates leva ao Congresso de Abril. A estabilidade, é certo, permite apontar o statu quo como um mal menor. Mas é bom não esquecer que, como a história nos ensina, são inúmeros os casos em que um "mal menor" acaba por se transformar num "pior possível". Oxalá não seja o caso. José Sócrates (porque foi ele, mais o que o PS, que governou neste período) provou bem nestes seis anos que tem qualidades reais e não desprezíveis: um voluntarismo resiliente, um sentido agudo da opinião pública, uma notável habilidade táctica. Acontece que estas qualidades, que lhe permitiram chegar onde chegou, são exactamente as mesmas que o impedem de ir mais longe. E a nós, com ele.»



5.3.11

A PERIFERIA DA PERIFERIA


«O encontro de José Sócrates com Angela Merkel foi assim mal preparado e mal anunciado. É facto que o governo alemão se encontrava em recomposição na área da política externa por causa da demissão do ministro da Defesa, o barão-doutor acusado de plágio. Mas o efeito negativo dado por uma deslocação do primeiro-ministro com carácter de urgência caiu em cima da parte mais frágil. Há muito que a diplomacia portuguesa devia ter convidado a chancelerina a visitar Lisboa, coisa que não escapou aos vizinhos espanhóis, que a convidaram para Madrid. Mas enfim, sempre é uma diferença no tratamento dado por Berlim aos dois Estados da Península Ibérica.»

José Medeiros Ferreira, CM