Mostrar mensagens com a etiqueta Cinemateca Nacional. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cinemateca Nacional. Mostrar todas as mensagens

22.7.10

CINE SEIXAS


Pedro Mexia levou uns meses a perceber a "natureza" da sra. dra. Maria João Seixas, directora da Cinemateca Nacional pela mão da improvável Canavilhas. Quando foi nomeada assessora cultural de Guterres, Maria João imaginou que aquilo se resumia a leituras espúrias de Florbela Espanca, entremeada com Sara Beirão, nos jardins de S. Bento. Até que um dia, num raro acesso de lucidez, disse a Guterres que não estava ali a fazer nada. O mesmo deve suceder agora na Cinemateca só que, tal como acontece com a sua mentora política, na Ajuda, não abundam espelhos na Barata Salgueiro. Mexia libertou-se desta espécie de Ana Gomes apenas, talvez, com mais livros em casa. Parabéns.

9.12.09

DA CINEMATECA ENQUANTO CISTER

Medeiros, desculpe lá e que mal lhe pergunte, mas os equipamentos culturais públicos existem para proporcionar "encontros pessoais" entre velhos amigos ou existem apesar disso e, sobretudo, muito para além disso? É que para essas coisas temos cafés tão interessantes como, por exemplo, a Cister.


Adenda: Folgo em saber que nem toda a "intelligentsia" acha subtil e grandiosa a escolha da "senhora cinemateca", uma velha apparatchik do sistema. «Maria João Seixas não tem sombra de competência para o cargo e só pode, por pouco tempo que lá esteja, arruinar a obra de Bénard da Costa (...) A passividade e complacência com que este acto do Governo foi recebido mostram bem a miséria moral e política a que chegámos.» (Vasco Pulido Valente citado pelo Público).

8.12.09

UMA DELFIM DO REGIME

Maria João Seixas vai dirigir a Cinemateca. O que é que a habilita especialmente para a função? Um casamento? Não. Segundo quem entende da poda, o proto-António Ferro (tomara ele) do "socratismo" na blogosfera, a circunstância de "a senhora cinemateca" ter sido «assessora cultural de António Guterres quando este foi primeiro-ministro», estar «ligada à RTP há mais de trinta anos», ter andado a fazer de «mandatária das candidaturas presidenciais de Jorge Sampaio e Mário Soares, e de Manuel Maria Carrilho à Câmara de Lisboa» e porque «trabalhou ainda com o major Vítor Alves, no Conselho da Revolução, e com Maria de Lurdes Pintasilgo na Comissão da Condição Feminina.» Quando, na primeira daquelas extraordinárias qualidades, «não convidou o João César Monteiro (o único a vencer Veneza) para um jantar dos melhores realizadores portugueses (no consulado de Sampaio), JCM disse, na altura, ao Expresso: "Quero lá saber o que essa puta gaga pensa".» Se começássemos a reagir assim a uma série de gente que ornamenta o regime das mais diversas maneiras e nos mais diversos locais, talvez fosse um adequado princípio para outra coisa qualquer liberta do ranço da mesmice.

9.6.09

FUI ALI APANHAR ESTA BOA IDEIA, JÁ VOLTO

«Se há pessoa que deveria estar à frente da Cinemateca, bingo, PPM, é mesmo o João Lopes. E agora vou ali afiar uns lápis doo, doo, doo, doo, doo, doo, doo.»

Fátima Rolo Duarte

10.1.09

PEDRO MEXIA OU AS MAMAS DE JANE RUSSELL


O Francisco teve a amabilidade de ler este post. Com Bénard da Costa não me apetece gastar mais tempo. O post-scriptum do Francisco poupa-me o exercício: «ele cravou-me um cigarro e eu ouvi-o, deliciado, a falar sobre, repito, as mamas de Jane Russell.» Sublime Bénard. Quanto a Pedro Mexia, é-me indiferente que dirija a Cinemateca ou deixe de a dirigir. Limito-me a constatar a facilidade com que em Portugal se forja um mito. Até ser subdirector da CN, não se conhecia a Mexia nenhuma qualidade extraordinária que o recomendasse para a função. Como escrevi nessa ocasião, «não convinha que Mexia estivesse já a pensar na Cinemateca como uma futura coutada pessoal, seguindo o mau exemplo do benemérito e venerando Bénard.» O Francisco dá a entender que assim não acontecerá graças ao seu «valor intelectual» e à «capacidade para exercer um cargo» (sendo que há pessoas com grande «capacidade para exercer o cargo» que não têm «valor intelectual» substantivo)» já que «o Pedro Mexia tem ambas as coisas, embora ele suponha que não tem a segunda delas e nunca se pôs em bicos de pés para chamar a atenção para a primeira.» Confesso que ainda não me inscrevi no partido dos que acham Mexia «uma das pessoas mais talentosas quer para escrever sobre cinema, quer para falar sobre literatura, quer para fazer o que lhe apetecer.» Tal como nunca aderi - e, nessa altura, era quase equivalente a ter um "passe social" - ao clube dos que desmaiavam com qualquer frase escrita por Miguel Esteves Cardoso. Também confesso um inexpiável crime. Nunca lhes prestei demasiada atenção.

9.1.09

O CÍRCULO VICIOSO

Por falar em Pulido Valente, lembrei-me de Bénard da Costa. Noticiaram que, por motivos de saúde (sempre lamentáveis, naturalmente), o director praticamente eterno da Cinemateca Nacional vai-se embora. Foram quase trinta anos. Bénard sucedeu a Luís de Pina e, graças a ele e ao longo cortejo de amigos que possui por aí, quase pareceu que Pina nunca existiu. Bénard gosta muito de cinema e tem, sem ironia, bom gosto e escreve bem. Só que dirigiu a coisa como se estivesse em casa. "Muito lá de casa", como reza o título de um livro dele. Era o mesmo que eu, tendo passado pela direcção do São Carlos, só produzisse Wagner, Verdi e Puccini, por esta ordem. Agora o incumbente é Pedro Mexia, outro sério candidato à eternidade e a novo cortejo de amigos. O círculo é mesmo vicioso.

18.6.08

A BELA E O MONSTRO

Em artigo no Público, Bénard da Costa apelida Isabel Pires de Lima de "ruim defunta". "Meta-se com gente do seu tamanho e haja respeitinho por quem não tem nem idade, nem percurso profissional, nem posição social para gastar mais cera com tão ruim defunta", escreve esta verdadeira figura de cera apascentada pelo "centrão". "Porque eu sou e ela foi", conclui delicadamente. Tudo a propósito de um pólo da Cinemateca Nacional (que Bénard dirige como um senhor feudal) no Porto, com conivências várias. Pires de Lima prova, afinal, do fel que, juntamente com todos os que a antecederam, ajudou a fermentar. Bénard "é" porque o regime, de Belém a São Bento, consente que ele seja. Existe um inexplicável temor reverencial pela criatura que lhe permite, ao arrepio do mais elementar bom senso, perpetuar-se e exigir, literalmente, "respeitinho". Inventaram-no e alimentaram-no. Agora aguentem-no.

7.6.08

A CINEMATECA BENARDIANA


Isabel Pires de Lima é seguramente melhor deputada do que foi ministra. E cumpre melhor como deputada do que Pinto Ribeiro como ministro. Primeiro, por causa do "acordo ortográfico". E, agora, num artigo no Público, sobre Bénard da Costa e as "dúvidas" do "only one" sobre a criação de um "pólo de programação da Cinemateca" no Porto. É bem feito para Isabel. Aquando da procissão a favor da continuação daquele director-geral em funções para além do legal limite de idade, Pires de Lima, então ministra, "cedeu" à pressão da vasta confraria "benardiana". Bénard, graças ao raro privilégio de que goza no regime, trata a Cinemateca não como nacional mas como coisa sua. A "confraria", aliás, não admitiria outro propósito. Desconheço a intenção de Pinto Ribeiro em colocar Pedro Mexia como "número dois" de Bénard. Espero que não tenha sido para o envelhecer precocemente e, pior do que isso, no mesmo sentido do seu vitalício director. Não convinha que Mexia estivesse já a pensar na Cinemateca como uma futura coutada pessoal, seguindo o mau exemplo do benemérito e venerando Bénard. A Cinemateca existe para prestar serviço nacional. Não é só de Lisboa. Nem, sobretudo, é só de Bénard.