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20.11.10

QUEM É QUE NOS PREVINE DELA?


Como leio pouco os jornais, não sei onde é que a ainda ministra da cultura, D. Canavilhas, falou. Mas pelos rodapés das televisões vejo passar os seus dislates. Diz ela que é preciso uma "estratégia preventiva" para o sector do património quando, a ser necessária alguma coisa, o que é preciso é prevenirmo-nos contra a insane Canavilhas. Que consente enfiar (ou seja, anular) os teatros nacionais todos na aberrante OPART, apesar de, finalmente, ter percebido que, no caso do São Carlos, 90% do orçamento é para funcionamento e só 10% resta para a produção (este blogue começou há sete anos justamente por afirmar isso vezes sem conta). O balanço destes anos Sócrates, na cultura, consiste numa assustadora espiral de mediocridade que Canavilhas, na sua inconsequência, encerra de forma lapidar. Repito. Mais valia ter fechado a Ajuda.

10.11.09

A QUATRO MÃOS

Gabriela Canavilhas - que nos garantiu que o chefe do governo está muito interessado na "cultura" e que o OE ia reflectir isso mesmo - respondeu a três perguntas do jornal i. Eles perguntam-lhe que "novidades" traz o OE à cultura e ela responde que "recusa os discursos miserabilistas" porque o que é preciso "é arregaçar as mangas e transformar o pouco em muito para termos um novo olhar sobre a cultura." E repete, não fosse dar-se o caso de nos termos esquecido: "é preciso transformar o pouco em muito." Isto é uma mera derivação do "fazer mais com menos" que tantas nulas alegrias trouxe ao seu irrelevante antecessor Pinto Ribeiro. Como num mau concerto para piano a quatro mãos.

29.7.09

A CULTURA SEGUNDO PINTO RIBEIRO OU A "ANIMAÇÃO CULTURAL" DO PS


«O ministro ainda vegeta mentalmente nos tempos do Manifesto anti-Dantas, um dos textos polémicos mais estéreis, mais infecundos e mais mal escritos de toda a história da cultura portuguesa.»


25.7.09

DESFOCADO


Pinto Ribeiro, a pessoa que está a fazer de ministro da Cultura, apareceu numa entrevista. Mais uma. Cheio de si mesmo e de "contentamento" (pela triste figura que fez ?), Ribeiro ameaçou-nos com mais um museu da Viagem, debaixo da pala do arquitecto Siza, uma coisa que, segundo ele, vai ser "extraordinária". Quem vier depois dele que pague e acabe. Quanto ao que lhe competia ter feito - "mais com menos dinheiro" - nada. É o retrato de um homem permanentemente desfocado num lugar que não lhe estava destinado. As coisas que não disse, por exemplo, sobre o São Carlos (e o que não fez revelando a sua impotência perante um director artístico manifestamente incompetente "herdado" do anterior secretário de Estado e uma gestão errada que até queria "fundir-se" com o D. Maria...). Não vê, felizmente, a hora de regressar ao seu gabinete de advocacia de onde nunca devia ter saído.

22.6.09

SAUDADES DE CARRILHO


Com a sopa na mão, oiço José António Pinto Ribeiro a ser entrevistado por Mário Crespo. Quase ninguém dá por isso, mas o advogado é o ministro da cultura de Sócrates. Não é do país. É de Sócrates, o que é uma nuance relevante. Faz análise política e fala de "censura" ao governo em que ele participa como figurante evanescente. Defende a declaração extemporânea do 1º ministro sobre a falta de investimento na cultura. Pediu a alguém que fizesse um "levantamento" para o MC em regime de outsourcing para "apurar" o que deve e não deve ser considerado "indústria cultural". Quer, portanto, transformar o "ruído em saber". Quer "criatividade" e dotar as pessoas com os "instrumentos". Nem o pobre do Sena deixou de convocar já que "o trouxe para cá" (sic). Quanto a poder, a criatura revela que não teve muito tempo para o "conquistar" apesar dos colos que lhe deram em tudo o que é jornal "situacionista". Vai "globalizar" 242 jovens não sei bem para quê. Se forem sensatos, não voltarão, naturalmente. Porque ele quer que eles regressem para "contaminarem" (sic) mais uns quantos. Ribeiro "percebe" que existem muitos "doutores" mas que há "espaço" para outros "saberes". O "mais com menos", afinal, era fazer coisas mais "contaminantes" e formar "públicos", um desastroso lugar comum sem qualquer sentido. Também aprendeu a conversa dos "saldos" e da "flexibilidade" e está muito satisfeito com a sua extraordinária execução orçamental que deu em pouco mais que nada. Sobre o Museu dos Coches houve "várias e plurais decisões do governo". Não explicou se, por serem "várias e plurais", são coerentes. Nem interessa. Um "Museu da Viagem"? A "língua", claro, a colecção Berardo deste ministro, o seu pechisbeque do Ermitage. A sua língua de pau. Há "fundo" para o dito Museu. Ele ainda vai fazer um "concurso de ideias" para o Museu de Arqueologia. Olhe, dr. Ribeiro, eu dou-lhe já uma. Dedique-se ao teatro de rua. Que saudades de Carrilho.

Adenda: Um leitor recordou-me a improvável entrevista do actual director artístico do São Carlos, o sr. Dammann, ao Expresso. Apesar de a escolha do sr. Dammann preceder Pinto Ribeiro, a sua manutenção é da responsabilidade de Pinto Ribeiro. Se quiserem um monumento vivo aos quatro anos de MC de Sócrates, não percam o sr. Dammann. Até toca piano e canta...

12.6.09

NINGUÉM SE LEMBRARÁ DELE QUANDO SAIR

Quem será o "ministro" da educação, colega dele no governo, com quem Pinto Ribeiro "falou" antes de visitar Luanda? Pinto Ribeiro nunca chegou a ser propriamente ministro da cultura. Até Manuel Pinho (e, presumivelmente, a sua esposa) é "mais" ministro da cultura do que ele. Agora, Lurdes Rodrigues, a devastadora e devastada ministra da educação, é trocada por outro qualquer no jargão de Pinto Ribeiro. O homem quer escolinhas portuguesas nos PALOP. Muito bem. Será que os PALOP - em particular Angola, esse novo país colonizador de Portugal - estão interessados neste "projecto de excelência" que Ribeiro, saído do seu estupor ministerial para se aliviar da maleita do fardo em África, lhes foi oferecer? «É preciso fazê-lo inteligentemente, agilmente e rigorosamente, mas não tenho dúvida de que isso se fará e nos próximos tempos», assegura Ribeiro que, por sinal, não tem feito nada. O que vale é que os "próximos tempos" já não serão dele. O PS precisa de uns "estados gerais" na cultura. Nem a direita, no seu interregno breve, foi tão má quanto Pires de Lima e este advogado de sucesso em quatro anos de admirável líder. Regresse rapidamente à sua sociedade jurídica onde certamente faz mais falta do que ao país. Ninguém se lembrará dele quando sair.

1.6.09

PATRIMÓNIO


Por falar em "manifestos" e "petições", quantos dos afogueados assinantes do "manifesto pela igualdade" estariam dispostos a assinar este onde cheguei pelo Jorge Ferreira? Ou o Museu de Arte Popular que, num momento infeliz (praticamente não houve outros), Isabel Pires de Lima quis destruir para dar lugar a uma aberração denominada "museu do mar da língua", é coisa não fracturante, anti-moderna e imprópria para "esclarecidos"?
Adenda: Pinto Ribeiro, o actual ministro, mantém o propósito da edificação do tal "museu". A "esquerda moderna", presidida por Sócrates, apresenta este curioso saldo nulo na cultura. Ribeiro, um ministro omisso, também não acerta na acção. Aliás, até ao momento não acertou em nada. E ninguém, no PS instalado, parece importar-se demasiado com isso.

25.5.09

O BLOCO EM CANNES



João Salaviza, de 25 anos, ganhou uma "Palma d'Ouro" em Cannes para a curta-metragem Arena. Pinto Ribeiro, o faz de conta que é ministro da cultura, veio a correr parebenizar o rapaz porque foi apoiado pelo ICA, logo, por ele e isso permitiu-lhe - imagine-se - trabalhar "em sossego". Ribeiro ainda vai morder a língua. Salaviza também realizou outras curta-metragens. Vamos vê-las durante estes próximos dias. São os tempos de antena do Bloco de Esquerda para as europeias. Chapeau.

13.5.09

O MINISTRO E A PIRATARIA


Segundo Pinto Ribeiro, a personagem lunar que está a fazer de ministro da cultura, os "downloads" ilegais, vulgo "piratas", não podem ser proibidos em Portugal em nome da liberdade de expressão. Até posso concordar com Ribeiro a bem dos meus gostos musicais e dos meus amigos. E imaginar que Sarkozy impôs a coisa porque a esposa cantora lhe deu algum recadinho. Mas eu não sou ministro. Pinto Ribeiro também parece que não é.

11.5.09

O AGENTE DE EXECUÇÃO


Por diversas vezes neste blogue se escreveu que, praticamente desde Julho de 2000 - ou seja, desde que Manuel Maria Carrilho se demitiu do governo de Guterres -, não existe nem ministro nem ministério da Cultura. O Público, através de Luís Miguel Queirós, dedica um interessante artigo ao assunto. Na prática, todos os intervenientes - ex-directores-gerais, ex-assessores no sector e um antigo secretário de Estado - reconhecem este défice. E dão, em geral, razão a Carrilho quando apresentou publicamente este documento. A legislatura "socrática" também falhou aqui. Pires de Lima foi o que foi e Pinto Ribeiro emerge muito mais como "agente de execução" (para recorrer a um termo da acção executiva civil) do processo de falência política do ministério do que outra coisa qualquer. «Um ministro da Cultura, além de ter de estar tecnicamente preparado para o cargo, precisa de peso político. Carrilho acha que a própria heterogeneidade do campo de intervenção das políticas culturais torna difícil que a solução possa passar por um profissional do sector. "Tem que ser alguém que saiba e que goste de fazer política." Pois.

17.4.09

UM PAÍS EM PIOR ESTADO DO QUE EM 2005: O MISTÉRIO DA CULTURA


«Quem tutela a cultura afinal? O ministério da Cultura está paralisado, e depois de uma Isabel Pires de Lima que acumulou disparates e prepotências, o actual titular, José António Pinto Ribeiro, é o ministro inexistente. Quanto ao primeiro-ministro, o seu desinteresse pela Cultura apenas foi quebrado por uma intervenção que, de tão demagógica, tem de ficar registado – a sua participação, a 9 de Janeiro passado, no anúncio do lançamento do programa INOV-ART proclamando que “É isso que estamos aqui a fazer: dar mais oportunidades aos jovens no domínio da cultura e para que afirmem internacionalmente o nome de Portugal”, ditame que é no mínimo causador de estupefacção. A verdadeira oposição, ou o sujeito de um discurso de tal modo consistentemente crítico que não pode deixar de ser considerado de oposição, estava afinal na bancada da maioria, e até era dela vice-presidente, mas silencioso: o ex-ministro Manuel Maria Carrilho produziu um documento que é um diagnóstico arrasador. “Uma legislatura perdida?” pergunta-se mesmo ele, constatando o malogro (total) do Compromisso para a Cultura do programa do governo socialista. Acontece, todavia, que há no governo quem, não sendo tutela, se interesse por matérias culturas ou certas matérias culturais. Tomemos o caso tão polémico e extravagante do novo Museu dos Coches. Quem [o] quis afinal? A resposta está na evidência dos factos: a responsabilidade incube à Sociedade Frente Tejo, da esfera do ministério da Economia. Enquanto Pinto Ribeiro é inexistente, Manuel Pinho gosta de dar nas vistas e de iniciativas vistosas. Embora presumivelmente a maioria parlamentar chumbasse a iniciativa, propor em plenário a chamada à comissão de Cultura de ambos os ministros para esclarecer quem de facto tutela o quê, eis o que era mais que justificado pelos factos desta “legislatura perdida”, como este extravagante projecto de novo Museu dos Coches surgido na esfera do Ministério da Economia e Inovação – desta balofa “inovação” que é a síndrome que agora atingiu os centenários coches.»

Augusto M. Seabra, Letra de Forma

28.3.09

"COISAS" QUE O INTERESSAM "IMENSO"


José António Pinto Ribeiro, um advogado de sucesso que o admirável líder, certamente por engano, fez ministro da cultura, concedeu uma entrevista ao Jornal de Negócios. Presumivelmente para se defender das observações de Manuel Maria Carrilho a quem acusa de ter "calendário e um projecto político pessoal". Em compensação, ele, Pinto Ribeiro, não tem nada a avaliar pelo tom das declarações. Nelas retoma as críticas feitas aos seus colegas do governo, em particular ao próprio chefe e ao ministro das finanças, já que foram estes que determinaram as "prioridades" em função da crise. Ele julga que acabou por fazer mais com menos - o seu lema - quando, na realidade, inexiste politicamente. Mostrou gráficos e mapas aos jornalistas, afirmou que «é por isso que ando aqui a fazer essas coisas do português e da língua que me interessam imenso» e exige "rigor e imaginação". Ou seja, para que aqueles que não o "compreendem" o possam seguir no desalinho de um "pensamento" que não se encontra nem sequer naquelas "coisas que o interessam imenso". Apesar do "projecto pessoal", é porém a Carrilho (o ministro) que o pobre foi buscar as melhores ideias "críticas". «Todos os anos o Estado dá grandes contribuições de 40 milhões só para três EPE [D.Maria, São Carlos e São João]. O que é que isto significa? Que talvez as EPE não devessem ser isso. Talvez devessem ser institutos públicos com grande autonomia administrativa e financeira. Talvez esta insensibilidade, ou esta necessidade de uma certa cegueira– “é para todos igual” –, levou a isto. Acho que na próxima legislatura será possível começar a fazer a adaptação de cada uma das leis orgânicas e da situação administrativa e financeira de cada entidade àquilo que são as suas reais necessidades.» Só que isto foi o que Carrilho fez entre 1995 e 2000 e que os seus sucessores, na ânsia de deixarem uma "marca", destruiram. Neste contexto, Ribeiro é apenas mais um ministro desfocado, ansioso por se ver livre do equívoco em que o meteram e por regressar ao glamour frívolo típico da esquerda chique que o promoveu. Ninguém terá saudades dele.

20.3.09

DE MINISTRO A EMPLASTRO

Mais um "retrato" do equívoco da Ajuda, a "produção fictícia" Pinto Ribeiro, advogado de "causas mil", como diria a oficiosa Câncio, uma Dutra Faria com muito melhor aspecto.

16.3.09

NÍTIDO NULO

Mais uma prova da inutilidade política - isto é, para a nação - do incumbente do Palácio da Ajuda, o deliquescente Pinto Ribeiro.

1.2.09

MENOS QUE ZERO


Pinto Ribeiro perfez um ano na Ajuda como ministro da cultura. Já Pires de Lima, antes dele, tinha dado o "tom socrático" para a cultura: pouco menos que zero. Ficou-se por uns pratos do Hermitage e pela tomada do CCB pelo comendador Berardo. Pinto Ribeiro nem isso. Anda apenas com o acordo ortográfico - "abrasileirado" e "crioulo" - no bolso e quer aplicá-lo aos indígenas em 2010. Não chegou a ser a estrela mediática como os seus amiguinhos esperavam. Não chegou a lado algum. Não existe.

25.1.09

APRENDA


Para fingir que manda qualquer coisinha, o magnífico ministro da cultura, Pinto Ribeiro, "esticou" a renovação da comissão de serviço do soba Mega Ferreira no CCB até ao último dia. Tal criou uma pequeníssima dúvida nos meios habituais - e amigos do dr. Mega - que a colocaram imediatamente nos jornais. Descansai, pois. Pinto Ribeiro é nulo perto de Mega Ferreira. Ou perto do que quer que seja na cultura. Mesmo que o balanço de Mega se reduza à colecção (cada vez mais despojada) de Berardo, isso não interessa nada. Mega é mais um dos intocáveis "símbolos" destes trinta e tal anos de suposta democracia. Pinto Ribeiro está apenas de passagem. Aprenda.

17.12.08

A DERRADEIRA LOUCURA


A mercearia deve ter limites. Quando se coloca a hipótese de transformar monumentos nacionais em “hotéis de charme”, de os arrendar ou vender para prover às nunca acabadas necessidades de tesouraria do Estado, significa que entrámos num terreno em que já vale tudo e no qual os serventuários que propõem tamanhos disparates não possuem a menor noção do que significa o património material histórico (o imaterial praticamente não conta ou tem sido alvo de atentados obscenos) de uma nação. Dantes dizia-se que possuíamos uma direita estúpida. Não era, não é, infelizmente, mentira. Tudo somado, os quatro anos disto revelam não apenas esta derradeira loucura a pretexto de um “novo regime geral dos bens de domínio público” como a “esquerda moderna” mais estúpida da Europa. Uma “esquerda” definitivamente empenhada num “Portugal dos Pequeninos”.

8.12.08

DO PEQUENO VITORINO ÀS "SETE MARAVILHAS DE ORIGEM PORTUGUESA NO MUNDO"

Através do Augusto M. Seabra tomo conhecimento disto, onde «há comissário, e olha quem!, nada mais que um dos bonzos acumuladores-mor do regime, o ex-ministro e ex-comissário europeu António Vitorino, dirigente do partido do governo, o homem que além de ter um programa de opinião no 1º canal da televisão pública, está também na situação, certamente única no mundo, de ser colunista num jornal, o “Diário de Notícias”, e ser membro do Conselho Editorial do concorrente directo, o “Público”, e que, não obstante não se lhe conhecerem particulares interesses culturais, foi também nomeado já por este governo para o Conselho de Administração da Fundação Vieira da Silva – Arpard Szenes, mais este comissariado agora – talvez em reminiscência pela sua passagem pelo governo de Macau.» Parece que a coisa - com o alto patrocínio de Belém e do vaguíssimo ministro da Cultura Pinto Ribeiro - seria "escolhida" por sms, internet ou telefone como se os putativos "votantes" soubessem o que é que estavam a "votar". Como pergunta o Augusto, as «“Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo” não será mesmo um tema apropriado para um programa destinado aos “Magalhães”?» tão «ao gosto do “show-off” da governação vigente?»

2.12.08

CANT CULTURAL PORTUGUÊS

«Se no próximo ano o Museu Mar da Língua Portuguesa na sua versão lisboeta ou Museu da Língua Portuguesa na sua versão bragantina aparecer como Museu Subaquático da Língua Portuguesa e atirado para uma daquelas fossas atlânticas dos Açores, não causará espanto nem indignação. Porque a política cultural tornou-se uma efabulação sobre anúncios. Espero bem que o África.cont não seja, à semelhança dos exemplos anteriores, mais uma bola de sabão nascida nessa vacuidade ignorantíssima que tantas vezes se chama "política cultural" e que, mais grave ainda do que usar irresponsavelmente os dinheiros e os bens públicos, se tem servido deles para sustentar clientelas, no sentido romano do termo. Mas temo ter razão. A informação que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a CML fizeram chegar ao PÚBLICO* confirma, a par das megalomanias lusas do costume, a concepção, tão típica do Governo Sócrates, da cultura enquanto papel de embrulho.»

*"Acontece exactamente um ano depois da cimeira UE-África, e não é por acaso. No próximo dia 9, o primeiro-ministro, José Sócrates, irá anunciar a criação do África.cont, um centro de arte africana contemporânea em Lisboa. Um projecto considerado estratégico para, explicou ao PÚBLICO o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, "a consolidação de Lisboa como espaço euro-africano". Ou, nas palavras de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), para "perpetuar esta realidade de Lisboa ser a ponte entre a Europa e África."

Helena Matos, Público (via Povo)

Adenda: Sobre isto, o Augusto M. Seabra, aqui e aqui.